Muitas vezes, produtores se perguntam: “Preciso de um zootecnista ou de um veterinário?”. A resposta correta, na maioria dos casos, é: os dois
O agronegócio brasileiro segue como uma das principais forças econômicas do país em 2025, representando cerca de 25% do PIB nacional e empregando milhões de pessoas direta e indiretamente. Nesse contexto, a profissionalização da gestão das propriedades rurais deixou de ser uma opção e se tornou uma exigência de mercado.
Entre os principais pilares dessa profissionalização está a presença de especialistas capazes de maximizar o desempenho dos rebanhos e assegurar a sanidade dos animais. É aí que entram dois profissionais fundamentais: o zootecnista e o médico-veterinário. Embora com formações e enfoques distintos, ambos desempenham papéis complementares e indispensáveis dentro de qualquer sistema produtivo eficiente.
A interdependência entre zootecnia e medicina veterinária
Muitas vezes, produtores se perguntam: “Preciso de um zootecnista ou de um veterinário?”. A resposta correta, na maioria dos casos, é: os dois. Isso porque a integração das áreas de nutrição, reprodução, genética, manejo e sanidade é o que permite alcançar alta performance produtiva com sustentabilidade econômica e ambiental.
A atuação conjunta desses profissionais reduz perdas, evita desperdícios, melhora indicadores zootécnicos e antecipa problemas sanitários. Dados de campo mostram que fazendas que contam com o trabalho combinado de veterinários e zootecnistas têm um índice 20% maior de eficiência produtiva em comparação com aquelas que dependem apenas de práticas empíricas ou assistência pontual.
O que faz o zootecnista?
O zootecnista é o responsável por planejar, executar e acompanhar toda a estratégia produtiva ligada aos animais, com foco em eficiência, desempenho e qualidade. Seu trabalho é técnico e analítico, baseado em dados zootécnicos e indicadores de produção.
Áreas de atuação do zootecnista:
- Nutrição animal: desenvolvimento de dietas balanceadas, formulação de rações, escolha de volumosos e aditivos conforme a exigência fisiológica dos animais;
- Melhoramento genético: seleção e acasalamento de reprodutores e matrizes para aprimorar características produtivas e reprodutivas;
- Gestão reprodutiva: monitoramento de índices de fertilidade, controle de cio, uso de biotecnologias como IATF (inseminação artificial em tempo fixo) e FIV (fertilização in vitro);
- Manejo e bem-estar animal: organização dos lotes, dimensionamento de áreas, conforto térmico e comportamento dos animais;
- Avaliação de desempenho zootécnico: análise de ganho de peso, conversão alimentar, taxa de natalidade, mortalidade e produtividade.
O que faz o médico-veterinário?
O médico-veterinário é o guardião da saúde dos animais, atuando tanto na prevenção quanto no diagnóstico e tratamento de doenças. Seu papel é essencial para garantir que o rebanho se mantenha saudável, produtivo e dentro dos padrões sanitários exigidos pelos mercados interno e externo.
Áreas de atuação do veterinário:
- Sanidade animal: identificação e controle de doenças infecciosas e parasitárias, implantação de protocolos de vacinação, vermifugação e exames de rotina;
- Clínica e cirurgia veterinária: atendimento emergencial, tratamento clínico e realização de cirurgias corretivas ou preventivas;
- Inspeção e vigilância sanitária: acompanhamento de exigências legais, controle de resíduos e rastreabilidade;
- Controle de zoonoses: prevenção de doenças transmissíveis entre animais e seres humanos;
- Assistência técnica em reprodução: exames ginecológicos e andrológicos, controle de patologias reprodutivas, inseminação e partos assistidos.
Quando contratar um ou ambos os profissionais?
A demanda por zootecnistas e veterinários depende das particularidades de cada propriedade. Veja algumas situações comuns em 2025:
- Propriedades com alta mortalidade ou surtos sanitários devem priorizar a presença de um veterinário para conter danos imediatos e implantar protocolos de biosseguridade;
- Sistemas com baixa produtividade, mesmo com boa saúde do rebanho, podem se beneficiar mais com um zootecnista que reestruture nutrição, manejo e genética;
- Projetos de expansão, tecnificação ou transição para modelos mais sustentáveis (como produção de carne carbono neutro ou leite A2A2) exigem a atuação integrada dos dois profissionais;
- Empreendimentos de médio a grande porte, com produção intensiva ou integração com indústria, geralmente mantêm uma equipe técnica fixa com ambos os especialistas.
O novo perfil do produtor rural e a diferença entre zootecnia e veterinária
O perfil do produtor rural em 2025 já não se limita ao conhecimento empírico passado de geração em geração. Cada vez mais conectados e estratégicos, os produtores sabem que investir em assistência técnica especializada é sinônimo de rentabilidade.
Com margens apertadas, custo de insumos em alta e pressão por sustentabilidade, decisões baseadas em dados técnicos e acompanhamento profissional são decisivas para manter o negócio viável. Nesse cenário, a colaboração entre zootecnistas e veterinários deixou de ser diferencial e passou a ser requisito básico para quem quer se manter competitivo.
O futuro da pecuária e da produção animal no Brasil passa por uma gestão técnica e profissionalizada. Enquanto o veterinário assegura a saúde e bem-estar dos animais, o zootecnista estrutura o sistema produtivo para alcançar máxima eficiência.
Trabalhando juntos, esses profissionais potencializam a rentabilidade, reduzem perdas, otimizam recursos e constroem um sistema mais sustentável, ético e tecnicamente avançado. A escolha entre um ou outro pode até existir em situações específicas, mas a integração das duas áreas é, sem dúvida, o caminho mais sólido para o sucesso no campo.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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