Meio-sangue Angus terá seu valor provado

A Associação Brasileira de Angus iniciará avaliação de meio-sangue em maio, técnico explicou como os avanços genéticos podem resultar em ganhos nos sistemas de produção.

Os produtores de Angus brasileiros devem dar início, no próximo mês de maio, a um inovador programa de avaliação de animais meio-sangue. O trabalho é inédito e busca mensurar a capacidade de touros Angus em produzir descendentes de maior desempenho quando utilizados para cruzamento industrial com raças zebuínas, bem como auxiliar na seleção de ventres dentro de cada propriedade. O anúncio foi feito pelo gerente de Fomento da Angus, Mateus Pivato, o médico veterinário falou dos novos projetos da Associação Brasileira de Angus e explicou detalhadamente como os avanços genéticos podem resultar em ganhos nos sistemas de produção.

Segundo ele, o sucesso desse processo depende de o produtor coletar dados sobre seu rebanho para aprimorar constantemente a seleção. “Quem não anota, não avalia e não evolui.” Esse trabalho, acrescentou, ganha corpo no Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne (Promebo), que, com o cruzamento de dados e estatísticas, dá base para a evolução dos rebanhos. “O programa aumenta a precisão de seleção e separa os animais comuns dos superiores”, salientou, lembrando que não existe melhoramento genético sem força na nutrição que dê sustentação para que o exemplar expresse todo seu potencial.

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Meio-sangue Angus / Foto: Fazenda Três Muchachas

Durante a palestra, Pivato ainda falou sobre o uso de DEPs para aprimoramento da seleção genética de rebanhos bovinos e orientou os criadores e estudantes sobre como interpretar o Sumário de Touros, alertando sempre para atenção especial à acurácia dos dados tabulados.

“É essencial olhar para os números apresentados na hora de escolher um reprodutor. A informação da DEP deve ser sempre observada ao lado da acurácia.” Porque, afinal, explicou o gerente de Fomento, a seleção vai muito além do olho, mas deve estar focada em ganhos econômicos ao criador. Para fundamentar isso, apresentou estudo que indica que carcaças de mesmo peso podem ter diferença de até 27% no rendimento de cortes comerciais. “As características de carne são geralmente de média a alta herdabilidade, o que indica que, havendo seleção, podemos sim melhorar nossos rebanhos para produção de carne de qualidade.”

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