
O documento expressa preocupação com a instabilidade no crédito rural, agravada pela suspensão das linhas de financiamento com juros equalizados no início de fevereiro.
Cinquenta entidades do agronegócio divulgaram uma carta conjunta cobrando previsibilidade e aprimoramentos estruturais nos Planos Safra 2024/25 e 2025/26. O documento expressa preocupação com a instabilidade no crédito rural, agravada pela suspensão das linhas de financiamento com juros equalizados no início de fevereiro.
A decisão do governo de interromper temporariamente as contratações do Plano Safra 2024/25 gerou reação imediata da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e do setor produtivo. A resposta foi a edição da Medida Provisória 1289/2025, que liberou um crédito extraordinário de R$ 4,17 bilhões para equalização de juros nas operações de custeio, comercialização e investimento.
Apesar da retomada das contratações, as entidades alertam que a suspensão expôs a falta de previsibilidade e reforçou a necessidade de mudanças estruturais.
Manifesto pelo Plano Safra
O documento foi entregue pela presidente do Instituto Pensar Agro (IPA), Tânia Zanella, à diretoria da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) nesta terça-feira. “Em nome de 50 entidades, entregamos ao presidente Lupion este manifesto sobre a importância que o Plano Safra faz na vida dos produtores rurais. A certeza e a previsibilidade de um Plano Safra robusto traz segurança ao campo às vésperas da safrinha e momento no qual a segurança sobre os recursos precisa prevalecer”, disse Zanella.
“Medidas como essa (suspensão dos recursos subsidiados) podem prejudicar muito quem produz alimentos”, afirmou citando a reação da FPA para a resposta rápida do governo a fim de garantir o retorno imediato dos recursos aos produtores.
“A escassez de crédito ou a oferta com juros elevados inviabilizam investimentos fundamentais para a modernização e sustentabilidade do setor”, afirmam as entidades na carta. O texto também destaca que a interrupção repentina dos financiamentos gerou incertezas no planejamento da produção agropecuária.
As signatárias defendem que a formulação do Plano Safra 2025/26 ocorra com maior antecedência e participação do setor produtivo, garantindo que o programa esteja alinhado às necessidades do agronegócio e contemple políticas para inovação, sustentabilidade e ampliação de mercados.
O documento menciona ainda a atuação da FPA na negociação para a liberação emergencial de recursos, mas enfatiza que apenas medidas pontuais não resolvem o problema.
“A cooperação entre governo, parlamento e entidades representativas é essencial para garantir que o setor agropecuário continue sendo um dos pilares da economia nacional e um dos principais responsáveis pela segurança alimentar”, reforça a carta.
A pressão do setor ocorre em meio a um embate entre a bancada ruralista e o governo. O impasse se intensificou após troca de declarações entre o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. O ministro atribuiu a suspensão à demora na votação do Orçamento pelo Congresso, enquanto Lupion classificou a medida como “total desprezo” ao setor agropecuário. Parlamentares e lideranças do agronegócio avaliaram o episódio como um marco no distanciamento da FPA em relação ao governo.
As entidades reforçam que o volume de recursos destinados ao Plano Safra deve refletir a relevância do agronegócio, que responde por mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, segundo dados setoriais. Entre os signatários da carta estão a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).
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