Primeiro pivô do mundo que irriga luz é lançado na Agrishow

Após incluir módulos led no pivô de irrigação para suplementar luz na lavoura, o próximo passo do Grupo Fienile com a Tecnologia IRRILUCE foi criar o primeiro pivô que não irriga água, irriga somente luz

O Grupo Fienile preparou o lançamento do primeiro pivô para áreas sequeiras do mundo, ou seja, pivô que não irriga água, que irriga somente luz, especialmente para a Agrishow 2022, realizada em Ribeirão Preto, SP. O objetivo é levar a Tecnologia IRRILUCE para além das áreas irrigadas e promover a suplementação luminosa em lavouras de áreas sequeiras.

O CEO do Grupo Fienile, Gustavo Alexandre Grossi, explica que é a mesma estrutura do pivô de irrigação, porém mais leve: “Não vai ter tubulação de água, nem o conjunto de motobombas para bombear água e com isso promove uma redução importante da matéria-prima. A estrutura só vai sustentar os módulos, gerando uma redução de peso de aproximadamente 30%, gastando por sua vez menos energia.” Pontua.

Foto: Divulgação

Mais leve, mais barato e mais acessível, o objetivo é aproveitar a boa distribuição de chuvas regionais para que a suplementação venha contribuir com a produtividade que vem sendo observada nos campos de áreas irrigadas. O engenheiro agrônomo, diretor de pesquisas do Grupo Fienile, Dr. Ernane Lemes, (mestre em Fitopatologia e doutor em Fitotecnia) explica que a suplementação luminosa força o desenvolvimento radicular da planta porque acaba tendo um aumento da parte aérea, ou seja, a parte da planta que fica acima do solo cresce mais com a suplementação luminosa e em consequência também cresce mais o sistema radicular e com esse sistema mais desenvolvido a planta tem mais acesso à água e nutrientes porque ela explora melhor o volume do solo e acaba sofrendo menos com a falta de água. “Quando faltar chuva a ideia é que a planta não reduza tanto a produtividade porque a planta vai ter a suplementação luminosa. A ideia desta suplementação é, além de aumentar a produção quando houver boa distribuição de chuva, é também evitar perda de produção quando houver falta de chuva uma vez que vai ter estimulado o sistema radicular da planta além daquilo que seria o normal para uma planta de áreas sequeiras sem a suplementação luminosa.” Explica.

O também engenheiro agrônomo e professor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Campus de Unai, MG, Dr. Alceu Linares Pádua Júnior (doutor em Produção Sustentável em Qualidade do Solo e da Água), explica a importância do sistema com suplementação luminosa sem irrigação: “Visa explorar a potencialidade do solo em relação aos seus atributos físicos, químicos, biológicos, principalmente a morfologia do solo, que é o que controla o movimento de água no perfil.

Principalmente a planta vai ter uma eficiência maior com a suplementação e vai poder, dependendo do tipo de solo (que varia de acordo com a região onde é instalado o pivô), trazer uma reposta sustentável para o sistema. A planta vai ter um melhor desenvolvimento e consequentemente melhor produtividade.” Complementa.

Foto: Divulgação

O CEO Gustavo Alexandre Grossi explica que o Grupo Fienile tem essa atenção especial com o solo, na busca de sua estruturação utilizando remineralizadores, compostos orgânicos e produtos à base de silício (entre outros), para fazer com que essa planta tenha maior eficiência no aproveitamento de água e menor surgimento de pragas e de doenças, consequentemente tornando o sistema mais viável até pelo melhor desenvolvimento da planta e maior acúmulo de matéria orgânica no sistema, uma vez que matéria orgânica é a peça-chave para manter um sistema sustentável e de alto patamar produtivo. “Desta maneira é importante enfatizar que entre os benefícios da Tecnologia IRRILUCE com o pivô para áreas sequeiras, senão o principal, é que este sistema promove um importante impacto na redução da utilização de água, o que cumpre a missão do Grupo, que é a de produzir mais gerando o menor impacto e preservando o meio ambiente.” Enfatiza.

A Tecnologia IRRILUCE utiliza módulos led acoplados até então ao pivô de irrigação para suplementar luz e complementar o processo de fotossíntese das plantas durante a noite trazendo inúmeros benefícios. Assim como na cultura da cana-de-açúcar como em qualquer outra cultura Dr. Ernane explica que “é importante ter em mente que a Suplementação Luminosa é um coroamento de um trabalho em conjunto, que começa com uma consultoria com cada produtor para entender o que a área dele apresenta de possíveis fatores limitantes e o que é possível melhorar em termos de manejo, estrutura do solo, química do solo, nutrição para a planta, e o próprio modo de lidar com a lavoura, para garantir que a planta tenha plenas condições de se desenvolver quando a tecnologia de Suplementação Luminosa for instalada, porque não adiantaria posicionarmos a suplementação luminosa se a planta não tiver plenas condições de extrair nutrientes e extrair água para se desenvolver”, complementa.

Para Gustavo Alexandre Grossi é importante reforçar que o funcionamento do trabalho não consiste apenas em luz, mas que depende de todo um aparato tecnológico, desde o pivô à utilização da vazão d’água, nutrição de solo, recuperação de estrutura de solo, manejo ligado a tecnologias como remineralizadores de solo, entre outras. Isso sem falar nas pesquisas realizadas durante o processo: “Nós sempre deixamos bem claro no momento em que chegamos até o agricultor que não é somente investir na Tecnologia IRRILUCE, ou adquirir o pivô de irrigação, ou mesmo adaptar o pivô de irrigação de água que ele já possui com a tecnologia de irrigação de luz, é preciso muito mais do que isso. É preciso estar disposto a contribuir com a pesquisa, receber pesquisadores na sua propriedade para avaliar o desenvolvimento do projeto pelo menos nos três primeiros anos”, complementa Gustavo.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM