Soja brasileira no patamar de R$ 167,00/sc, veja!

Para a safra 2020/21, que ainda não ganhou corpo na colheita, a referência de negócios já busca os R$ 160,00/sc em grande parte do país.

No dia que o dólar resolveu “descansar” quem deu o tom para a manutenção da soja brasileira no patamar de R$ 167,00/sc em Paranaguá/PR foram as cotações em Chicago, que voltaram a bater recorde. Para a safra 2020/21, que ainda não ganhou corpo na colheita, a referência de negócios já busca os R$ 160,00/sc em grande parte do país.

Nos EUA, o anúncio de novas vendas para a China abriu espaço para que a oleaginosa se valorizasse novamente na CBOT, o contrato com vencimento para março/21 atingiu os US$ 13,75/bu na sexta-feira, subindo 1,44%. Além disso, o relatório de oferta e demanda que o USDA divulgará amanhã pode trazer um estoque de soja ainda menor, com pouco menos de 4 milhões de toneladas.

Veja o que esperar dos preços da soja

O ano de 2021 para o mercado de soja começa com o mesmo panorama observado no ano passado. A demanda chinesa pelo grão seguirá como fator importante para os preços. Além disso, as cotações na Bolsa de Chicago seguem tendo impacto do clima seco observado nas lavouras da América do Sul.

Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista Luiz Fernando Roque, da consultoria Safras & Mercado:

  • O mercado de soja inicia o ano atento principalmente a fatores ligados à oferta de soja nesta nova temporada. Os players também continuam avaliando os movimentos da demanda chinesa no mercado internacional e a situação dos estoques norte-americanos. No lado financeiro, o mercado avalia o avanço da vacinação contra o novo coronavírus ao redor do mundo e a transição de governo nos Estados Unidos;
  • O panorama climático da América do Sul continua sendo o principal fator para Chicago. As cotações ganharam muita força na segunda quinzena de dezembro e estenderam os ganhos na primeira semana de janeiro diante de um clima pouco úmido na Argentina e em parte do Sul do Brasil. Embora ainda seja cedo para definições nestas regiões, a tendência de que os efeitos negativos do La Niña alcancem seu auge entre final de janeiro e início de março leva o mercado a antecipar possíveis grandes perdas produtivas, principalmente na Argentina. Os mapas de previsões apontam para chuvas abaixo da média nas próximas semanas, embora não haja previsão de ausência total de chuvas;
  • Nos demais estados brasileiros, apesar de algumas irregularidades registradas em lavouras do Centro-Oeste e do Sudeste, as produtividades médias ainda devem ser satisfatórias. Apenas o avanço da colheita poderá revelar a realidade da safra brasileira, e os trabalhos devem se intensificar a partir de fevereiro;
  • O mercado também se posiciona frente ao relatório mensal de janeiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado no dia 12. A tendência é que o USDA traga um novo corte nos estoques norte-americanos de soja, que já são os menores em cinco safras. Os fortes números de exportação e de esmagamento norte-americanos nos últimos meses podem levar a um aumento nas estimativas do USDA para estes fatores, o que apertaria ainda mais os estoques;
  • No lado financeiro, o mercado continua demonstrando maior tranquilidade frente ao avanço da vacinação em diversos países, o que abre caminho para o retorno de fundos à ponta compradora na renda variável.

Compre Rural informações da Agrifatto e Agência Safras

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