Valorização do gado eleva poder de compra de terminadores

Devido ao atual cenário econômico do país e a baixa oferta de gado para abate, os preços da carne suína também aumentaram em comparação com a carne bovina.

GADO – As frequentes avaliações do gado alimentado no primeiro trimestre de 2022 somadas às quedas de preços dos bezerros (8 – 12 meses) e do gado magro trouxeram algum alívio para os terminadores no Brasil. Esse cenário estreitou a relação de troca entre bovinos alimentados e bezerros/gado magro, que, em março, foi o mais favorável aos terminadores em dois anos.

Neste ano (21/dez/22/mar/22), enquanto os preços do boi gordo (Índice CEPEA/B3, São Paulo) aumentaram 4,03%, em termos reais, com média de R$ 344,94/arroba (15 quilos) em março, as cotações para os bezerros vendidos no Mato Grosso do Sul (Índice ESALQ/BM&FBovespa) caíram 8,71%, para R$ 2.800,88/cabeça no mês passado. Assim, um bezerro vendido no MS em março valia 8,12 arrobas de gado alimentado (SP), a relação de troca mais favorável aos terminadores desde março de 2020, quando estava em 8,9 arrobas por bezerro.

A relação de troca média entre gado alimentado e bezerro, calculada pelo Cepea desde 2000, é de 7,71 arrobas/bezerro. Assim, a relação de troca no mês passado ficou ligeiramente 5,31% abaixo da média. Segundo cálculos do Cepea, o momento mais favorável aos finalizadores foi em novembro de 2004, quando a relação de troca foi de 6,03 arrobas/bezerro.

SUÍNOS – Enquanto os preços da carne de frango subiram em alta entre fevereiro e março, as cotações da carne suína não subiram tanto. Assim, a competitividade da carne suína em relação à carne de frango atingiu o maior patamar desde fevereiro de 2019. As valorizações observadas para a carne suína estiveram atreladas à maior liquidez entre o final de fevereiro e o início de março – na segunda quinzena de março, a demanda enfraqueceu e os valores começaram a cair, restringindo maiores altas na média mensal.

No mercado de carne de frango, a crescente demanda externa e a atual baixa oferta de muitos produtos no mercado interno impulsionaram os preços em março. Assim, a carne suína (carcaça especial) ficou 1,58 real/kg mais cara que a carne de frango (frango inteiro resfriado), diferença de preços 27,2% menor que a de fevereiro, confirmando o aumento da competitividade da carne suína.

Em comparação com a carne bovina, os preços da carne suína também aumentaram. No mercado de boi gordo, a baixa oferta de gado para abate sustentou as cotações, porém, a demanda doméstica por carne bovina está fraca, devido ao atual cenário econômico do país, que limitou as maiores valorizações da carcaça bovina em março.

AVES – De pintos de um dia a cortes e miúdos de frango, os preços de todos os produtos pesquisados ​​pelo Cepea no setor avícola brasileiro aumentaram em março. A tendência de alta dos preços, que se acentuou na segunda quinzena do mês, deve-se principalmente à maior demanda externa.

A crescente demanda internacional pela carne de frango brasileira está ligada à guerra Rússia-Ucrânia. Assim como o Brasil, a Ucrânia é um grande fornecedor mundial de carne de frango. Com a guerra, muitos compradores internacionais passaram a importar o produto do Brasil. Além da demanda, os altos custos de produção atuais estão levando os agentes do setor avícola a elevar os preços solicitados por seus produtos, contribuindo para elevar os valores. Apesar dos custos elevados, alguns agricultores podem aumentar a produção, influenciados pela demanda firme do exterior.

Fonte: Cepea

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