Movimento Agroligadas apresenta a cadeia produtiva do algodão para profissionais e empresárias do setor de vestuário e beleza do Brasil
Principal produtor nacional de algodão e um dos maiores fornecedores mundiais, Mato Grosso quer mostrar aos consumidores finais de onde vêm os fios que vestem pessoas de mais de 30 países e abastece o sedutor mercado da moda. O Dia da Moda em Campo é um projeto idealizado pelo movimento Agroligadas para levar profissionais e empresárias do setor de vestuário e beleza, imprensa e influenciadores digitais ao universo do algodão, do campo até a indústria.
Na atual safra, Mato Grosso será responsável pela produção de 1,6 milhão de toneladas de plumas de algodão, o que representa quase 70% de toda produção nacional e deve movimentar quase US$ 2 bilhões em exportações. Mas mais do que números, o algodão representa renda e emprego dentro de uma cadeia produtiva que envolve todos os setores da economia.
Todo esse universo foi apresentado durante a primeira edição do Dia de Moda em Campo, realizado em agosto, para 25 pessoas selecionadas por entidades e pelas mulheres integrantes do Agroligadas, movimento que busca integrar campo e cidade por meio de iniciativas nas áreas de comunicação e educação.
A presidente do Agroligadas, Geni Caline, explica que o Dia de Moda em Campo é um dos projetos liderados pelo movimento para levar informações reais e relevantes sobre o agronegócio. “Nosso intuito é mostrar como o agro está presente na vida de todos, é trazer para o campo pessoas que têm uma ligação direta com o agronegócio, mas que nem sempre têm conhecimento disso. Saber de onde vem a matéria-prima das roupas ou dos produtos de higiene que usamos é uma forma de fortalecer e legitimar o agro brasileiro”.
A primeira edição do evento foi realizada em Campo Verde, município a 130 km da capital Cuiabá, um dos pólos produtivos de algodão no estado. Os participantes, a maioria mulheres, além de visitar a lavoura, também conheceram o processo de beneficiamento da pluma e de fiação.
Empresária há mais de dez anos no setor de moda, Julianna Matos, 36, já tinha ido a uma fazenda de algodão antes, mas nunca teve a oportunidade de conhecer todo o processo de produção e beneficiamento da fibra. “Foi uma experiência fantástica porque vimos o processo antes da fase de estilo e isso pode ser repassado aos nossos clientes. É importante para compartilharmos como o trabalho é feito, as etapas que envolvem a fabricação de uma roupa, até para valorizar o produto”, explica a empresária proprietária da Trussardi em Mato Grosso.
Participaram do evento representantes da Associação Mato-Grossense de Produtores de Algodão (Ampa), da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), da Cooperativa de Cotonicultores de Campo Verde (Cooperfibra), das cooperativas de crédito Sicoob e Sicredi, a primeira-dama da Campo Verde Rose Lopes, e demais convidadas e convidados.
Movimento Agroligadas – Criado em 2018, a iniciativa tem o objetivo de disseminar informações sobre o agro por meio de projetos de educação e comunicação. Liderado por mulheres, o movimento Agroligadas possui mais de 800 integrantes em 17 estados brasileiros que possuem algum vínculo com o agronegócio, seja profissional, emocional e ou familiar.
A presidente Geni Caline Schenkel é fisioterapeuta, produtora e esposa de produtor rural e percebeu, ao longo dos anos, que a falta de informações gera uma resistência na sociedade sobre o agronegócio. “Nosso propósito é ligar o campo e cidade com educação e comunicação. É uma iniciativa política, de aproximação e informação”.
Além de Geni, outras 12 mulheres lideram a coordenação das ações e a mobilização em todo o país. Além do Dia Moda em Campo, mais 15 eventos já foram realizados e dois projetos estão em andamento, o Circuito Agroligadas e De onde vem.
