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A força do agronegócio na Bolsa Brasileira

Diante dos recentes acontecimentos, como pandemia, guerra na Europa e forte chegada da inflação, o mundo voltou a olhar com mais atenção para o agronegócio.

Diante dos recentes acontecimentos, como a pandemia, a guerra na Europa e, principalmente, com a forte chegada da inflação, o mundo voltou a olhar com mais atenção para o agronegócio. Isso porque um dos itens de maior importância no orçamento das famílias, a conta do supermercado, foi muito afetada no período.

O que muitos não sabem é que, atualmente, existem diversas formas de investir no setor por meio da Bolsa de Valores —e com um valor inicial baixo.

Mas não me entenda mal: não é porque muitas dessas empresas vão bem que devemos investir em qualquer coisa. Por isso, fiz um resumo dos resultados referentes ao primeiro trimestre deste ano apresentados por algumas das empresas do agronegócio que estão na Bolsa brasileira.

JBS (JBSS3)

Diferentemente das outras grandes produtoras de proteína animal brasileiras, a JBS possui uma grande diversificação, tanto de produtos quanto geográfica. Entre elas, a produção de carne bovina e de aves nos EUA são destaque; sozinhas, em 2021, representaram 60% de sua receita. Sobre seus resultados, dando continuidade à bonança do ano passado, o ano de 2022 se iniciou de forma muito positiva para a empresa, que apresentou aumentos nas vendas e uma melhor lucratividade.

Detalhando e comparando os últimos resultados, em relação ao primeiro trimestre de 2021, a receita subiu 21%, para 91 bilhões de reais; o lucro operacional (EBIT) subiu 107%, para 7 bilhões de reais; e o lucro subiu 151%, para 5 bilhões. Contra o quarto trimestre de 2021, período em que o dólar estava num patamar muito mais alto, próximo aos R$ 5,65, as variações são levemente negativas, o que é compreensível. A receita, por exemplo, caiu 6,5% no período.

SLC Agrícola (SLCE3)

A SLC Agrícola (SLCE3) é uma empresa focada na produção de importantes commodities (soja, algodão e milho) que apresentou um bom resultado no final do dia 11 de maio. Devido ao aumento de preços dos seus produtos no mercado internacional, a SLC Agrícola atingiu uma receita de 2,4 bilhões de reais no primeiro trimestre de 2022, uma alta de 191% na comparação com o período homólogo.

Como sabemos, vivemos um estágio de inflação nos materiais básicos e nos alimentos; logo, essa situação acaba por gerar retornos maiores para a empresa.

A SLC informou ter finalizado tanto o plantio do algodão quanto o do milho safrinha dentro de uma janela considerada ideal pela empresa, o que deve garantir que esses produtos sejam comercializados nos próximos meses.

Neste trimestre, o algodão representou 42% das receitas, e a soja (na foto) 52%. Vale lembrar que a empresa realiza a rotação de cultura e que o milho deve ser destaque nas receitas do terceiro trimestre de 2022.

Já a geração de caixa operacional atingiu 1,3 bilhão de reais, crescimento de 117% contra o primeiro trimestre de 2021. O lucro foi de 797 milhões, expansão de 111%, e o endividamento caiu de 2,4 bilhões no quarto trimestre de 2021 para 2 bilhões em março de 2022. Agora, a empresa está com um indicador de dívida sobre geração de caixa operacional de 0,75, o que é considerado baixo.

BrasilAgro (AGRO3)

A BrasilAgro também apresentou seus resultados nesta semana e mostrou que a sua receita líquida chegou ao valor de 382 milhões de reais, um crescimento de apenas 6% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.

Quando observamos a receita mais detalhada, somente da venda dos seus produtos e não da valorização de sua plantação, o crescimento foi de 90%. Isso porque o seu principal produto, a soja, teve um maior volume comercializado e subiu de preço no mercado internacional. No trimestre, o produto representou 88% das receitas de vendas da companhia.

Apesar do crescimento da receita, a empresa também teve os seus custos bastante elevados, o que pressionou as margens. O custo dos produtos vendidos subiu 39% no período, impactado pela alta dos insumos, principalmente do preço do combustível e dos fertilizantes.

Já a geração de caixa (EBITDA) ficou em torno de 215 milhões no trimestre, 9% menor que o período homólogo, um resultado operacionalmente inferior quando comparado à sua principal comparável na Bolsa de Valores, a SLC.

Conclusão

Com isso, entre essas empresas, os resultados de maior destaque foram os da JBS e da SLC, e o de menor destaque o da BrasilAgro. Comparativamente aos demais segmentos empresariais, o agronegócio não só está resiliente como ainda cresce, enquanto muitos outros setores vêm apresentando dificuldades de atravessar tal período.

Nícolas Merola, analista CNPI.

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