Morre grande nome da Esalq/USP, Paulo Sentelhas

Morreu o agrometeorologista e grande professor da Esalq/USP, Paulo Sentelhas. A informação foi confirmada oficialmente pela Esalq; veja!

Morreu, esta terça-feira (21/9), de Paulo Sentelhas, especialista em agrometeorologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq). A informação foi confirmada oficialmente pela Esalq, em nota. Professor do Departamento de Engenharia de Biossistemas, ele era um estudioso do impacto das condições climáticas sobre diversas culturas agrícolas.

Sentelhas estava internado tratando-se contra um Covid-19, mas não resistiu. “Neste momento de tristeza e dor, manifestamos nossas condolências aos familiares e amigos”, vinculado a Esalq, no comunicado. De acordo com a instituição, o velório será restrito à família e o corpo será cremado.

Paulo Cesar Sentelhas era formado em Engenharia Agronômica pela Universidade do Espírito Santo do Pinhal (Unipinhal). Pela Esalq, concluiu o mestrado e o doutorado em Agronomia. Também conhecido o pós-doutorado na Universidade de Guelph, no Canadá.

“Tinha atuação destacada na área de Agronomia, com ênfase em Agrometeorologia. Como docente, lecionava na graduação como disciplinas Meteorologia Agrícola e Agrometeorologia Aplicada e, na pós-graduação, disciplina Agrometeorologia e Doenças de Plantas”, informa a Esalq, no comunicado.

Sentelhas também ocupou cargas de direção em entidades brasileiras e internacionais ligadas ao estudo da agrometeorologia. Além de colaborador de publicações científicas sobre agronomia e meteorologia.

Sentelhas já alertava sobre como as mudanças climáticas e seus efeitos mudarem os padrões da produção agrícola brasileira. Na época, usando como exemplo a cultura da soja, o pesquisador destacou que, com o ciclo mais curto e uma janela de plantio mais estreita, as condições de manejo também são importantes, além do melhoramento genético.

Na entrevista, ele disse que acredita, com um aumento de 20% na eficiência da produção, o rendimento das lavouras brasileiras de soja poderia passar de 55 para cerca de 80 sacas por hectare. E estimou que, com uma ótima condição de manejo, considerando os efeitos do clima, uma produtividade poderia chegar a 130 sacas por hectare.

Na entrevista, ele comentou que o clima seria responsável por cerca de 50% da variabilidade da produtividade das lavouras. E se destacou a importância dos estudos climáticos para a produção rural.

“Eles apresentam hipóteses de risco. Se vou para uma região para cultivar específico cultura e tenho um risco de 50%, significa que o dinheiro que eu ganhar nos cinco anos que produzir bem é para pagar o prejuízo dos cinco anos que vou produzir mal. Temos estudos climáticos justamente para mostrar esses cenários. Todas as empresas que trabalham com compra e venda de propriedades agrícolas lançam mão de estudos agroclimatológicos para calcular o risco de a produção ficar abaixo do custo de produção naquela região “, disse ele.

Confira na íntegra a nota divulgada pela Esalq/USP:

Homenagem ao professor Paulo Cesar Sentelhas

Docente tinha destacada atuação em Agrometeorologia A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) comunica que faleceu na tarde desta terça-feira, 21 de setembro de 2021, Paulo Cesar Sentelhas, docente do departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq. 
O velório será restrito aos familiares e o corpo será cremado nesta quarta-feira.

Neste momento de tristeza e dor, manifestamos nossas condolências aos familiares e amigos. Paulo Cesar Sentelhas era formado em Engenharia Agronômica pela Universidade de Espírito Santo do Pinhal (UNIPINHAL) – Faculdade de Agronomia e Zootecnia Manoel Carlos Gonçalves (1987). Fez mestrado em Agronomia (Agrometeorologia), 1992, e doutorado em Agronomia (Irrigação e Drenagem), 1998, ambos pela Esalq.

Fez pós-doutorado na Universidade de Guelph, no Canadá, de março de 2003 a outubro de 2004, e no consórcio Universidade de Guelph – WeatherInnovationsIncorporated em 2008, onde atuou como pesquisador visitante. Obteve o título de Livre-Docente em Agrometeorologia na Esalq em dezembro de 2004. Atuou como pesquisador no IPMET/UNESP (1988-1994) e no IAC (1994-1996). Desde março de 1996 era professor da Esalq e ocupava atualmente o cargo de Professor Titular da área de Agrometeorologia.

Foi secretário da Sociedade Brasileira de Agrometeorologia de 1995 a 1997 e de 2001 a 2003 e seu presidente no biênio 2005-2007, quando também atuou como presidente da Federação Latinoamericana de Agrometeorologia. 

Tinha atuação destacada na área de Agronomia, com ênfase em Agrometeorologia. Como docente, lecionava na graduação as disciplinas Meteorologia Agrícola e Agrometeorologia Aplicada e, na pós-graduação, a disciplina Agrometeorologia e Doenças de Plantas. 

De 2013 a 2015 foi Editor Científico da revista ScientiaAgricola, Esalq, sendo a partir de Julho de 2015 o Editor-Chefe da mesma. Atuava como Editor Associado da InternationalJournalofBiometeorology (ISBM – Springer) e como membro dos comitês editorias da ItalianJournalofAgrometeorology (SIA, Itália), InternationalJournalofPlantproduction (IJPO – Springer), AppliedSciences (Springer) e AgriScientia (Univ. de Córdoba, Argentina). De 2005 a 2013 atuou como representante do Brasil junto ao Grupo de Especialistas em Agrometeorologia da Organização Mundial de Meteorologia (OMM-ONU). Era membro da SBAgro (Sociedade Brasileira de Agrometeorologia) e da INSAM (International Society of Agricultural Meteorology).

De 2012 a 2016 foi membro do Comitê Julgador do MummAward da OMM e de 2014 a 2016 do juri do Environmental RespectAward da DuPont-Brasil. Em 2019 recebeu o Prêmio Sergio Westphalen da SBAgro como reconhecimento por suas contribuições para a área de Agrometeorologia do Brasil. Em 2019, Paulo Cesar Sentelhas foi o entrevistado do programa Trajetórias, da TV USP Piracicaba. 

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