Presidente Biden acode indústria e afeta frigoríficos brasileiros

Investimento faz parte de uma iniciativa mais ampla para reduzir o que o governo considera forte concentração no setor de processamento de carnes

O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na segunda-feira que vai direcionar US$ 1 bilhão para expandir a capacidade de pequenas processadoras de carne no país. Decisão afeta JBS e Marfrig. O investimento faz parte de uma iniciativa mais ampla para reduzir o que o governo considera uma forte concentração no setor de processamento de carnes.

Segundo comunicado da Casa Branca, o plano tem como objetivo criar “um setor de carnes e aves mais competitivo, justo e resiliente, com melhores ganhos para os produtores e mais opções e preços acessíveis para os consumidores”.

Entre outras medidas, o governo pretende fortalecer as regras que protegem agricultores, pecuaristas e consumidores, aumentar a concorrência e criar mais opções para pecuaristas e consumidores no curto prazo – iniciando projetos independentes de processamento -, facilitar o acesso ao crédito para processadoras independentes, e melhorar a transparência nos mercados de gado.

O governo Biden vem criticando fortemente a indústria de carnes dos EUA, alegando que o setor é controlado por um pequeno número de empresas e que a falta de concorrência prejudica consumidores, produtores e a economia. No mês passado, a Casa Branca disse que os frigoríficos estavam aumentando os preços além da inflação.

Cabe destacar que, na véspera, as ações da JBS terminaram o dia negociados a R$ 36,35, com queda de 4,22%, enquanto as ações da Marfrig recuaram 3,62%, para R$ 21,27, em meio à expectativa pelo anúncio de Biden. As vendas de carne nos EUA respondem por cerca de 75% da receita total de ambos.

A JBS tem nas operações de carne bovina dos Estados Unidos seu maior negócio em todo o mundo. Já a Marfrig, depois da compra da National Beef, viu o peso das operações americanas crescer de forma significativa no resultado geral da companhia. Ambas as companhias tiveram bons resultados do terceiro trimestre de 2021 em grande parte devido às operações americanas. Os papéis de ambas as companhias subiram forte na B3 ano passado, com ganhos de mais de 70%.

com Bloomberg e Estadão Conteúdo

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