Tecnologia faz chover no campo e ajudará na seca, vídeo

Depois de “tirar água de pedra”, Sanepar faz chover na região; Metodologia é feita no espaço aéreo com semeadura de nuvens com água potável para a indução de chuvas.

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) está literalmente fazendo chover nas bacias hidrográficas de contribuição das barragens do Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana (SAIC). A Companhia contratou serviços aéreos especializados de indução de chuvas localizadas com semeadura de nuvens na região do SAIC.

A empresa responsável já ajudou produtores do nordeste na safra e safrinha, além das lavouras de soja em épocas de estiagem na região. Tecnologia pode elevar a agricultura brasileira para outro patamar, trazendo melhores produtividades em regiões de maior escassez hídrica. Conheça abaixo!

A empresa responsável pelo feito foi a Modclima, que deu seus primeiros passos em 1998. O diretor de operações, Ricardo Imai, conta que o projeto nasceu junto à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Foram sete anos desenvolvendo e validando a tecnologia até fechar o primeiro contrato, em 2005.

Foi a partir de 2010, quando as chuvas aumentaram em São Paulo, que a empresa começou a diversificar mais as áreas de atuação. “Começamos com um projeto no Maranhão, com produtores de soja. Foram dez horas de voo para derrubar algumas chuvas e eles conhecerem a tecnologia. Foi tão legal que acabamos voltando mais duas vezes, uma na safrinha e outra em anos posteriores”, conta.

A iniciativa faz parte do conjunto de ações para mitigar o efeito da crise hídrica, na região sul do país, e que já reúne mais de 20 intervenções, entre elas a busca de água em pedreiras, que chegou a ser chamada como “ação para tirar água de pedra”.

Os trabalhos estão sendo feitos pela empresa Modclima Serviços Aéreos Especializados, Pesquisa e Desenvolvimento Ltda., que já realizou os mesmos serviços para outras companhias de saneamento, como a Sabesp (SP) e a Copasa (MG), e também pelo setor agrícola, nas regiões de Toledo e Cianorte, em outros estados brasileiros e até no Gabão, na África.

A primeira chuva induzida ocorreu em 9 de dezembro sobre a Bacia do Passaúna. O processo, chamado de semeadura de nuvens, provocou até o momento 12 chuvas. A semeadura é feita por um avião que, ao sobrevoar uma nuvem promissora, faz a pulverização de gotículas de água potável de diâmetro controlado. Essas gotículas se somam às gotas já existentes dentro da nuvem, que ganham massa e se precipitam em forma de chuva, no local de interesse.

O processo faz parte de um projeto de pesquisa e inovação da Sanepar que será desenvolvido até maio deste ano em Curitiba e Região Metropolitana e inclui o monitoramento e a quantificação das precipitações. A partir dos resultados finais, a Sanepar terá condições de definir se é um método viável para ser replicado em situações semelhantes de crise hídrica e em outras regiões do Estado.

Conheça a tecnologia

Aplicações na Agricultura

Para o setor agrícola, trabalhamos com projetos customizados oferecendo soluções para enfrentar e conviver com a seca e para atender as necessidades de grupos de produtores ou cooperativas com uma área mínima de 30 mil hectares.

Com três anos de experiência em projetos de agricultura, nossa tecnologia também pode ser empregada para otimizar a produtividade de determinadas culturas (soja, milho, cana-de-açúcar, etc). Atuando com equipe dedicada numa região, podemos diminuir a variabilidade das chuvas na área de projeto e garantir uma distribuição ótima de água na plantação.

A Modclima acredita que a tecnologia pode ser parte de uma estratégia preventiva contra a seca, tanto para enfrentar a desertificação como para promover a melhoria da convivência com a seca e promover incremento de água para agricultura.

“Mudamos nossa visão do atendimento emergencial para o incremento de produtividade. Para muitas culturas, inclusive a cana-de-açúcar, a resposta à chuva é muito rápida”, diz.

De acordo com Imai, a cada dez nuvens semeada, sete vem ao chão. A quantidade de chuva vai depender do tamanho das nuvens acumuladas e da umidade disponível nela.

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