Qual a melhor raça de porco para criar no Brasil? Veja!

A suinocultura é um dos importantes pilares da pecuária nacional, mas afinal: “Qual a melhor raça de porco para criar no Brasil?”. Conheça agora!

A carne de porco é a mais consumida no mundo, principalmente devido à sua versatilidade. Em meio ao mercado internacional, o Brasil alcançou a quarta posição entre os maiores produtores e exportadores do produto. Essa colocação se deve ao incansável trabalho dos produtores brasileiros para atingir os altos padrões tecnológicos e também para aprimorar as principais raças de suínos utilizadas para criação.

Embora essa carne não seja a favorita na mesa dos brasileiros, o cenário tem se modificado nos últimos anos. Ao longo das últimas décadas, o manejo genético produziu uma carne mais leve e mais saudável, com menor percentual de gordura quando comparada à carne bovina e, até mesmo, a alguns cortes de aves.

Mas o que elevou o consumo de suínos pela população mundial? Como o Brasil está inserido no panorama das principais raças desenvolvidas e quais são as suas características? Para responder a essas perguntas, preparamos este artigo para você! Boa leitura!

A história da suinocultura

Os porcos foram um dos primeiros animais a serem domesticados pelo homem, há cerca de 5000 a. C, no Oriente Próximo e na China. Sua natureza flexível e dieta onívora favoreceram essa proximidade, sendo sua carne utilizada como alimento, sua pele como agasalho, seus ossos como ferramentas e seus pelos como escovas.

Quando os porcos selvagens passaram a circundar as casas dos homens primitivos e, mais tarde, os chiqueiros, os animais não precisavam mais procurar comida nas florestas e nem fugir dos predadores. Assim se iniciou o processo de transformações morfológicas nos animais, que possuíam a parte anterior do corpo mais rica e mais desenvolvida que a posterior — o inverso do que acontece hoje.

Desde então, a demanda por gordura animal diminuiu (devido à oferta de óleos vegetais) e a busca por uma carne mais saudável em função das exigências dos consumidores conduziu a suinocultura a mudanças na criação e a melhoramentos genéticos para ter um maior aproveitamento do animal.

O suíno moderno foi concebido por meio do manejo genético com o cruzamento com raças puras, levando os animais a alterações morfológicas e fisiológicas para que possam atingir as características desejadas, somadas à maior economia e à máxima produtividade.

Vejamos a seguir algumas características das principais raças de suínos criadas atualmente:

Principais raças de suínos estrangeiras

1. Landrace

De origem dinamarquesa, essa raça é a mais produzida no Brasil. Sua pele é branca e fina e sua carne é magra, resultando em excelentes pernis. A melhor idade para abate é entre os 6 e 7 meses, quando atingem os 80 kg.

São animais com ótima capacidade reprodutiva, sendo amplamente utilizados como matrizes, que podem chegar aos 300 kg. Entretanto, podem apresentar problemas nos cascos e aprumos.

2. Large White

Essa raça tem origem no norte da Inglaterra e também é conhecida pelo seu potencial prolífero. Possui a pele branca, o porte grande e tem alto ganho de peso diário. Apresenta boa formação dos membros, com pernis cheios e profundos.

É muito comum o seu uso para a produção de híbridos, como o cruzamento de seus machos com as fêmeas Landrace para a produção em larga escala industrial.

3. Duroc Jersey

Proveniente dos Estados Unidos, a raça é conhecida pelo notável ganho de peso diário, sendo que suas fêmeas podem atingir 225 kg, enquanto seus machos alcançam os 270 kg.

De porte grande e forte, apresenta pelagem avermelhada. Tem boa aptidão para fornecer carne magra e é muito utilizado para a produção de toucinho e banha.

4. Pietrain

De origem belga, esses animais são caracterizados pela sua pelagem malhada de branco e preto, sua tranquilidade e sua capacidade reprodutiva e leiteira. Apesar de possuírem baixa velocidade de ganho de peso diário, são os que apresentam uma ótima taxa de conversão alimentar e a melhor produtividade de carne na carcaça.

5. Hampshire

Também de origem americana, os membros dessa raça são vigorosos e apresentam pelagem preta com uma faixa branca nos membros anteriores. São dóceis, suas fêmeas têm fecundidade alta e são amplamente criados para a produção de carne fresca.

Principais raças nacionais

6. Canastrão (Zabumba, Cabano)

Sua pele grossa de pelagem preta ou avermelhada possui pelos fortes, mas ralos. Seus membros são altos e robustos e têm crescimento tardio, sendo engordados em seu segundo ano de vida. Têm boa capacidade reprodutiva e são criados para a produção de banha.

7. Canastra (Meia-perna, Moxom)

Considerados de porte médio, apresentam as pernas curtas e a pele escura com pelos finos que cobrem o corpo todo. Também são utilizados para produzir banha.

8. Piau

Tem origem nos estados de Goiás, Mato Grosso e São Paulo, apresenta pelagem malhada de branco-creme com preto. Podem ser de porte pequeno médio ou grande e sua carcaça apresenta uma impressionante espessura de 4 cm.

9. Caruncho

Os representantes dessa raça apresentam porte pequeno e pelagem de fundo cor de areia com manchas pretas. Têm boa aptidão para a produção de gordura e são recomendados para pequenas propriedades rurais com fins de subsistência.

10. Moura

Originária do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, essa raça tem pelagem mesclada escuros com brancos. Apresenta uma alta capacidade reprodutiva, característica rústica e produzem uma carne de alta qualidade.

11. Nilo Canastra

O Ministério da Agricultura fez algumas investidas para aperfeiçoar a raça, mas os resultados obtidos não foram satisfatórios para o seu aproveitamento prático, além de lastro para cruzamentos.

Esse suíno de porte médio, não apresenta pelos, apenas algumas cerdas esparsas, não sendo indicado para regiões frias. Apresentam prolificidade e precocidade médias, são rústicos e bons para a produção de banha.

Sustentabilidade e produtividade na suinocultura

É importante lembrar que o Brasil atingiu o patamar dos grandes produtores mundiais devido aos altos investimentos no emprego de métodos que aprimoraram a cadeia produtiva. Desde os melhoramentos genéticos, à instalação de estruturas que asseguram o bem-estar dos suínos e à adoção de boas práticas de manejo animal.

O alto consumo mundial e a elevação na demanda no Brasil provam a versatilidade da carne suína como uma fonte saudável de nutrientes e mostram a necessidade das empresas de manterem os seus altos padrões tecnológicos e sanitários na criação dos animais. Quando focadas no bem-estar e cientes das responsabilidades ambientais, as fazendas têm rendimentos concretos.

Além disso, a parceria na gestão do sistema agropecuário entre os produtores e as diversas indústrias envolvidas no processo impulsiona o negócio e garante o lugar do produto brasileiro no mercado internacional.

Com informações da Marangoni

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