Preocupações climáticas impulsionam preços da soja e milho no mercado doméstico

Os mercados domésticos de soja e milho no Brasil testemunharam significativas reações nos preços, impulsionadas por preocupações relacionadas ao clima e estimativas de oferta e demanda; confira

Na última semana, os mercados domésticos de soja e milho no Brasil testemunharam significativas reações nos preços, impulsionadas por preocupações relacionadas ao clima e estimativas de oferta e demanda. De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as atenções se voltaram para a safra 2023/24, com o clima adverso gerando apreensão entre os produtores e afastando-os das negociações envolvendo grandes lotes no spot.

Embora as recentes chuvas tenham trazido alívio para as atividades de campo no Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, a umidade do solo permanece abaixo do adequado para a cultura da soja, conforme apontado pelos especialistas do Cepea. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou um relatório no último dia 8, revisando para baixo a produção brasileira de soja em 2 milhões de toneladas em relação às estimativas de novembro. A nova projeção, apesar da revisão, indica um recorde de 161 milhões de toneladas.

O movimento de alta nas cotações internas da soja ao longo da última semana também está relacionado a estimativas que indicam uma demanda crescente por parte da China na temporada 2023/24.

No mercado do milho, os preços seguem em ascensão na maioria das regiões monitoradas pelo Cepea. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) se aproximou dos R$ 70 por saca de 60 kg, acumulando uma valorização de 9% na parcial de dezembro até o dia 14. Pesquisadores do Cepea apontam que a retração significativa de vendedores, preocupados com o clima e seus possíveis impactos sobre a oferta nos próximos meses, tem mantido o ritmo de negócios lento no mercado nacional.

Do lado da demanda, consumidores demonstram necessidade de repor estoques, especialmente para o final do ano, enquanto as exportações permanecem aquecidas. Até o momento, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma redução de 9% na área destinada ao milho na safra de verão 2023/24 em comparação com a temporada anterior, resultando em uma produção estimada de 25,31 milhões de toneladas, 7,5% inferior à safra anterior. Esses números indicam um cenário desafiador para o mercado de grãos, com a conjunção de fatores climáticos e de oferta e demanda influenciando as decisões dos produtores e investidores nos próximos meses.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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