Frigorífico vê caminhão vazio ao ofertar preço baixo

Pecuarista põe boi pra comer capim e espera negociar lotes mais pesados; Confira por que os preços da arroba estão firmes, embora os frigoríficos reforçam pressão de baixa.

Nesta terça-feira, os preços do boi gordo registram estabilidade na maioria das praças pecuárias do Brasil. Diante das incertezas geradas pela pandemia da Covid-19 e da pressão baixista por parte da indústria compradora, muitos pecuaristas ainda arriscam manter a boiada no pasto, estratégia que contribui para o baixo volume de negócios no mercado pecuário e, consequentemente, o quadro de estabilidade da arroba nas principais praças pecuárias.

Na avaliação da Informa Economics FNP, a decisão de segurar o gado terminado no pasto favorece o ganho de peso a custos mais baixos, o que permite ao produtor negociar os seus lotes mais para frente com maior rendimento de carcaça. No entanto, há sempre o risco de uma queda mais brusca da arroba, situação que não pode ser descartada neste momento, já que o escoamento interno de carne bovina segue comprometido pelo quadro de isolamento social da população.

Segundo informações do Agrobrazil

No app da Agrobrazil, pecuaristas tiveram mais cautela e o número de negociações segue um pouco mais tímido que em março. Em Anhembi/SP, pecuaristas negociaram a Novilha Gorda por R$ 190/@ para animais no mercado interno, pagamento a vista e abate para o dia 15 de abril. Em Pereira Barreto/SP, o valor foi de R$ 200/@ à vista e abate para o dia 21 de abrilO maior destaque é para o mercado do Boi China, confira!

Em Piquerobi/SP, o preço para esse animal é de R$ 202/@ à vista e abate para o dia 28 de abril. Em Naviraí/MS, o valor foi de R$ 183/@ à vista e abate para o dia 25 de abril. Já em Rancharia/SP, foi de R$ 202/@ à prazo com 8 dias e abate para o dia 22 de abril.

A média, segundo app da Agrobrazil, foi de R$ 199,91/@ para a praça de São Paulo, que teve uma variação de preços entre R$ 195 e R$ 202/@, para o Boi Gordo. Já o indicador do Cepea, fechou o dia em R$ 199,10/@ uma queda de 3,15%.

Safras&Mercados

O mercado físico do boi gordo permanece com preços enfraquecidos. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o viés de baixa é mais acentuado nas regiões Centro-Oeste e Norte, com uma diferença significativa para mais nos preços na 

região Sudeste. “Sazonalmente, a oferta de animais terminados é mais escassa nesta época do ano em São Paulo, o que leva os principais frigoríficos locais a buscar boiadas em outras regiões”, assinalou. 

A percepção ainda é de enfraquecimento da demanda avaliando as mudanças de padrão de consumo em meio ao distanciamento social, com o fechamento de restaurantes, redes hoteleiras e outros estabelecimentos. “O que deve ser destacado é que a China voltou a importar volumes substanciais de proteína animal, o que oferece alento ao mercado neste momento de grande incerteza, enquanto os frigoríficos pagam valores mais acentuados para animais padrão China”, pontuou Iglesias. 

  • Em São Paulo, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 195 a arroba, estáveis.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, os preços caíram de R$ 185 a arroba para R$ 184.
  • Em Dourados, Mato Grosso do Sul, os preços ficaram R$ 179 – R$ 180 a arroba, inalterados.
  • Em Goiânia, Goiás, o preço indicado foi de R$ 180 a arroba, estável.
  • Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço ficou em R$ 171.

Atacado

 No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram de estáveis a mais baixos. O escoamento entre as cadeias continua moroso, com latente dificuldade na comercialização das linhas premium, já que o consumidor médio em época de confinamento dá preferência aos cortes de frango congelados, além dos embutidos e dos ovos.  

Assim, o corte traseiro teve preço de R$ 13,50 o quilo. A ponta de agulha ficou em R$ 10,70 o quilo. Já o corte dianteiro recuou de R$ 11,35 o quilo para R$ 11,30 o quilo. 

Compre Rural com informações do FNP, Agência Safras e Agrobrazil

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