Trazemos abaixo, segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os 15 municípios que mais produzem milho no país, que sozinhos respondem por mais de 23 milhões de toneladas do cereal
O Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o maior exportador de milho do mundo, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), referentes à safra 2022/2023, que se encerrou em agosto. O país teve um crescimento de 16,5% entre as duas últimas safras. Segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2021/22, foram colhidas 113,1 milhões de toneladas de milho em solo brasileiro, enquanto na última temporada finalizada, os agricultores produziram 131,8 milhões de toneladas do cereal.
Cabe destacar que, ainda segundo o levantamento, os agricultores destinaram maior área de plantio, saltando de 21,5 para 22,2 milhões de hectares, incremento que representa 3,2% entre as safras. A produtividade média do milho a nível nacional saltou de 5,242 kg para 5,922 kg por hectare, o que representa uma alta de 12,9%.
Com uma safra recorde de grãos, o Brasil aproveitou a pujança do setor para destronar e assumir o posto de maior exportador mundial de milho. A última vez em que o Brasil foi “medalha de ouro” nas exportações de milho foi em 2013, quando os EUA tiveram perdas em sua produção provocadas por uma forte seca. A exportação de milho é essencial para alimentação de rebanhos, ao redor do mundo.
Nesta safra que se encerrou, o Brasil respondeu por 32% das exportações mundiais, enquanto os Estados Unidos, que lideram o mercado de milho há mais de um século, responderam por cerca de 23%. Segundo projeções da USDA:
- o Brasil exportou 56 milhões de toneladas de milho na safra 2022/2023;
- ao passo que os EUA venderam 41,277 milhões de toneladas;
- e, por fim, no mundo, as vendas totais giraram em torno 177,5 milhões de toneladas.
Segundo analistas, será difícil de ver o país perder esse posto, assim como ocorre com a soja desde o ciclo 19/20. Além dessa conquista, o Brasil também ultrapassou a Argentina nas exportações de farelo de soja, deixando os hermanos em segundo lugar.
Mas é claro que todas essas conquistas só são possíveis pela grande força dos municípios que tem no agronegócio a força motriz da sua economia. Esse municípios geram empregos, renda e ajudam o país na liderança internacional em diversos produtos, sendo o agro brasileiro responsável por alimentar uma a cada oito pessoas do mundo.
Trazemos abaixo, segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os 15 municípios que mais produzem milho no país:
- Sorriso (MT) – 3.787.800 milhões de toneladas
- Nova Ubiratã (MT) – 2.144.880 milhões de toneladas
- Nova Mutum (MT) – 1.953.150 milhões de toneladas
- Rio Verde (GO) – 1.846.200 milhões de toneladas
- Maracaju (MS) – 1.596.000 milhões de toneladas
- Campo Novo do Parecis (MT) – 1.558.200 milhões de toneladas
- Jataí (GO) – 1.478.670 milhões de toneladas
- Diamantino (MT) – 1.224.355 milhões de toneladas
- Primavera do Leste (MT) – 1.165.500 milhões de toneladas
- Dourados (MS) – 1.083.000 milhões de toneladas
- Ipiranga do Norte (MT) – 1.067.500 milhões de toneladas
- Lucas do Rio Verde (MT) – 1.058.100 milhões de toneladas
- Sidrolândia (MS) – 1.050.120 milhões de toneladas
- Ponta Porã (MS) – 1.030.032 milhões de toneladas
- Tabaporã (MT) – 1.019.640 milhões de toneladas
Destaque para a região do Centro-Oeste, que possuí as maiores cidades produtoras não só de milho, mas diversas outras culturas. Mato Grosso é ainda o dono do maior rebanho do país, conforme divulgado pelo IBGE, com mais de 34 milhões de bovinos.
Expectativa para safra 23/24
A publicação, divulgada pela Conab, aponta ainda que a produção de grãos na safra 2023/24 deve chegar a 319,5 milhões de toneladas. Se concretizado, o volume se coloca como o 2º maior já colhido na série histórica, contribuindo para a garantia do abastecimento e para a geração de divisas, por meio das exportações.
Cenário oposto é esperado para o milho. Após um cenário muito favorável de preços, rentabilidade e liquidez, nota-se uma intensa redução das cotações do cereal tanto no mercado internacional como no nacional. Com isso, os preços atuais e projetados não possuem uma rentabilidade atrativa para a cultura, o que deverá refletir na redução de área do grão no Brasil na safra 2023/24.
Também é esperada uma menor produtividade no consolidado das três safras no próximo ciclo, o que resulta numa projeção de 119,8 milhões de toneladas de milho, ou seja, 9,1% inferior à temporada 2022/23.
“Mesmo com o consistente aumento do consumo interno do grão, a significativa redução projetada da rentabilidade do milho no país tende a levar a queda na área destinada à cultura”, avalia Santos.
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