Seu cavalo está no peso certo? Descubra o ECC ideal para garantir saúde e desempenho

Avaliar o escore corporal do cavalo é essencial para manter o animal saudável, equilibrado e com desempenho máximo nas pistas e nas baias.

Manter um cavalo no peso certo não é apenas uma questão estética — é uma questão de saúde, rendimento e longevidade. Animais com baixo peso podem apresentar fraqueza, baixa imunidade e queda de performance, enquanto os que acumulam gordura em excesso ficam mais propensos a problemas metabólicos, cólicas e laminite. Para identificar o equilíbrio ideal, criadores e veterinários recorrem ao Escore de Condição Corporal (ECC) — um método simples e eficaz que permite medir o estado físico dos equinos de forma objetiva.

O ECC é uma ferramenta amplamente utilizada para avaliar a quantidade de gordura armazenada em pontos específicos do corpo do cavalo. A escala vai de 1 (muito gragro) a 7 (obeso), sendo 4 o escore considerado ideal. A avaliação combina observação visual e palpação de áreas-chave, como o pescoço, cernelha, costelas, lombo, garupa e base da cauda.

O objetivo é garantir que o cavalo esteja em boa condição física e nutricional, equilibrando reservas energéticas sem excessos ou deficiências. Essa prática dispensa o uso de balanças e pode ser aplicada em qualquer propriedade.

Classificações do Escore Corporal do Cavalo

1. Muito magro

As vértebras lombares, costelas e base da cauda ainda estão bem destacadas, mas já há leve cobertura de gordura sobre os processos espinhosos. Ossos da garupa (ílios e ísquios) continuam visíveis e a estrutura óssea do pescoço e ombros é menos perceptível.

2. Magro

Há presença de gordura até metade dos processos espinhosos vertebrais e uma leve cobertura sobre as costelas. As divisões das vértebras dorsais ainda são visíveis. A base da cauda é proeminente, mas as vértebras não se individualizam. Há pequena deposição de gordura sobre os ísquios, mas os ílios continuam aparentes.

3. Moderadamente magro

Os processos espinhosos se sobressaem levemente. As costelas aparecem superficialmente, e já se nota gordura na base da cauda. A cernelha, ombros e pescoço começam a perder a aparência muito magra, embora ainda sem plenitude.

4. Moderado (peso ideal)

A gordura ao redor da base da cauda ganha aspecto esponjoso. As costelas não são visíveis, mas podem ser facilmente palpadas. Ombros e pescoço apresentam harmonia com o corpo, e o cavalo demonstra condição física equilibrada e saudável.

5. Pouco acima do peso

gordura depositada ao lado da cernelha, codilho e pescoço, com leve acúmulo também na região lombar. As costelas têm consistência esponjosa, e a base da cauda fica visivelmente mais macia.

6. Sobrepeso

O cavalo pode apresentar gordura na região lombar e entre as costelas, que ainda são perceptíveis ao toque, mas encobertas por camadas mais espessas. Há depósitos visíveis ao lado da cernelha, codilho, base da cauda e pescoço.

7. Obeso

As regiões da cernelha e codilho estão repletas de gordura. O pescoço engrossa, a face interna das coxas apresenta gordura acumulada e há grande dificuldade em sentir as costelas.

Além da avaliação visual, é possível acompanhar o peso com ferramentas práticas:

  • Fita de pesagem: mede o perímetro torácico e fornece uma estimativa próxima do peso vivo.
  • Fotografias periódicas: tiradas a cada duas semanas, ajudam a detectar mudanças sutis.
  • Profissional especializado: veterinários e zootecnistas podem calcular planos alimentares e de exercício adequados para cada caso.

Se o cavalo estiver abaixo do peso, é importante ajustar a dieta com fontes de energia seguras, como óleos vegetais e rações balanceadas, mantendo boa oferta de forragem.
Para cavalos acima do peso, a estratégia é reduzir gradualmente o concentrado e aumentar a atividade física, priorizando a ingestão de volumoso de qualidade.

Qualquer mudança alimentar deve ser gradual, respeitando o tempo de adaptação do trato digestivo — o ideal é permitir 4 a 6 semanas para mudanças perceptíveis na condição corporal.

Escore ideal e variações por categoria

  • Cavalos de sela e lazer: entre 4 e 6 pontos.
  • Cavalos atletas: entre 4 e 5 pontos, para garantir leveza e agilidade.
  • Éguas prenhes (último terço de gestação): entre 5 e 6 pontos, garantindo reservas energéticas para lactação e recuperação pós-parto.

Animais muito magros ou obesos sem motivo aparente podem estar enfrentando problemas metabólicos ou hormonais, como síndrome de Cushing, resistência à insulina ou parasitismo interno. Nesses casos, a avaliação veterinária é indispensável.

Acompanhar o Escore de Condição Corporal é uma das formas mais simples e eficientes de cuidar da saúde e do desempenho dos cavalos. Um animal equilibrado, nem magro demais, nem gordo em excesso, vive mais, rende melhor e reflete o compromisso do criador com o bem-estar e a excelência da criação.

Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM