R$ 275/@: “Efeito-China” dá rasteira e preço do boi despenca

A China é responsável por quase 60% da carne bovina brasileira exportada e os preços pagos pela tonelada reduziram em média 13% frente ao primeiro trimestre deste ano, derrubando a cotação do boi no mercado interno.

O mercado físico do boi gordo continua com preços enfraquecidos ao longo dessa semana, com a tendência de que os preços continuem caindo no curto prazo. Mesmo a demanda doméstica de carne bovina durante o último bimestre parece não ser suficiente para uma agressiva recuperação dos preços. Além disso, a China, responsável por quase 60% da carne bovina brasileira exportada e os preços pagos pela tonelada reduziram em média 13% frente ao primeiro trimestre deste ano, derrubando a cotação do boi no mercado interno.

Segundo observa a IHS Markit, a pressão de baixa ainda assombra o mercado, porém muitos pecuaristas seguram as suas ofertas, sem ceder ao movimento de queda imposto pelos frigoríficos. “A cautela paira sobre o mercado, tanto na ponta compradora quanto na vendedora”, afirma a IHS.

A mudança da dinâmica de exportação faz a diferença neste momento, com importadores chineses renegociando contratos de maneira mais contundente, tentando reduzir preços em dólar em um momento de forte desvalorização do yuan.

“Os frigoríficos ainda desfrutam de uma posição confortável em suas escalas de abate, encontrando as condições necessárias para manter a pressão sobre os preços junto aos pecuaristas. A incidência de contratos a termo é outro elemento que oferece tranquilidade aos frigoríficos de maior porte”, diz Iglesias da Safras&Mercado.

Segundo o relatório diário da Scot Consultoria, com os preços da tonelada da carne bovina destinada ao mercado chinês em queda, as indústrias frigoríficas de São Paulo estão ofertando menos R$ 2/@ para o boi gordo direcionado ao mercado interno e menos R$ 3/@ para fêmeas gordas, nesta terça-feira (25).

Dessa maneira, o macho terminado está cotado em R$ 275/@ no mercado paulista, enquanto a vaca gorda vale R$ 262/@ (preços brutos e a prazo). A novilha gorda segue negociada por R$ 269/@ nas praças de São Paulo, e o bovino destinado ao mercado da China está cotado em R$ 285/@ (preço bruto e a prazo), acrescenta a Scot.

Já o Indicador do Boi Gordo Cepea, voltou a se igualar as demais consultorias, apontando uma queda diária de -5,79%. Diante dessa variação, os preços recuaram para o patamar de R$ 292,80/@, lembrando que o Cepea utiliza todos os valores – Boi Comum ou Boi China – para compor a média. Já a cotação em dólar, recuou para um dos patamares mais baixos deste ano, ficando cotado a US$ 55,09/@.

A consultoria observa que, neste momento, os importadores chineses estão reduzindo os preços da carne bovina brasileira, o que colocou a indústria exportadora do País em posição de alerta.

“Os preços pagos pela tonelada de carne brasileira comprada pelos chineses reduziram em média 13% frente ao primeiro trimestre deste ano”, calcula a IHS.

Entretanto, na B3, o contrato com vencimento para out/22 passou por valorização de 2,20%, fechando o dia em R$ 293,10/@.

Segundo a Agrifatto, no atacado as distribuições seguem lentas nessa segunda quinzena, tanto para a praça paulista quando para outras regiões importantes como, SC, RJ, RS e NE. Os preços se mantiveram, porém, a proximidade do feriado de Finados (02/11) faz com que os distribuidores considerem reduzir os preços nas próximas negociações semanais.

Exportações em Outubro

O Brasil exportou até a terceira semana de outubro 142.692 toneladas de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, com média diária de 10.192 toneladas, de acordo com dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia.

Este volume é 148% maior do que o verificado em igual mês do ano passado, quando a média foi de 4.109 toneladas por dia. O faturamento no período foi de US$ 841,67 milhões.

Foto: beefpoint.com.br

Na comparação diária, o valor de US$ 5,89 milhões é 14,1% maior do que a média diária de US$ 5,16 milhões de um ano antes. 

Giro do boi gordo pelo país

  • Dessa maneira, em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi ficou em R$ 278. 
  • Já em Dourados (MS), a cotação recuou para R$265.
  • Ao mesmo tempo, em Cuiabá (MT), a arroba de boi gordo finalizou o dia cotada a R$ 252.
  • Simultaneamente, em Uberaba (MG), as cotações ficaram em R$ 275.
  • Já em Goiânia (GO), a arroba continuou cotada em R$ 257.

Preços no atacado da carne bovina

Já no atacado, os preços da carne bovina ficaram estáveis.

De acordo com Iglesias, o ambiente de negócios sugere pela continuidade deste movimento, considerando a lenta reposição entre atacado e varejo durante a segunda quinzena do mês. Persiste o otimismo em torno da demanda no decorrer do último bimestre, período pautado pelo ápice da demanda doméstica.

Então, o quarto dianteiro foi precificado a R$ 16 por quilo.  Já a ponta de agulha teve preço de R$ 15,80. Por fim, o quarto traseiro do boi teve queda e ficou cotado em R$ 21,20 por quilo.

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