Veja opções aos promotores de crescimento na nutrição animal

A crescente preocupação mundial com o uso de alguns agentes promotores de crescimento levaram alguns países a banir ou restringir o uso de algumas substâncias para essa finalidade

O aumento na demanda mundial por alimentos faz com que o impulso na procura de recursos para potencializar a produção de proteína de origem animal também cresça imensamente. O uso de tecnologias e à adoção de estratégias visa ampliar o desempenho dos animais dentro da cadeia produtiva sem comprometer a produtividade. O uso de aditivos promotores de crescimento é usado para obtenção do melhoramento de características de carcaça, aspectos sanitários e zootécnicos dentro da produção de alimentos de origem animal.

Os promotores de crescimento são substâncias distintas dos nutrientes da ração alimentar, que possibilitam o aumento do ritmo de crescimento e melhoram o índice de conversão alimentar, ou seja, alimentos ingeridos pelos animais que são transformados em energia, gordura e carne. Na produção animal, a utilização dos agentes promotores de crescimento se dá em forma de profilaxia (prevenção de doenças) e como potencializadores de desempenho, ganho de peso e conversão alimentar.

A crescente preocupação mundial com o uso de alguns agentes promotores de crescimento e os potenciais efeitos adversos sobre os animais de produção, saúde humana, segurança alimentar e o meio ambiente, levaram alguns países a banir ou restringir o uso de algumas substâncias para essa finalidade. Além disso, existe uma demanda de consumidores que, a cada dia, procuram por alimentos livres de tais substâncias ou que sejam produzidos de uma produção com uso controlado e seguro, ou até mesmo de produções orgânicas, e que respeitem o bem-estar animal (MEHDI et al., 2018; PANDOLFI et al., 2020).

Portanto, há uma grande necessidade de encontrar alternativas eficazes aos promotores de crescimento, gerando a necessidade de pesquisas com possíveis candidatos alternativos para serem usados como agentes promotores de crescimento (SALIM et al., 2018).

Diante deste cenário, quais seriam as alternativas para manter a eficiência produtiva que temos hoje na produção animal?

Alguns estudos da literatura reportam que é possível aumentar o ritmo de crescimento, prevenir doenças, melhorar a digestibilidade da dieta proporcionando aos animais um melhor índice de conversão alimentar, com a administração de uma variedade de produtos alternativos, que vêm sendo pesquisados e estudados e que estão apresentando resultados positivos, proporcionando uma eficiência produtiva similar as que hoje são observadas com o uso dos promotores de crescimento (PANDOLFI et al., 2020).

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Foto: Divulgação

Alternativas aos promotores de crescimento

As alternativas mais pesquisadas e que mais se mostram promissoras incluem substâncias funcionais como, vitaminas, minerais, probióticos, prebióticos, enzimas, acidificantes e extratos vegetais de plantas (DE LIMA, 2017; SALIM et al., 2018).

A combinação destas substâncias alternativas vinculadas a uma adequada gestão sanitária das propriedades produtoras e a biossegurança podem ajudar a alcançar bons resultados e propiciar processos sustentáveis ​​e econômicos, trazendo melhorias à cadeia produtiva. E ao aumentar a imunidade dos animais através do melhoramento do estado sanitário de um rebanho, diminuindo a disseminação de doenças, simultaneamente se terá um ganho na eficiência produtiva que ocasionará a diminuição da necessidade do uso de agentes promotores de crescimento (SILVA et al., 2014; DE LIMA, 2017).

Um número variável de substâncias está sendo propostas como alternativas viáveis ​​ao uso de agentes promotores de crescimento, principalmente dentro da cadeia produtiva de aves e suínos, mas a eficácia ainda depende da compreensão do modo de ação, do entendimento dos desafios de cada sistema de produção para então escolher quais aditivos melhor funcionarão para determinada situação, e principalmente, de mais pesquisas aprofundadas para explorar alternativas confiáveis, eficientes e, claro, econômicas.

Autores

Cristiele Dayane Cardoso dos Santos– Médica Veterinária pela Uniceplac – Gama, DF, Mestranda em Zootecnia pelo IF Goiano – Campus Rio Verde, GO, Bolsista de Mestrado da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás – FAPEG

Aguinaldo Margato Neto – Médico Veterinário pela UNIUBE – Uberaba, MG, Mestrando em Zootecnia pelo IF Goiano – Campus Rio Verde, GO

Mariana Pereira Ribeiro – Zootecnista pela UFV – Viçosa, MG, Mestranda em Tecnologia de Alimentos pelo IF Goiano – Campus Rio Verde, GO

Marília Parreira Fernandes – Zootecnista pela UFU, MG, Mestranda em Zootecnia pelo IF Goiano – Campus Rio Verde, GO

Ana Paula Cardoso Gomide – Zootecnista – UFLA, MG – Doutora em Zootecnia – UFV, MG – Professora no IF Goiano – Campus Rio Verde, GO

Flávia Oliveira Abrão Pessoa – Doutora em Zootecnia pela Universidade Federal de Minas Gerais, Professora do IF Goiano – Campus Ceres, GO

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