Soja: Veja o que pode mexer no preço nesta semana

De acordo com a consultoria Safras, players estão atentos aos EUA, acompanhando notícias sobre o clima para a nova safra e sinais de demanda chinesa.

A pandemia do novo coronavírus e seus efeitos sociais e econômicos no mundo permanecem como “pano de fundo” para os mercados, de acordo com a consultoria Safras. No mercado de soja, além disso, os player dividem suas atenções entre o clima para o desenvolvimento da nova safra norte-americana e sinais de demanda chinesa pela oleaginosa dos Estados Unidos.

Abaixo, você confere mais informações sobre os principais fatores que podem mexer com os preços da soja na próxima semana. O material foi preparado pelo analista Luiz Fernando Roque, da Safras.

  • O temor de uma segunda onda mundial de contaminações pelo novo coronavírus continua a trazer mau humor para os mercados. O crescimento de casos em alguns países da Europa e da Ásia, além dos EUA, que já passam por processos de reabertura econômica, aumentam as chances de vermos novos lockdowns;
  • Tal fato traz novas incertezas com relação à retomada econômica mundial em 2020, o que é fator negativo para todos os mercados mundiais de renda variável, incluindo Chicago;
  • No lado fundamental do mercado de soja, olhando para a oferta, os players analisam o desenvolvimento das lavouras da nova safra norte-americana. Nesta última semana, o USDA divulgou seu relatório de área plantada nos EUA, e, apesar de ter trazido um aumento na área, o ajuste positivo foi menor do que o esperado, o que trouxe um movimento especulativo para os contratos futuros em Chicago;
  • A partir de agora, o mercado acompanhará diariamente os mapas de previsões climáticas para o cinturão produtor dos EUA. Após várias semanas de tempo favorável, os próximos 14 dias serão mais secos em boa parte dos estados produtores do Meio-Oeste, o que também ajudou no movimento positivo em Chicago;
  • Ainda é cedo para qualquer definição, e a safra norte-americana tem um grande potencial. Mesmo assim, não esperamos nada além de uma grande volatilidade em Chicago derivada do tradicional mercado climático americano;
  • A China deu continuidade a seu movimento de compras de soja norte-americana nesta última semana. Apesar disso, os volumes envolvidos foram restritos;
  • Para Chicago, é importante que as vendas continuem sendo anunciadas e que os volumes envolvidos comecem a crescer. Sem isso, não veremos força suficiente para a busca de patamares maiores.

Soja: ritmo de vendas antecipadas é duas vezes maior que a média para o período

No começo de julho do ano passado, os produtores haviam negociado antecipadamente 14,7% da safra que nem tinha sido semeada. A média normal para o período é de 12,4%.

As vendas antecipadas de soja seguem bastante a frente dos movimentos normais no Brasil. Os preços recordes e em constantes altas estão favorecendo os negócios. Se da safra colhida (2019/2020) não resta muito a vender, a atenção se volta para a safra que nem plantada foi (2020/2021), que já apresenta um ritmo de vendas duas vezes maior que a média para o período.

A comercialização da safra 2019/2020 de soja do Brasil envolve 92,9% da produção projetada, conforme relatório da consultoria Safras & Mercado. Em igual período do ano passado, a negociação envolvia 71,1% e a média para o período é de 74,8%.

Levando-se em conta uma safra estimada pela consultoria de 124,609 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 115,806 milhões de toneladas.

Já a venda antecipada para temporada 2020/2021, que nem foi semeada ainda, chegou a 35,6%.Como a consultoria ainda não tem projeção de safra para a próxima temporada,
a base para cálculo foi a de uma produção igual à deste ciclo. Ou seja, cerca de 49,6 milhões de toneladas já foram comprometidas.

A comercialização da safra futura está bem acelerada na comparação com o ano anterior, quando o índice era de 14,7%, e também supera a média normal para o período, de 12,4%.

Fonte: Agência Safras e Canal Rural

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