Previsão de retorno do La Niña; Vem chuva em Setembro?

A Previsão de retorno do La Niña nos próximos meses é reforçada e um novo padrão de anomalias, TSM, no Oceano Índico pode alterar o clima e o regime de chuvas!

Um novo padrão de anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Oceano Índico pode alterar o clima e o regime de chuvas no Brasil nos próximos meses, de acordo com a meteorologista Paola Bueno, da Meteored. De acordo com ela, trata-se da fase negativa do Dipolo do Oceano Índico, ou DOI.

O modelo climático europeu (ECM) indica a possibilidade de chuvas no Brasil no fim de Agosto e início de Setembro em áreas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, aponta a Consultoria AgResource Brasil. Por outro lado, destacam os analistas, o mapa revela uma volta do tempo seco no Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país entre os dias de 6 a 13 de Setembro.

“A imagem dos mapas climáticos mostra que se trata de um mapa de anomalia de chuvas, ou seja, as áreas em verde podem receber precipitação acima do normal para o período do ano e em laranja, abaixo. A AgResource segue acompanhando as atualizações diárias e também na projeção de um La Niña para o fim do ano”, destacam os especialistas.

De acordo com o Rabobank, o clima será um fator determinante para os agricultores brasileiros a partir do próximo dia 15 do mês de Setembro.

A instituição bancária especializada em agronegócio afirma (na edição de Agosto do seu relatório “Brazilian G&O Monthly Update”) que essa data é decisiva, porque é quando terminam os vazios sanitários em diversos estados brasileiros importantes para a produção agrícola e começa o período de plantio da safra de verão.

A agência meteorológica australiana Bureau of Meteorology (BOM) confirmou a ocorrência de um novo padrão de anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Oceano Índico – a fase negativa do Dipolo do Oceano Índico, ou DOI. A meteorologista Paola Bueno, da Meteored, afirma que o evento pode alterar o clima e o regime de chuvas no Brasil nos próximos meses, inclusive provocando o “retorno da La Niña nos próximos meses”.

A agência meteorológica australiana Bureau of Meteorology (BOM) foi a primeira a confirmar o evento. “Essa é uma oscilação com fortes implicações no regime de chuvas e temperatura da Austrália. A agência prevê que, com a fase negativa do DOI, a Austrália receberá acumulados de chuva acima da média, principalmente no leste do país”, acrescentou.

Foto Ilustrativa

Conforme Paola Bueno, a última vez que o DOI esteve ativo foi em 2019, quando esteve em sua fase positiva – oposta à que é observada atualmente. “Foi uma das mais intensas registradas na história. Esse evento esteve associado a condições extremas de seca e temperaturas altas na Austrália, que desencadearam o pior episódio de incêndios florestais do país.”

O que isso implica para o Brasil?

Segundo a meteorologista, apesar de distante, variações de TSM no Oceano Índico podem influenciar as condições climáticas sobre o Brasil via padrões de teleconexões atmosféricas. “A porção tropical é mais afetada pelas alterações da célula de Walker enquanto que ondas de Rossby originadas no Índico ficam encarregadas de alterar o regime de chuvas sobre as latitudes médias”, disse.

“Em 2019 o Brasil foi bem impactado pela fase positiva do DOI, registrando um déficit de precipitação em quase todo o país durante os meses de primavera e atrasando o início da estação chuvosa. Enquanto no extremo sul do país (Rio Grande do Sul) foram registrados acumulados de precipitação acima da média”, pontuou a especialista.

Ainda segundo Bueno, alguns estudos mostraram que a fase positiva do DOI pode causar ou influenciar um evento de El Niño, enquanto a fase negativa do DOI pode desencadear um evento de La Niña, devido principalmente às alterações dos ventos e TSM sobre o Pacífico Oeste. “Isso corrobora com a previsão de retorno do La Niña nos próximos meses!”, conclui.

As informações são da Agrolink, adaptadas pela equipe MilkPoint. 

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