
Brasil perderá 3 milhões de toneladas de soja ao ano com índice proposto pelo governo; A redução no teor de umidade da soja pode trazer prejuízo de R$ 3,6 bilhões ao agricultor no campo. Entenda.
Diminuir a umidade da soja de 14% para 13% pode resultar na perda de cerca de 3 milhões de toneladas do produto, o que equivale a 30 embarcações do tipo Panamax. Com um preço médio de 120 reais por saca, essa redução equivale a um prejuízo de aproximadamente 3,6 bilhões de reais. Trata-se de um cálculo estimado da perda de peso por conta da menor umidade do produto. A produção nacional do grão neste ciclo 2023/24 promete alcançar 162,4 milhões de toneladas. Isso ocorre porque cada redução de 1% na umidade da soja há uma perda de 1,15% em seu peso total.
Produtores de soja estão preocupados com a medida proposta pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) para reduzir em um ponto percentual o teor de umidade da oleaginosa. O presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ricardo Arioli, alerta que, se a mudança for aceita, o país vai abrir mão de 3 milhões de toneladas ao ano.
“Esse prejuízo não pode ficar com o produtor”, aponta o presidente da CNA.
A questão vem à tona após o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) defender, em audiência na Secretaria de Defesa Agropecuária, a revisão do Regulamento Técnico da Soja. Uma audiência pública sobre o padrão oficial de umidade da soja foi encerrada de forma abrupta por motivos de discordância sobre o tema. O evento, que ocorria na Conab, contou com a presença de diretores da Aprosoja e da CNA, mas terminou sem acordo, levando à saída dos produtores e representantes do setor.
O documento, responsável por definir os critérios de classificação da soja nos requisitos de identidade e qualidade, amostragem, modo de apresentação e marcação ou rotulagem do grão está em negociação há cerca de dois anos.
“A grande questão é que a CNA é contra a mudança do padrão de umidade sem uma compensação direta e transparente ao produtor”, diz o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da entidade, Ricardo Arioli.
De acordo com ele, a Confederação está ciente dos benefícios comprovados pela ciência de diminuir a umidade da soja para 13%. Ele explica que estudos indicam que a qualidade do grão armazenado pode ser superior com menor umidade, pois isso reduz o risco de contaminação por fungos e bactérias.
Arioli também menciona que a redução da umidade traz vantagens logísticas. Ele afirma que, teoricamente, transportar grãos menos úmidos pode diminuir os custos de frete em todo o Brasil. No entanto, ele enfatiza a importância de garantir que esses benefícios sejam extensivos aos produtores rurais.
Agricultor seria o mais penalizado
Ao examinar detalhadamente as consequências da redução da umidade na produção agrícola do Brasil, o presidente da Faep destaca que o país geralmente realiza a colheita sob condições de temperaturas elevadas e com níveis mais altos de umidade, frequentemente nos períodos que precedem ou deixam a colheita.
“Clima e ponto de colheita são fatores incontroláveis. O risco de aguardar queda de um ponto percentual de umidade a campo é inadmissível diante da possibilidade de secagem em ambiente controlado. E o produtor, com margens apertadas de lucro, tentará evitar descontos na entrega de seu produto. A determinação de umidade nas unidades de recebimento já é o ponto de maior conflito na classificação de grãos, ao menos aqui no Paraná, e é também o de menor transparência no que se refere à cobrança pela operação de secagem, quase sempre não discriminadas como serviço, como deveria, mas padronizada em tabelas de descontos, que são os mais variados possível”, argumenta Meneguette.
Uma nota da Faep considera um parecer técnico da Embrapa, que em uma publicação recente sobre o sistema de produção de soja, chama a atenção para os riscos de atrasar a colheita. O relatório aponta que aguardar uma umidade mais baixa pode causar lesões e aumentar a presença de patógenos. Embora estejamos focados na produção de sementes, essas observações são totalmente relevantes para o grão comercializado.
“Além disso, quanto mais seca estiver a lavoura, maior poderá ser a deiscência, com redução acentuada na qualidade do produto. Na mesma publicação, ressalta-se que a soja colhida com umidade entre 13% e 14% tem minimizado problemas de danos mecânicos e latentes nos grãos. Já a colheita de produto com umidade superior a 14% resultará em mais danos mecânicos latentes, e se realizada com teores abaixo de 13%, estará suscetível ao dano mecânico imediato, ou seja, à quebra”, considera o presidente da Faep.
Mapa diz que proposta é técnica
O presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, Ricardo Arioli, aponta que o Brasil adota o padrão de 14% de umidade do grão de soja desde o início do plantio e que a mudança exigiria adaptações para controle de umidade no processo de armazenamento, o que implicaria no aumento dos custos de produção.
Arioli reitera que a CNA está aberta ao diálogo e continuará defendendo a manutenção do teor de umidade da soja de 14% ou uma compensação financeira justa para o produtor rural aceitar a alteração da umidade.
O Ministério da Agricultura justifica que a medida proposta é resultado de um trabalho técnico para melhorar a identidade e qualidade do cereal brasileiro, atendendo a padrões internacionais como dos Estados Unidos e da China. O Mapa tem defendido ainda que não cabe à pasta interferir nas relações comerciais baseadas nestes parâmetros de umidade.
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