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O que podemos aprender com o mercado de leite americano?

As embalagens dos produtos quanto e os sites das empresas buscam deixar claro que as vacas que produzem o leite são felizes e saudáveis

Muito mais do que os clássicos filmes de Hollywood, os cassinos de Las Vegas, os parques da Disney… os Estados Unidos é uma das maiores economias mundiais. 

E no leite? O que podemos aprender com essa grande potência global? Por que precisamos aprender com o setor lácteo americano?

Basicamente, porque os Estados Unidos é a maior economia do mundo. É o país que mais exporta tecnologia, cultura e conceitos para todos os tipos de mercado.  Então, basicamente, é o player que nós temos de mercado que mais dita regras no jogo. Tudo que acontece aqui [EUA] acontecerá no Brasil, em maior ou menor escala,” disse Hayla Fernandes, Médica Veterinária pela Universidade Federal de Goiás, Mestre em uso de tecnologia e sustentabilidade, Costumer Experience com jornada profissional construída em indústrias do agro e consultoria, Dona do perfil Vaca Feliz Oficial e Colunista do MilkPoint, em sua palestra no  Interleite Brasil 2022, no dia 03 de agosto.

Para Hayla, o mercado é como um grande tabuleiro de xadrez, no qual é necessário ser muito estratégicos nas movimentações das peças. “Se nós não formos estratégicos, o nosso concorrente vai ser,” salientou.

O que podemos aprender com o mercado americano?

Maior a variedade, maior a chance de venda

Hayla, que está estudando nos EUA, pontuou que no país “quanto maior a variedade de produtos, maior a chance de venda.”  De acordo com ela, essa é uma máxima do marketing e uma questão psicológica do ser humano.

“Se você tem apenas tênis preto no mercado para vender, ao comprá-lo tem a sensação de que já tem o que você queria ter. Agora, se você tem cinquenta cores e variedades de tipo de tênis (…), você compra um tênis, mas ainda faltam quarenta e nove.

Além disso, quando falamos de variedade, também estamos falando de espaço nas prateleiras e no mercado, reforçou a palestrante. “Espaço de prateleira nada mais é do que um vagão de metrô em que todo mundo quer entrar. E, se você não entrar, outras pessoas entrarão. Se os lácteos não ocuparem espaço na prateleira, entrarão outros produtos. É sempre um pequeno vagão e muita gente querendo entrar.”

Fernandes ainda pontuou que a variedade dos produtos está relacionada a itens como sabores, tamanhos, preços, diferentes nichos de consumo, novos produtos e produtos mistos. Segundo ela, nos EUA, a muçarela é vendida — conforme o habitual — em barra e fatiada. Mas existe também as opções de muçarela ralada em diferentes tamanhos (grande, médio e fino), com cheddar e parmesão, por exemplo. Então, o consumidor que iria comprar apenas a muçarela, tem a opção de adquirir outras variedades de queijos.  

Mensagens ao consumidor

Em relação ao posicionamento do setor lácteo frente ao mercado consumidor americano, Hayla disse que tanto as embalagens dos produtos quanto os sites das empresas buscam deixar claro que as vacas que produzem o leite são felizes e saudáveis. Dessa forma,  a mensagem fica muito clara para quem é urbano.

Além do bem-estar animal, Hayla trouxe a pauta ambiental, na qual, muitas vezes, a pecuária é vista como uma das vilãs do aquecimento global. “Quando os lácteos colocam na embalagem que são carbono positivo, estão passando uma mensagem muito clara para o consumidor (…). É isso que o consumidor quer ver e sentir. Se nós não falarmos isso proativamente no mercado, os nossos concorrentes irão falar.”

A Médica Veterinária também trouxe o caso das embalagens de leite A2 encontradas no mercado americano, que deixam claro que o consumidor não irá sentir nenhum desconforto.

Como exemplo, citou o slogan estampado em uma caixinha de leite A2: “Love milk again,” isto é “Ame leite novamente,” como ilustrado na Figura 1.

Figura 1. Slogan “Love milk again” em embalagem de leite A2 nos Estados Unidos.

Fonte: palestra Hayla Fernandes, Interleite Brasil 2022.

Além do leite A2, Fernandes ressaltou que nas embalagens dos demais produtos lácteos também é evidenciado que leite faz bem para a saúde. “Então, as pessoas começam a olhar o leite de uma forma mais positiva, que o leite faz bem. Sempre com mensagens claras e simples, que não exigem nenhum aprofundamento técnico do consumidor.”

Mídias sociais

Neste item, Hayla mostrou diversas publicações de fazendas de leite americanas, mostrando o contato, cuidado e bem-estar com os animais e comunidade (Figura 2). Indo além das redes, como outro ponto de aproximação com os consumidores, disse que no país existem fazendas de leite que oferecem tours diários abertos para a população.

Figura 2. Publicações em redes sociais de fazendas de leite americanas.

Fonte: palestra Hayla Fernandes, Interleite Brasil 2022.

Bebidas vegetais 

“Existem campanhas muito fortes para a adesão do veganismo ou pelo menos à diminuição do consumo de leite e proteína animal. Independentemente se essas empresas [de bebidas vegetais] estão crescendo ou dando lucro, elas incomodam. Mas o recado é: elas sempre vão incomodar (…). Nós precisamos nos posicionar no mercado, como um produto de respeito, que precisa estar na mesa do consumidor. E, cabe a nós, abrir espaço de prateleira,” disse Hayla finalizando sua apresentação.

Fonte: Milkpoint

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