Vídeo: Gigantes estão embarcando 22.100 animais no porto

Após despachar o navio com mais de 21.000 bovinos em agosto, um recorde no Porto de São Sebastião; O mercado de animais vivos pelo porto segue aquecido e operando no embarque de três navios, totalizando 22.100 animais.

Há poucas semanas, foi realizado uma das maiores exportações de gado vivo do ano pelo Porto de São Sebastião, no litoral de São Paulo. Ao todo, foi embarcado cerca de 21.084 bovinos vivos com destino à Turquia. Mas não parou por ai, o mercado de animais vivos pelo porto segue aquecido e operando no embarque de três navios, totalizando 22.100 animais. Confira as informações abaixo!

A 25ª Vara Cível de São Paulo acatou, em abril deste ano, o pedido feito via Ação Civil Pública proposta pelo Fórum Nacional de Proteção Animal para proibição da exportação de animais vivos em portos de todo o Brasil. A medida assustou o setor pecuário do país que possuí o maior rebanho comercial de bovinos do mundo e, juntos, conseguiram derrubar de forma rápida a liminar. O mercado de animais vivos é importante para o setor, principalmente em momentos de pressão negativa nos preços da arroba do boi gordo no mercado interno.

Segundo as informações do Porto, todo o processo é acompanhado por profissionais e, além da tripulação, o navio também leva a bordo veterinários que acompanham todo o processo e garantem o bem-estar animal dos bovinos à bordo do navio. Confira o vídeo abaixo com detalhes desse processo.

As informações preliminares são de que o Porto realiza o embarque dos animais em três diferentes embarcações, cada uma com destino e agência operadora específicos, sendo um pela WIlson Sons e outros dois sob o comando da Argo. Todos os navios já estão com datas marcadas e ou fundeados no porto.

Além disso, as divisões de quantidades de animais vivos embarcados são realizadas da seguinte forma:

  • Navio Julia AK, navegando com a bandeira do Líbano, está embarcando 5.600 animais vivos; Este embarque é realizado pela Argo;
  • Navio Hajh Amina, navegando com a bandeira do Togo, vai embarcar 5.000 animais vivos; Este embarque é realizado pela Wilson Sons;
  • Navio Nabousi, navegando com a bandeira do Líbano, vai embarcar 11.500 animais vivos; Este embarque é realizado pela Argo;

Cabe lembrar que toda a operação é acompanhada por auditores fiscais federais agropecuários e agentes de atividades agropecuárias de duas áreas da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa: o Departamento de Saúde Animal (DSA) e a Coordenação Geral da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro). Os cuidados e observação relativos ao bem-estar animal começam bem antes do embarque, ainda nos chamados Estabelecimento Pré-Embarque (EPEs), também com a supervisão da equipe.

Os EPEs são os locais onde os animais permanecem em quarentena para o cumprimento das medidas sanitárias exigidas pelos países importadores. Lá, servidores do Serviço de Fiscalização de Insumos e Saúde Animal (Sisa) acompanham desde a abertura da quarentena e o trato dos animais, até o encerramento, quando eles já cumpriram as exigências e estão prontos para o início da viagem.

Na chegada ao porto, outra equipe assume os trabalhos. O Vigiagro tem a função de verificar se os animais chegaram em condições para embarcar nos navios boiadeiros – construídos exclusivamente para esse fim ou adaptados para isso – e seguirem viagem para o país de destino. A viagem entre os estabelecimentos pré-embarque e o porto deve ocorre no prazo máximo de 12 horas. Já a viagem entre o Brasil e a Turquia (destino da maioria dos animais) pode durar de 18 a 20 dias.

Todo o trabalho envolve planos de manejo, planos de viagem, de contingência, tudo para garantir que os animais sigam em boas condições de saúde e que os ambientes a sua volta garantam segurança e bem-estar”, disse Celso Gabriel Herrera Nascimento, chefe do Serviço Regional de Gestão do Vigiagro da 4ª Região.

Porto se destaca no estado pelo volume de exportação de animais vivos

Em 2023, apenas no Porto de São Sebastião, foram realizados oito embarques, todos para a Turquia, totalizando cerca de 70 mil animais. As exportações podem ser para engorda, abate imediato ou para reprodução. No caso dos animais que estão embarcando nesta semana, o destino será a engorda. Porto ganhou maior notoriedade após a proibição envolvendo o Porto de Santos em 2018, com grande pressão de ambientalistas em relação ao embarque no navio Nada.

Ainda segundo informações obtidas pelo Compre Rural, os dados copilados mostram a força do porto no embarque desse tipo de carga, são cerca de 300.00 cabeças de gado embarcadas nos últimos quatro anos, sendo quase um terço apenas neste ano de 2023. O mercado é grande e pode ajudar o setor pecuário em momentos onde a grande oferta de boi gordo para abate, fazendo dessa uma nova rota de escoamento dessa produção.

Exportação de gado vivo

O Brasil também exporta animais vivos para Egito, Iraque, Palestina, Angola, Argélia, Bolívia, Camboja, Congo, Emirados Árabes Unidos, Equador, Ilhas Maurício, Jordânia, Líbano, Irã, Marrocos, Moçambique, entre outros. Além de São Sebastião, as exportações ocorrem pelos portos de Rio Grande (RS), Imbituba (SC) e Vila do Conde (PA).

Bem-estar animal

O Código Sanitário de Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) entende o bem-estar animal como a sanidade física e mental deles. É preciso que os animais estejam sãos, cômodos, bem alimentados e em segurança, podendo expressar seus comportamentos naturais. Eles não podem passar por situações desagradáveis como dor, medo e desassossego.

exportação de gado vivo

O Código indica também condições mínimas para o bem-estar animal, conhecidas como as cinco liberdades: viver livre de fome, sede e desnutrição; livre de medo e angústia; livre de desconforto físico e térmico; livre de dor, lesões e doenças; e livre para manifestar o comportamento natural. O Mapa atua para que as ações de bem-estar ocorram em todas as fases desse processo. Também capacita todos os envolvidos no manejo animal.

Para se ter uma ideia, na área portuária a fiscalização começa com a vistoria da embarcação, para checar se está apta a receber os bovinos, proporcionando as cinco liberdades. Alimentação e água devem estar disponíveis para todo o percurso, além de equipamentos para abastecer os reservatórios e para promover a ventilação e oxigenação adequadas.

Também é fiscalizado o espaçamento horizontal e vertical onde os animais ficarão, as baias hospitalares, o uso de pisos antiderrapantes e a ausência de objetos perfurocortantes. É obrigatório que haja farmácia a bordo e um planejamento para isolar decks, caso alguma patologia transmissível ocorra durante a viagem.

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