Veja o poder impressionante dos zebus nos torneios de pedra; vídeo

Um torneio de puxador de pedra, especialmente aqueles realizados na Índia, é uma competição única que destaca a força, resistência e habilidade de touros zebus em enfrentar tarefas desafiadoras; conheça

No vasto cenário da pecuária brasileira, a raça zebu destaca-se como uma linhagem robusta e adaptável, desempenhando um papel crucial na produção de carne e leite. Com sua origem na Índia, os zebus, especialmente os reprodutores Ongole, conhecidos como Nelore no Brasil, representam uma tradição rica que vai além da mera criação de animais.

As apresentações em pistas de julgamento tornaram-se a espinha dorsal dos campeonatos zebuístas no Brasil, onde a morfologia dos animais é minuciosamente avaliada. No entanto, ao traçarmos nossos olhares de volta à terra mãe do zebu, a Índia, descobrimos uma fascinante adição a essa tradição: os torneios de puxadores de pedra.

Origem da raça

A origem da raça zebu remonta à Índia, onde esses bovinos desempenham um papel vital na cultura, agricultura e economia há milhares de anos. A palavra “zebu” tem suas raízes no sânscrito “gopuccha,” que significa “cauda de vaca,” e é uma referência à característica distintiva dos zebus: uma protuberância adiposa no dorso da cauda, uma adaptação que os ajuda a lidar com climas quentes.

touro puxador de pedra

Historicamente, os bovinos foram domesticados nas regiões do sul da Índia, com destaque para o estado de Gujarat. A notável resistência a climas quentes, a habilidade em se alimentar de vegetação escassa e adaptabilidade a diferentes ambientes fizeram dos zebus animais valiosos para os pecuaristas indianos. Além disso, eram venerados em algumas culturas do país, associados a divindades e frequentemente utilizados em cerimônias religiosas. A disseminação dos zebus para outras partes do mundo começou durante as grandes migrações e comércio, especialmente no século XIX. Através de expedições e trocas comerciais, foram introduzidos em diferentes continentes, incluindo a América do Sul. No Brasil, por exemplo, esses bovinos foram trazidos para contribuir com a pecuária e logo se tornaram uma parte essencial da criação de gado, adaptando-se de maneira notável às diversas condições climáticas e ambientais locais.

Tradições das apresentações em pistas de julgamento no Brasil

A evolução da raça zebu no Brasil é intrinsecamente ligada às tradições estabelecidas ao longo das décadas, especialmente nas apresentações em pistas de julgamento. Originários da Índia, os zebus foram introduzidos no país para contribuir com a pecuária, tornando-se um pilar essencial na produção de carne e leite. Com o tempo, as características genéticas e morfológicas desses animais foram aprimoradas para atender às demandas específicas do ambiente brasileiro.

touro puxador de pedra
A 86ª edição da Expozebu, em Uberaba, deve ter participação de 4 mil animais e receber 320 mil visitantes | Crédito: Divulgação

As pistas de julgamento, que se tornaram o palco central dos campeonatos zebuístas no Brasil, desempenham um papel crucial na seleção de animais de alta qualidade. Esses eventos não apenas proporcionam uma plataforma para exibir a beleza e conformação dos animais, mas também servem como um meio de avaliação genética. Criadores e especialistas avaliam minuciosamente aspectos como pelagem, conformação, e estrutura óssea, buscando aprimorar a linhagem e preservar as características desejáveis da raça.

Além de serem vitrines de excelência genética, as apresentações em pistas de julgamento também desempenham um papel fundamental na promoção da pecuária zebuína no Brasil. Elas oferecem oportunidades para compartilhar conhecimentos, técnicas e inovações, fomentando o desenvolvimento contínuo da criação de zebus no país. Ao destacar e reconhecer os melhores exemplares, esses eventos influenciam diretamente as práticas de reprodução e seleção, contribuindo para a perpetuação e aprimoramento da raça zebu no cenário pecuário brasileiro.

Índia, zebus são desafiados em competições de força

Desvendar a curiosidade única da Índia nos conduz a uma tradição incrível, onde os touros zebus são desafiados em competições de força, adicionando uma dimensão peculiar à seleção desses animais. Além das tradicionais exposições morfológicas, os indianos desenvolveram torneios de puxadores de pedra, destacando uma abordagem que vai além da estética para avaliar a funcionalidade e resistência dos animais.

Nessas competições, como o renomado torneio de Mahanandi, touros são emparelhados para puxar blocos de pedra que pesam toneladas, demonstrando não apenas sua imponência física, mas também sua capacidade de resistir a esforços intensos. A análise vai além da aparência exterior, enfocando a força muscular, ossatura robusta e, crucialmente, a resistência desses animais diante de tarefas desafiadoras. A dupla que consegue arrastar o bloco pela maior distância é consagrada como vencedora, indicando uma combinação excepcional de beleza e habilidade funcional.

Essa tradição revela a importância dada à resistência e aptidão para o trabalho árduo na seleção zebuína no país. Ao desafiar os touros em tarefas que refletem as demandas do trabalho no campo, essas competições proporcionam uma avaliação mais holística e prática das habilidades dos bovinos. É um insight único e revelador sobre como a cultura e tradição na Índia moldam as abordagens de seleção de zebus, mostrando que a funcionalidade é tão valorizada quanto a beleza nas competições zebuísticas.

Como funciona um tornei de puxador de pedra?

Um torneio de puxador de pedra, especialmente aqueles realizados na Índia, é uma competição única que destaca a força, resistência e habilidade de touros zebus em enfrentar tarefas desafiadoras. O evento normalmente ocorre em áreas espaçosas e envolve a preparação de uma pista onde os touros competirão.

Emparelhamento de touros: No início do torneio, os touros são emparelhados em duplas, geralmente escolhidos por critérios que equilibram a força e habilidade de cada animal. O emparelhamento é uma parte crucial, pois influenciará diretamente o desempenho na competição.

Blocos de pedra: Enormes blocos de pedra, muitas vezes pesando várias toneladas, são colocados na pista. Estes blocos representam o desafio que os touros enfrentarão. A escolha de pedras massivas adiciona um elemento de resistência física significativa ao evento.

Desafio de puxar: O desafio para os touros consiste em puxar o bloco de pedra por uma distância específica, determinada pelo comprimento da pista. A força bruta, coordenação e resistência dos touros são testadas à medida que tentam superar a resistência inicial da pedra e movê-la pela pista.

Avaliação e vencedor: A dupla que conseguir puxar o bloco pela maior distância é declarada vencedora do torneio. A avaliação não apenas leva em consideração a distância percorrida, mas também a habilidade demonstrada pelos touros durante a tarefa. A resistência ao longo do percurso é um indicativo crucial de sua aptidão para o trabalho árduo.

Cuidados com os touros: É fundamental garantir o bem-estar dos touros durante a competição. Portanto, medidas são tomadas para garantir que os animais estejam saudáveis e que a competição não represente um risco excessivo para sua segurança.

Esses torneios não apenas proporcionam entretenimento, mas também servem como uma forma prática de avaliar as habilidades dos touros, destacando não apenas a força física, mas também a resistência e a capacidade de trabalho dos bovinos.

Importância da tradição e casos de destaque

Destacar a importância dessas distintas abordagens na seleção zebuína revela uma riqueza de estratégias que contribuem para a excelência da raça. Casos notáveis, como o tricampeão DHEERA na Índia, personificam a harmonia entre estética e funcionalidade. Sua conquista em competições de puxadores de pedra não apenas ressalta sua imponência física, mas também evidencia a valorização da resistência e aptidão ao trabalho no contexto zebuíno indiano.

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tricampeão DHEERA Foto: Divulgação

Um capítulo igualmente fascinante dessa narrativa é a história do pentacampeão importado para a pecuária brasileira em 1962. Originário da região de Tenali, na Índia, esse exemplar fez uma escala em Fernando de Noronha antes de se estabelecer na Fazenda Santa Cecília, de Torres Homem Rodrigues da Cunha. Sua jornada transcontinental não apenas agregou diversidade genética aos rebanhos brasileiros, mas também trouxe consigo as tradições e habilidades características dos zebus indianos.

Esses casos emblemáticos destacam a sinergia global na criação de zebus, transcendentando fronteiras geográficas. A tradição indiana de desafiar touros em provas de força e resistência e a introdução de campeões indianos no cenário brasileiro mostram que a busca pela excelência zebuína é uma narrativa global, onde a beleza, resistência e funcionalidade convergem para moldar o futuro da pecuária. Essas histórias ilustram como diferentes abordagens enriquecem a seleção zebuína, contribuindo para a diversidade e aprimoramento contínuo dessa nobre raça.

Como essas experiências moldaram a pecuária no Brasil

Essas experiências, marcadas pela introdução de tradições indianas e pelos campeões importados, tiveram um impacto significativo na pecuária brasileira, moldando não apenas a genética dos rebanhos, mas também influenciando as práticas e perspectivas dos criadores. A chegada do pentacampeão indiano em 1962, por exemplo, trouxe consigo não apenas a genética excepcional, mas também métodos de seleção e perspectivas únicas, enriquecendo o cenário pecuário nacional.

A introdução de competições de força na Índia, evidenciada pelo tricampeão DHEERA, inspirou uma apreciação crescente pela funcionalidade e resistência dos zebus no Brasil. Criadores passaram a valorizar não apenas a estética dos animais, mas também a capacidade de enfrentar desafios práticos no ambiente de produção. Isso gerou uma mudança gradual na abordagem de seleção, com um reconhecimento mais amplo da importância de características como força muscular, resistência e saúde.

Além disso, a diversidade genética trazida pelo campeão importado contribuiu para fortalecer a base genética dos rebanhos brasileiros. Essa variedade genética é crucial para enfrentar desafios como doenças, mudanças climáticas e demandas específicas de diferentes regiões do país. A combinação de tradições indianas e a introdução de campeões tem, assim, influenciado positivamente a evolução da pecuária brasileira, promovendo uma abordagem mais holística na seleção de zebus e impulsionando a busca pela excelência em todos os aspectos da criação de gado zebuíno no Brasil.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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