Pecuária: custo de produção continua caro, e agora?

Especialista crê em baixa significativa só no segundo semestre, com a colheita da safrinha, mas agora o custo de produção continua caro mesmo com queda no preço do milho.

O custo de produção está alto para os pecuaristas, principalmente para os avicultores. Mas há um tímido sopro de otimismo no ar. De acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira (13) pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq), os preços do milho e da soja registraram um leve recuo nos últimos dias, mas ainda se mantêm elevados.

Os preços da soja se enfraqueceram, mas a China, maior importadora da oleaginosa, vem se recuperando da pandemia do coronavírus e deve seguir com a demanda aquecida.

Já os elevados patamares de preços do milho no mercado brasileiro somados às incertezas diante do avanço do Covid-19 fizeram com que compradores diminuíssem o ritmo de aquisição de novos lotes. Soma-se ainda ao cenário as desvalorizações internacionais do cereal, e o resultado é o recuo dos preços domésticos do milho.

De acordo com Ana Luiza Lodi, analista de mercado da FCStone, as medidas restritivas impostas aos americanos por conta do coronavírus têm limitado o consumo do etanol de milho, impactando a demanda.

“Houve um corte muito expressivo na produção do etanol de milho por lá. Já aqui no Brasil a gente aguarda o resultado da safrinha. O produtor segue monitorando os resultados para voltar a vender volumes mais significativos do grão”, explica.

Ana Luiza afirma que as dúvidas em relação à safrinha se mantém até o final de abril e também no mês de maio, já que o clima será determinante para um resultado positivo.

“O valor em queda ainda não reflete tanto no preço da ração e o preço interno do milho continua muito fortalecido. Começamos o ano com uma oferta bem mais restrita depois da exportação recorde do ano passado, e a safra de verão é muito menor que a safrinha. Sendo assim, a grande disponibilidade do milho fica por conta da segunda safra”, avalia. 

Ainda de acordo com Ana Luiza, o dólar muito fortalecido e o real enfraquecido favorecem a exportação brasileira, mas, ao mesmo tempo, é preciso aguardar o resultado da safra americana e de outros países exportadores, como a Ucrânia e Argentina.

“O câmbio é um fator que incentiva as exportações, mas, ao mesmo tempo, o Brasil deve continuar enfrentando grande competição no mercado”, pondera.

Fonte: Canal Rural

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