Ministra diz que China deve importar carne essa semana

Em entrevista realizada nos Emirados Árabes Unidos, onde acompanhou o presidente Jair Bolsonaro, Ministra diz que China deve importar carne essa semana!

Em entrevista exclusiva, a Ministra Tereza Cristina, ao Estadão nos Emirados Árabes Unidos, onde acompanhou o presidente Jair Bolsonaro, ela também ecoou a preocupação do presidente sobre o impacto do insumo no preço – já em alto – dos alimentos. Respondendo a uma série de perguntas sobre temas importantes do agronegócio brasileiro – insumos, fertilizantes e abastecimento de alimentos -, ela falou sobre o otimismo da liberação das exportações de carne bovina para a China.

A primeira pergunta sobre o tema foi muito direta: “Qual a situação do embargo da carne na China?”. A Ministra informou que todas as informações estão sendo fornecidas aos asiáticos. Ela ainda criticou a “irresponsável” e infeliz divulgação da Fiocruz na última de que teríamos dois casos de BSE (mal da vaca louca) em humanos, o que não é verdade.

De forma rápida e eficaz, foi logo esclarecido, mas tudo isso acaba se criando algum tipo de desconfiança, além da necessidade do envio de novas informações para as autoridades chinesas. “Já passamos todas as informações à China e agora aguardamos a resposta deles sobre mais essa informação desencontrada”.

Nota emitida pelo MAPA: O Ministério da Agricultura afirmou nesta quinta-feira que dois casos de doenças neurodegenerativas em humanos investigados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) não têm relação com consumo de carne bovina ou subprodutos contaminados com Encefalite Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da “vaca louca”.

Voltando ao tema principal da matéria, o autoembargo aconteceu no dia 04 de setembro, conforme manda o protocolo assinado entre os dois países em caso de alguma suspeita sanitária ligada a carne bovina. Entretanto, o que era para durar apenas 10 a 15 dias, ainda continua impactando negativamente as exportações, que fecharam com um recuo de 49% na parcial de novembro.

O que parece ser uma verdadeira “manobra de mercado” dos asiáticos, para tentar barganhar os preços negociados, pode estar com os dias contados e deve encerrar ainda nesta semana, apontou com otimismo a Ministra Tereza Cristina. ” Não dá ainda para saber (Data específica). Eles precisam analisar as informações passadas, checar e aí sim a gente terá. Espero que esta semana. A gente aguarda agora uma resposta dos chineses sobre o embargo sobre nossa carne.”

gado gordo e carcaca montagem
Foto: Montagem Compre Rural

Queda nos abates é reflexo da baixa oferta de animais e redução dos embarques para China

Independentemente do setor negociado, a China representa uma parcela significativa das exportações de proteína do Brasil, chegando a corresponder a 60% da demanda, segundo a revista Valor Econômico. Em setembro de 2021 o Brasil divulgou dois casos atípicos de vaca louca em identificados em território nacional, os quais afetaram o preço da arroba do boi levando os números a uma queda drástica, o que acarretou o bloqueio das exportações para a China, que já dura mais de dois meses. 

O impedimento na exportação pode resultar em perdas de até 10,1 bilhões de reais se durar até o fim do ano, segundo projeções da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA). É nesse período que as vendas de carne atingem o ápice, tendo em vista que começam a se formar os estoques para  o ano novo chines, que acontece em fevereiro.

Em setembro, no último dia útil antes da proibição das exportações, a arroba do boi estava cotada em cerca de R$305,50, e no dia 8 de novembro estava cotada em volta de R$261, segundo a Scot consultoria.

Esse dado mostra uma redução de R$44,5, que derrubou a margem de lucro dos pecuaristas. Já no dia 10 de novembro, o preço voltou a subir, com abates negociados a uma média de R $298,59 em São Paulo, segundo cotações. O aumento registrado se deve a rápida diminuição da oferta de animais terminados. 

A queda no volume de animais abatidos é outro reflexo do peso da demanda da China, já que as indústrias reduziram as suas capacidades de abate, enxugando custos e tentando remanejar ociosidade das plantas.

Intenção de confinamento recua 5,32% em outubro/21

A intenção dos pecuaristas em confinar gado de corte no Mato Grosso registrou um decréscimo de 5,32% frente ao levantamento realizado em julho pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA). A queda ocorreu diante da ausência da China nas compras por carne bovina, que pressionou a arroba e fez com que os confinadores buscassem alternativas para a entrega dos seus animais. 

Apesar da queda no volume de animais confinados frente ao primeiro levantamento, o volume consolidado de animais confinados foi de 837.770 cabeças neste ano teve um incremento de 1,84% quando comparado com o consolidado em 2020. 

“Uma parcela dos informantes relatou ter destinado seus animais ao pasto, como também alterou a formulação da ração ofertada no cocho no intuito de retardar a engorda”, informou o IMEA. 

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Foto: Marcio Peruchi
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