Novo imposto à vista? Cadastro nacional de pets acende sinal amarelo no Brasil, alerta Genial

Governo nega intenção de tributar donos de cães e gatos, mas histórico internacional mostra que medidas semelhantes acabaram em cobrança anual por pet. Especialistas veem risco real de taxação futura com cadastro nacional de pets

O recém-lançado Cadastro Nacional de Animais Domésticos (SinPatinhas), ou cadastro nacional de Pets, apresentado pelo governo como uma medida para combater o abandono de animais e promover o bem-estar de cães e gatos, acendeu um sinal de alerta no mercado financeiro. De acordo com análise da Genial Investimentos, publicada pelo Money Times, o movimento segue um padrão comum em países que hoje tributam a posse de pets, o que levanta questionamentos sobre o que pode vir adiante.

O lançamento do SinPatinhas ocorreu na última quinta-feira (17) e, segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, não haverá cobrança de taxas ou impostos. O sistema é voluntário, gratuito e acessível para tutores, ONGs e órgãos públicos.

Segundo a Genial Investimentos, o cadastro pode ser o primeiro passo de um roteiro já conhecido em diversos países que acabaram adotando impostos sobre a posse de animais domésticos.

Genial aponta padrão internacional que começa com cadastro e termina em imposto

O alerta da Genial se baseia em experiências de países como:

  • Alemanha: a tradicional Hundesteuer cobra entre € 50 e € 150 por cão/ano em cidades como Berlim e Hamburgo.
  • China: cidades como Pequim e Xangai cobram até R$ 1.000 anuais por cão, desde o registro obrigatório dos anos 2000.
  • Áustria, Suíça e Austrália: exigem registro, vacinação, microchip e cobram taxas anuais para custeio de políticas públicas ligadas a pets.
  • Argentina: já possui base legal para tributar desde 2023, embora ainda não aplique a cobrança oficialmente.

Esses países começaram com cadastros semelhantes, avançaram para exigência de microchipagem e vacinas obrigatórias, e em até três anos implementaram cobranças regulares sobre a posse dos animais.

“Nenhum país que criou esse tipo de banco de dados ficou só na fase do cadastro”, afirma a Genial. “Quando a base está pronta, basta uma justificativa conveniente para a cobrança começar.”

Governo diz que não haverá cobrança com o cadastro nacional de pets

Apesar da especulação, o governo nega qualquer intenção de tributar os tutores de pets. O Ministério do Meio Ambiente garante que o cadastro é gratuito, voluntário e isento de taxas, e tem como foco a formulação de políticas públicas de bem-estar animal.

O SinPatinhas está previsto na Lei nº 15.046/2024, que não autoriza cobrança de taxas ou impostos relacionados aos animais ou ao cadastro em si.

Precaução ou paranoia?

Por ora, não há imposto. Mas o alerta está dado: o SinPatinhas pode representar o primeiro passo de uma mudança silenciosa. A depender dos próximos movimentos do governo, o que hoje é gratuito pode, em breve, pesar no bolso de quem tem um pet em casa.

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