O verdadeiro projeto de expansão da cadeia pecuária com um aporte de US$ 325 milhões (R$ 1,6 bilhões); Pecuaristas montam frigorífico, justificando que se cansaram de ver grandes frigoríficos tirando seus lucros e comandando o mercado
No setor agropecuário, uma revolução está em curso com o advento de frigoríficos operados por cooperativas de produtores, como a Sustainable Beef LLC em Nebraska. Este empreendimento pioneiro, ao promover uma maior integração entre os pecuaristas, busca quebrar o domínio das grandes corporações sobre o mercado, oferecendo uma alternativa mais justa e transparente.
A pecuária mundial segue em um crescente movimento diante da demanda aquecida pela proteína animal, principalmente a bovina. Os pecuaristas se cansaram de ver grandes frigoríficos – JBS, Cargill, National Beef e outros – tirando seus lucros e comandando o mercado, justificaram eles. Neste cenário, um projeto visionário que iniciou em 2022 – anúncio feito com exclusividade pelo Compre Rural – eles estão a construir a maior planta de carne bovina do país localizada em Dakota do Sul.
Não houve grande expansão da capacidade de abate de carne bovina nos Estados Unidos desde a década de 1990, quando o pico atingiu 145 mil cabeças por dia, de acordo com Steve Kay, da Cattle Buyers Weekly. Mas tudo está para mudar, a menos de um ano da inauguração do Sustainable Beef LLC em Nebraska.
Os pecuaristas frustrados pegam o “touro pelos chifres” e, quase quatro anos depois de iniciar a construção de uma fábrica independente de carne bovina, o projeto de US$ 325 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhões) está tomando forma.
O futuro local da Sustainable Beef, um frigorífico que fazendeiros e criadores de gado de Nebraska começaram a planejar em 2020, é um dos poucos projetos no Centro-Oeste e nas Grandes Planícies, onde os produtores estão construindo as suas próprias instalações de processamento de carne, numa tentativa de romper com as quatro grandes empresas que dominam o mercado de carne bovina.

Com um investimento maciço em uma planta de 47.000 metros quadrados, a capacidade prevista é de processar 1.500 cabeças de gado por dia, contribuindo significativamente para a economia local com a criação de 875 empregos e um impacto econômico estimado em US$ 1 bilhão.
Pecuaristas montam frigorífico de 47.000 metros quadrados, a capacidade prevista é de processar 1.500 cabeças de gado por dia
A construção da fábrica, que já viu a instalação de centenas de painéis pré-moldados e movimentou quantidades impressionantes de terra, é apenas um exemplo da expansão que o modelo de cooperativa pode oferecer. A escolha por North Platte, Nebraska, não foi por acaso; a região é conhecida por sua forte tradição pecuária, além de estar próxima a importantes recursos, como os grãos de destilaria, subproduto da produção de etanol, utilizados na alimentação do gado.
Atualmente quatro grandes empresas – Cargill, Tyson Foods Inc, JBS SA e National Beef Packing Co – abatem cerca de 85% de todo o gado nos EUA, segundo dados da indústria. O governo culpou a falta de concorrência no setor pelo aumento dos preços dos alimentos. As empresas de carne negam a acusação.
Fato é que o projeto segue a todo vapor e com otimismo por parte dos seus idealizadores, como é possível ver no vídeo divulgado abaixo e obtido pelo Compre Rural. “Esse é o tipo de investimento que a indústria precisará nos próximos anos”, disse Derrell Peel, economista agrícola da Oklahoma State University.
Pecuaristas com foco em sustentabilidade
A estrutura do frigorífico Sustainable Beef é projetada para ser um modelo de transparência: grandes janelas permitem que visitantes e turistas observem o processamento da carne, uma prática que reforça o compromisso da cooperativa com a ética e a sustentabilidade na indústria da carne. O projeto pôs em prática muitas práticas de sustentabilidade, como a gestão de águas residuais, tendo um plano para utilizar 99% da carcaça (os couros serão enviados para Hastings, agricultor usando a digesta, farinha de sangue para aplicação na terra como adubo, e muitos outros).
Este projeto não só visa fortalecer a economia local, mas também representa uma postura firme contra as práticas muitas vezes questionáveis das grandes processadoras, que controlam cerca de 85% do mercado.
Além do mais, o conceito de segurança nacional está intrinsecamente ligado ao projeto, com o objetivo de garantir uma cadeia de suprimentos de carne mais resiliente e menos dependente de conglomerados internacionais. A ideia é que os bezerros nascidos na primavera de 2024 sejam alguns dos primeiros a serem processados na nova instalação, planejada para começar a operar no verão de 2025.

A ideia é que os bezerros nascidos na primavera de 2024 sejam alguns dos primeiros a serem processados na nova instalação, planejada para começar a operar no verão de 2025.
A cooperação e a união dos pecuaristas nesse empreendimento não apenas desafiam o status quo do mercado, mas também reforçam a importância de modelos de negócios que colocam os produtores e a comunidade em primeiro lugar. Este frigorífico é mais que uma planta de processamento de carne; é um bastião de uma nova era para a pecuária americana, uma onde a transparência, a ética e a justiça econômica são tão importantes quanto a produção em si.
Essa história serve de inspiração para os pecuaristas brasileiros, que enfrentam desafios semelhantes em sua relação com as grandes indústrias de processamento de carne. A lição aqui é clara: a união faz a força, e quando os produtores se organizam, eles têm o poder de transformar a indústria. A iniciativa de Nebraska pode muito bem ser um modelo a ser seguido, propondo uma alternativa sustentável que beneficie não apenas os pecuaristas, mas toda a cadeia de produção de carne.
lição aqui é clara: a união faz a força, e quando os produtores se organizam, eles têm o poder de transformar a indústria.

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