“Nos últimos oito anos, aumentamos essa área em praticamente 100%. Eram 2 milhões de hectares, e agora está em 4 milhões. Temos uma estimativa interna de agregar mais 4 milhões de hectares nos próximos cinco anos, chegando a 8 milhões de hectares de agricultura”; Confira
Mato Grosso do Sul (MS) está no centro de um cenário promissor para a agricultura brasileira. Com potencial para converter pastagens degradadas em áreas agricultáveis, o estado pode dobrar sua área plantada de soja. De acordo com o Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga-MS), a safra 2023/2024 registrou 4,213 milhões de hectares colhidos, um crescimento de 5,3% em relação ao ciclo anterior.
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de MS, Jaime Verruck, afirmou ao Correio do Estado que o estado pode expandir em 4 milhões de hectares a área plantada. “Nos últimos oito anos, aumentamos essa área em praticamente 100%. Eram 2 milhões de hectares, e agora está em 4 milhões. Temos uma estimativa interna de agregar mais 4 milhões de hectares nos próximos cinco anos, chegando a 8 milhões de hectares de agricultura”, destacou.
Com base na produção recente, o volume de soja colhido no estado pode acompanhar esse crescimento. Mesmo enfrentando adversidades climáticas, MS colheu 12,347 milhões de toneladas de soja no ciclo 2023/2024, conforme dados do Siga-MS. Dobrar a área plantada pode significar uma produção entre 24 milhões e 30 milhões de toneladas, considerando a produtividade recorde anterior.
Segundo a Serasa Experian, MS lidera o ranking nacional de áreas disponíveis para conversão de pastagens degradadas em plantio de soja, com 6,1 milhões de hectares identificados. No entanto, Verruck ressalta que nem toda essa área está apta para o plantio devido às condições do solo. “A Serasa coloca a possibilidade de ampliar a área de soja em pasto degradado, mas nem todas essas áreas são adequadas”, frisou. Ele também mencionou que a agricultura avançou em áreas de pastagens, principalmente devido aos altos preços dos grãos de soja e milho, mas o ritmo de expansão reduziu com a queda dos preços.
A Serasa Experian identificou um potencial de expansão para o plantio de soja de até 36,6 milhões de hectares sobre pastagens nos biomas brasileiros – Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa. Joel Risso, diretor de Novos Negócios Agro da Serasa Experian, projeta um aumento de 12 milhões de hectares no plantio de soja no Brasil nos próximos 10 anos, consumindo um terço da disponibilidade de pastagens aptas.
A expansão demanda um investimento significativo, estimado em cerca de R$ 60 bilhões, majoritariamente de linhas de crédito. “O valor médio para converter 1 hectare de pastagem para plantio de soja é de aproximadamente R$ 5 mil, variando conforme o grau de degradação”, explicou Risso.
Desafios e impactos econômicos
Apesar do potencial, a última colheita de soja em MS sofreu uma retração significativa. A Aprosoja-MS relatou que a safra fechou em 12,347 milhões de toneladas, 600 mil toneladas abaixo das expectativas, representando uma queda de 18% ou 2,7 milhões de toneladas em comparação ao ano anterior. A produtividade média caiu para 48,8 sacas por hectare, uma redução de 21,8%, resultado da falta de chuvas regulares.
Essa queda impactou fortemente o faturamento dos produtores sul-mato-grossenses, que deixaram de faturar cerca de R$ 5,6 bilhões, considerando o preço médio da saca de soja.
Desse modo, Mato Grosso do Sul apresenta um cenário de grande potencial para a expansão agrícola, especialmente no cultivo de soja. Contudo, essa expansão enfrenta desafios relacionados à aptidão do solo e ao investimento necessário para a conversão de pastagens. A gestão eficaz e sustentável desses recursos será crucial para transformar esse potencial em realidade, promovendo o desenvolvimento econômico e agrícola do estado.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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