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Plantio direto melhora produção de mandioca no Sul

Sistema de Plantio Direto de Hortaliças leva produtividade e saúde às lavouras de mandioca; sistema reduz gradativamente os problemas com pragas e doenças

O caminho para tornar a agricultura catarinense cada vez mais sustentável passa pelo Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH). Esse modelo de produção que engaja famílias na transição da agricultura convencional para a agroecológica mostra suas vantagens em um número cada vez maior de culturas – e uma das novidades promissoras é a produção de mandioca. Alcançar cada vez mais sustentabilidade na agricultura é um dos objetivos do governo Carlos Moisés.

O objetivo do SPDH é manter o conforto das plantas, minimizando o estresse ligado a fatores como temperatura, umidade, salinidade e pH do solo, luminosidade e ataque de pragas e doenças. Para isso, o agricultor adota práticas como proteção permanente do solo com palhada, revolvimento restrito à linha de plantio, rotação de culturas e nutrição baseada nas taxas de absorção de nutrientes.

As plantas respondem com saúde e produtividade. Nos 149ha de cultivo de mandioca em SPDH acompanhados pela Epagri em Santa Catarina, a produtividade média é de 32,5t/ha, enquanto a média no cultivo convencional é de 17t/ha. O sistema reduz gradativamente os problemas com pragas e doenças. Na aplicação de herbicidas, há redução de 50%.

Com o solo protegido e bem manejado, as plantas sofrem menos quando há estiagem. Em 2020, enquanto os cultivos convencionais de mandioca registraram perdas de 25% a 30% pela falta de chuva, as lavouras em SPDH acompanhadas pela Epagri tiveram perdas de 5% a 10%.

“No SPDH a qualidade do solo é muito melhor e as plantas sofrem bem menos na estiagem”, diz a agricultora Izelda de Lima, de Seara
“No SPDH a qualidade do solo é muito melhor e as plantas sofrem bem menos na estiagem”, diz a agricultora Izelda de Lima, de Seara / Foto: Epagri

A colheita também fica mais fácil e o aproveitamento das raízes é maior, já que o descarte por defeitos cai de cerca de 20% para 5%. “A principal diferença que a gente vê é que no SPDH a qualidade do solo é muito melhor e que as plantas sofrem bem menos na estiagem. No sistema convencional o solo fica exposto, sofre mais com a erosão, e dá bastante trabalho para retirar os inços”, acrescenta Izelda de Lima, agricultora de Seara.

Nessa propriedade, o apoio da Epagri vai da lavoura à comercialização. A família recebeu suporte na criação e legalização de uma agroindústria de mandioca descascada e congelada, participou de capacitações e entrou para uma cooperativa. A propriedade se tornou uma unidade de referência em cultivo de mandioca e serve para disseminar boas práticas a outros agricultores. Em 2019, Izelda e o esposo Orides aderiram ao SPDH. A área foi sendo ampliada e já são 3 hectares de cultivo nesse sistema. “Estamos muito satisfeitos com as mudanças e com todo o apoio da Epagri”, diz a agricultora.

O plantio direto com mandioca

Basicamente, o plantio direto é um sistema que envolve o não revolvimento do solo, como acontece no sistema convencional. Ou seja, a implantação da cultura é realizada diretamente sobre uma palhada dessecada. “Não revolvendo o solo, existe maior preservação da matéria orgânica, diminui-se o risco de erosão, têm-se custos menores e a cultura fica em um ambiente melhor, com temperatura mais amena e maior manutenção da umidade”, explica o pesquisador Marco Rangel, lotado no campo avançado da Embrapa Mandioca e Fruticultura na Embrapa Soja, em Londrina (PR). O cientista frisa que essas vantagens têm potencial para agregar valor aos produtos processados, uma vez que os consumidores estão cada vez mais exigentes em relação à sustentabilidade do meio ambiente.

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