São Paulo terá rebanho rastreado a partir de 2025: entenda o novo sistema

O Sistema de Identificação Individual e Rastreabilidade de Bovinos e Bubalinos de São Paulo (SIRBOV-SP) será implementado a partir de 2025; Entenda o sistema que promete revolucionar a pecuária paulista.

Anunciado durante a Feicorte 2024, o Sistema de Identificação Individual e Rastreabilidade de Bovinos e Bubalinos de São Paulo (SIRBOV-SP) será implementado a partir de 2025. Com foco em aprimorar a segurança sanitária do estado e abrir novos mercados para a carne brasileira, o projeto utiliza tecnologia de identificação eletrônica e adesão inicial voluntária.

Confira como o sistema funcionará e o impacto esperado para a pecuária paulista. O avanço da tecnologia e a crescente demanda dos mercados globais por transparência tornam iniciativas como essa essenciais para assegurar a posição do Brasil como líder na exportação de carne.

O que é o SIRBOV-SP?

O SIRBOV-SP é uma iniciativa do estado de São Paulo para rastrear individualmente bovinos e bubalinos por meio de brincos visuais e bottons eletrônicos. O objetivo principal é fortalecer a blindagem sanitária do rebanho paulista, garantindo mais segurança para exportações, especialmente para mercados exigentes como União Europeia e China.

O projeto foi oficializado no dia 19 de novembro, durante a Feicorte, com o apoio do governador Tarcísio de Freitas e do secretário de Agricultura, Guilherme Piai. O sistema será regulamentado em 2025 e, inicialmente, terá adesão voluntária pelos pecuaristas.

Por que São Paulo adotou o sistema de rebanho rastreado?

Além de ser o maior exportador de carne do Brasil, São Paulo desempenha um papel estratégico na cadeia produtiva nacional, recebendo animais de diversos estados. A rastreabilidade agrega valor aos produtos paulistas, alinhando o estado às exigências internacionais e ao novo status de “livre de febre aftosa sem vacinação”, previsto para 2025.

A falta de um sistema nacional de rastreabilidade também impulsionou a criação de sistemas estaduais. Segundo Piai, São Paulo optou por avançar independentemente do governo federal, que discute há anos a implementação de um programa nacional sem sucesso.

Outros estados já adotaram iniciativas similares, como Santa Catarina, que rastreia todo o rebanho desde 2008, e o Pará, que lançou seu sistema em 2023 com foco no controle de desmatamento.

Como funcionará o sistema?

Adesão

  • Voluntária no início: A participação será opcional para os pecuaristas, mas poderá se tornar compulsória, dependendo de regulamentações futuras e demandas do mercado internacional.

Identificação dos animais

  • Cada animal será identificado com um brinco visual e um botton eletrônico, ambos contendo um número único de 15 dígitos, seguindo o padrão ISO Brasil.
  • O número será parcialmente destacado no brinco, facilitando a visualização no manejo diário.

Aquisição dos dispositivos

  • Os brincos e bottons poderão ser comprados em lojas agropecuárias cadastradas.
  • Não será necessária a intervenção de certificadoras: o próprio pecuarista será responsável pela aplicação e pelo registro no sistema.

Registro no sistema

  • O lançamento dos dados será feito por meio do Sistema GEDAVE, utilizando o cadastro de propriedades já existente.
  • Informações como data de nascimento, sexo e raça deverão ser incluídas junto ao número de identificação do animal.

Movimentação e abate

  • Os números de identificação serão vinculados à Guia de Trânsito Animal (GTA), permitindo o acompanhamento dos animais em deslocamento.
  • Em caso de abate ou morte, os números serão “baixados” no sistema, encerrando o ciclo de rastreabilidade.

Fiscalização

  • A fiscalização ficará a cargo da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, que usará auditorias e verificações amostrais para conferir a conformidade das informações.

Impactos para a pecuária paulista

  1. Abertura de novos mercados: O sistema reforça a confiança de importadores na qualidade e na procedência da carne paulista.
  2. Agregação de valor: Produtos rastreados têm maior aceitação em mercados premium, resultando em melhores preços.
  3. Maior segurança sanitária: A rastreabilidade facilita o controle de doenças, como febre aftosa, e diminui o risco de embargos internacionais.
  4. Fortalecimento da cadeia produtiva: O projeto cria um diferencial competitivo para os produtores paulistas.

Perspectivas para o futuro

A implementação do SIRBOV-SP marca um passo importante para consolidar a pecuária paulista no cenário internacional. A expectativa é que o sistema sirva de modelo para outras regiões do Brasil, enquanto o governo federal continua debatendo um programa nacional de rastreabilidade.

Com o avanço da tecnologia e a pressão de mercados globais por maior transparência, iniciativas como essa [de ter o rebanho rastreado] são indispensáveis para manter o Brasil na liderança da exportação de carne.

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