Você sabia que a picada de carrapato pode te deixar alérgico a carne?

A picada do carrapato estrela solitário, repassa um carboidrato que não é produzido pelo corpo humano e ocorre reprogramação do sistema imunológico.

A síndrome alfa-gal (SAG) é uma condição rara cuja origem é tão curiosa como a própria doença. No Brasil, o Amblyomma sculptun, nos Estados Unidos, o A. americanum, e na Europa, o Ixodes ricinus. Após a exposição à saliva do aracnídeo, o indivíduo desenvolve intolerância a certos tipos de carne, que passam a causar uma reação alérgica mediante consumo.

Os casos estavam restritos ao Texas, mas agora o carrapato-estrela se espalhou pelos EUA. Além dele se espalhar facilmente, já existe, inclusive no Brasil, um carrapato da mesma família com a mesma atuação, que está presente principalmente na região sul do país.

Em alguns casos, comer um simples hambúrguer leva pessoas ao hospital com complicações sérias geradas pela alergia. Os pesquisadores acreditam que existem outros tipos de carrapatos que também podem causar alergias, pois há relatos de casos na Austrália, França, Alemanha, Suécia, Espanha, Japão e Coreia.

Essa espécie de carrapato tem uma substância chamada galactose-alfa, um tipo de açúcar que pode ser encontrado nas carnes vermelhas e em produtos com leite. Normalmente, a substância não faz mal.

O problema acontece quando a galactose-alfa entra na corrente sanguínea pela picada do carrapato. O corpo entende que a substância é algo que faz mal para saúde e começa a produzir anticorpos para combater o invasor. A partir de então, o organismo grava essa informação e qualquer galactose-alfa que entre no organismo pela carne provocará uma reação potente imunitária do organismo.

Sintomas

Ao ser picado por algum dos carrapatos causadores da doença, o ser humano começa a sentir os sintomas da síndrome cerca de duas horas após o consumo de carne vermelha. São eles:

  • Tosse;
  • Náusea;
  • Vômitos;
  • Urticária;
  • Angioedema, ou inchaço;
  • Dificuldade para respirar;
  • Queda na pressão sanguínea.

A severidade dos sintomas muda de acordo com a pessoa, então pode ser que eles se apresentem de forma mais leve ou cheguem a ser ameaças à saúde, causando até mesmo anafilaxia. Nem toda exposição ao alfa-gal, nota-se, necessariamente será um gatilho para os sintomas da SAG, mas eles podem acabar surgindo no consumo de leite, carne e gelatina.

Os sintomas são tratados com anti-histamínicos. Em casos mais graves, os médicos passam adrenalina intravenosa para os pacientes. Algumas pessoas já diagnosticadas carregam doses de adrenalina consigo para caso comam algo que não saibam que contém carne, como alimentos industrializados.

Algumas companhias de biotecnologia, como a Revivicor, vêm trabalhando para criar carne sem alfa-gal, por exemplo, modificando porcos geneticamente para não terem a substância na proteína da carne. E esse não é o único benefício da tecnologia: a alfa-gal também gera rejeição de órgãos em humanos, então removê-la torna transplantes entre porcos e humanos possível.

Amostras grátis de bacon, presunto e bisteca suína para portadores da SAG, foram distribuídas pela Revivicor, e planos para futura encomenda da carne para consumo ainda estão em vista. Para quem tem a síndrome, o melhor a fazer por agora é ficar de olho na dieta, eliminando tudo o que causar intolerância.

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