Preço da arroba embarca na alta com “apagão” da oferta

Viés de alta é mantido nos balcões de negócios com bois e vacas; O mercado segue a trajetória de preços elevados e com tendência altista, refletindo baixa oferta de boiadas.

Nesta quinta-feira (13/8), os preços do boi gordo e da vaca gorda mantiveram o viés de alta, ainda sustentados pelo “apagão” de animais terminados. Em algumas praças, os valores das boiadas ficaram estáveis no dia de hoje, como em São Paulo, onde o boi vale R$ 229/@ e a vaca, R$ 215/@ (pagamentos a prazo), segundo dados levantados pela IHS Markit.

Em outras importantes regiões pecuárias do País, as cotações subiram mais um pouquinho hoje, como nas praças de Tangará e Cáceres, no Mato Grosso, que negociaram o boi a R$ 205/@ e a vaca a R$ 192-193/@, também a prazo.

“Em todo o País, as unidades frigoríficas habilitadas para exportação se destacam, em termos de atuação no mercado, uma vez que a demanda pela carne brasileira segue favorecida no cenário internacional”, destaca a IHS.

Os preços do boi gordo continuaram estáveis nesta quinta-feira, 13, no mercado físico. “O ambiente de negócios permanece firme, mas em São Paulo alguns frigoríficos sinalizam para uma posição mais confortável em suas escalas de abate. Mesmo assim, não há grande espaço para queda dos preços, uma vez que a oferta de animais terminados e prontos para o abate permanece restrita”, diz o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias.

Segundo ele, algumas unidades frigoríficas contam com a incidência de boiadas negociadas na modalidade a termo, além da utilização de confinamento próprio para suprir suas necessidades.

“A demanda doméstica de carne bovina foi muito expressiva ao longo da primeira quinzena do mês, com um resultado positivo das vendas no varejo durante o fim de semana do Dia dos Pais. Por sua vez, as exportações permanecem em bom nível, com a China ainda atuando de maneira bastante enfática no mercado”, destaca Iglesias.

O indicador do Cepea fechou ontem cotado em R$ 227,85/@, uma leve alta em relação ao fechamento do dia anterior. Já a média do app da Agrobrazil, fechou o dia cotado em R$ 226,30/@ com preços variando de R$ 224 a R$ 230/@, na praça de São Paulo.

Giro pelas praças

Na região de Tocantins, a cotação do boi gordo avançou mais um pouco nesta quinta-feira. Indústrias da região alegam dificuldade para compor as escalas de abate, devido ao forte quadro de restrição de oferta.

Em contexto semelhante, a arroba também se valorizou no Pará. Diante dos encarecidos custos da reposição, os pecuaristas condicionam preços mais altos na venda da boiada para conseguir recompor os seus plantéis, informa a IHS Markit.

No Rio de Janeiro, arroba registrou alta nesta quinta-feira, também motivada pela dificuldade da indústria em encontrar animais prontos.

No Centro-Oeste do País, os preços subiram novamente no Mato Grosso e em Goiás. Em ambos os Estados, a elevação das cotações da arroba promoveu um aumento da oferta de animais, e as programações de abate já começam a ser preenchidas para a última semana do mês, relata a IHS.

No dia de hoje, lotes pontuais também foram negociados a valores mais altos no Paraná.

Atacado

Os preços da carne bovina ficaram estáveis no mercado atacadista. Conforme Iglesias, a reposição entre atacado e varejo continua fluindo de maneira satisfatória. Mas a tendência é de que haja um menor espaço para reajustes durante a segunda quinzena de agosto, período que contará com um menor apelo ao consumo.

Com isso, a ponta de agulha permaneceu em R$ 13 o quilo. O corte dianteiro seguiu em R$ 13,30 o quilo, e o corte traseiro continuou em R$ 15,60 o quilo.

Com informações da Agrobrazil, IHS Markit, Portal DBO, Agência Safras

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