Produção de sêmen bovino cai 22% no Brasil em 2023

Mesmo com a baixa na produção de sêmen bovino, relatório Index Asbia mostra boas notícias na comercialização e exportação de genética brasileira; confira os destaques

A produção brasileira de sêmen bovino (raças de corte e de leite) em 2023 foi de 19,431 milhões de doses, recuo de 22% ante os 24,757 milhões de doses do ano de 2022. Entretanto se olharmos para o cenário de venda para o consumidor final, não houve queda significativa, mostrando confiança do pecuarista na recuperação dos preços pecuários no próximos anos.

Mais de 14 milhões de fêmeas de corte e 5 milhões de fêmeas leiteiras (dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE) do rebanho bovino nacional foram inseminadas com genética melhoradora em 2023. Os dados constam no Index Asbia, divulgado pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) e coletado pelo Centro Avançado de Estudos em Economia Aplicada (Cepea).

O balanço de 2023 também destaca a consolidação do investimento em genética bovina no rebanho nacional, além das exportações crescentes de sêmen para corte e leite. Enquanto as exportações de corte atingiram 462.837 doses, a genética leiteira embarcou 410.837 doses do material genético para outros países. Ambos foram responsáveis pela venda externa de 873 mil doses, volume 70% maior do que o praticado antes de 2020.

Parte desse sêmen foi enviado para a Índia. A Alta Genetics realizou recentemente uma das maiores exportação de sêmen bovino do Brasil para a Índia. Foram exportadas 40 mil doses da raça Gir Leiteiro para Mumbai, na costa oeste indiana, coletadas de quatro touros da Alta, sendo o Ivã de Brasília, Haroldo Genipapo, Espetáculo e Trovão Santa Edwiges. A iniciativa marca uma significativa abertura de mercado para o comércio exterior do Brasil, comprovando a qualidade genética dos animais desenvolvidos no Brasil.

“Esse crescimento sólido é ainda mais evidente se compararmos ano após ano. Em 2018, a exportação de doses de sêmen para leite não chegava a 200 mil; em 2019/20 não passaram de 235 mil. O mesmo para o corte, que de 2018 a 2020 exportou menos de 283 mil doses por ano. A partir de 2021, ambos os segmentos reagiram com comercialização externa superior a 400 mil doses por ano. Essa consolidação reforça o aumento do interesse internacional pela qualidade da nossa genética bovina”, explica Cristiano Botelho, executivo da ASBIA.

A venda total no mercado interno (corte e leite) foi de 22,496 milhões de doses – redução de 3% ante 23,141 milhões de doses de 2022.

Em vendas para cliente final – quando as empresas de genética comercializam o material diretamente para os pecuaristas –, mais de 17 milhões de doses para corte foram negociadas. Já as doses de sêmen com aptidão para leite obtiveram um aumento de 6% comparado a 2022 – totalizando 5,4 milhões.

historico venda de semen durante os ultimos anos
Fonte: ASBIA / Cepea Esalq/USP

A prestação de serviço de empresas para coletar e industrializar o sêmen de animais de fazendas gerou pouco mais de 1,7 milhão de doses de animais de leite e de corte.

“Em quatro anos, o mercado de sêmen no Brasil cresceu 6 milhões em volume vendido internamente. Isso evidencia a profissionalização do pecuarista e o compromisso de agregar genética melhoradora na produção de carne e de leite. De acordo com os dados levantados pelo Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea), cerca de 23% das fêmeas de corte no Brasil foram inseminadas. Na pecuária leiteira, esse percentual é de 12%. Ou seja, temos grande potencial para otimizar ainda mais a produtividade e levar o Brasil ao patamar mais alto de fornecedor de alimentos para o mundo”, finaliza Botelho.

O executivo da ASBIA pontua que com “a divulgação do Index de forma gratuita no site a entidade democratiza o acesso à informação e compartilha conhecimento para que cada vez mais pecuaristas invistam em genética para melhoria da produtividade e rentabilidade, fortalecendo de forma consistente a pecuária e proporcionando segurança alimentar para cada vez mais pessoas”.

No geral, observa-se que o uso de tecnologias para o melhoramento genético do rebanho nacional, apesar de ter grande influência das oscilações de preços de mercado, sobretudo das cotações do boi gordo, do bezerro e do leite, ainda está em expansão no País. Quando aplicado de forma técnica e acompanhado de planejamento estratégico adequado, os resultados são positivos tanto nos índices produtivos quanto no financeiro.

Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias

Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM