Segundo Ivan Wedekin, a alta dos preços da arroba é uma “ilha da fantasia” e pecuarista pode acabar no prejuízo. Preço do bezerro vai subir mais que o do boi gordo, alerta!
A carne bovina está mais cara e tem provocado agitação no mercado interno. Segundo o diretor da Wedekin Consultores, Ivan Wedekin, a alta no preço é “uma ilha da fantasia” e o produtor não está embolsando os ganhos como se fala. “Pelo contrário, quem faz terminação, engorda e confinamento vai perder dinheiro, porque o preço do bezerro subirá mais que o do boi gordo”, diz.
Ante a valorização dos preços da proteína, discute-se, entre outras possibilidades, a importação do produto. Wedekin afirma que o governo não tem mecanismos para isso e não deve entrar neste assunto. “Quem importa é o setor privado, a indústria”.
O especialista diz, também, que as altas do boi gordo não foram repassadas totalmente para o consumidor final. “Meus estudos indicam que leva até três meses para o atacado repassar a alta para o varejo. No momento em que isso acontecer, a dona de casa vai parar de comprar carne bovina”, diz. Ele afirma que isso fará com que as cotações se ajustem lá na frente.
Bezerro engorda o bolso do criador: preço vai a R$ 9 por quilo. Forte valorização do boi gordo acelera o mercado da reposição e faz cotação acumular alta de 30% no ano!
Os preços dos animais de reposição estão em alta principalmente nos Estados do Centro-Oeste e Sudeste, acompanhando as fortes valorizações do boi gordo nas últimas semanas. Segundo relatos da Informa Economics FNP, com num “efeito dominó”, o mercado de reposição também perdeu complemente a referência de preços, e atualmente há registros de diversas vendas realizadas próximas a R$ 9/kg em algumas praças pecuárias do Brasil Central.
Os elevados índices de chuvas em praticamente todo o território nacional têm colaborado para a recuperação consistente das condições das pastagens, bem no momento em que os pecuaristas buscam planejar os seus rebanhos para abate do próximo ano, acrescenta a consultoria paulista. “A liquidez dos leilões de animais é praticamente absoluta”, destaca a FNP.
A oferta restrita de animais de reposição também explica o aquecimento das cotações. Na avaliação da consultoria, a baixa oferta ocorre não apenas pelo fato de os criadores represarem lotes em função da recuperação da pastagem, mas pela saída de muitos pecuaristas da atividade de cria nos últimos anos, devido ao ciclo de preços baixos.
O Indicador do bezerro ESALQ/BM&FBovespa, Mato Grosso do Sul) fechou essa quinta-feira (29/11) a R$ 1.579,17/cabeça, o que representou elevação de 14,5% sobre o valor de um mês atrás (R$ 1.378,51/cabeça).
Na comparação com o preço nominal registrado no último dia útil de dezembro de 2018, de R$ 1.225,47/cabeça, o Indicador acumula aumento de quase 30% este ano.
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Arroba bate R$ 235 e se aproxima da estabilização. No entanto, é possível que algumas altas ocorram em dezembro por causa da oferta restrita e demanda aquecida
O mercado físico do boi gordo teve preços estáveis nas principais praças de produção e comercialização do país. “O movimento de alta apresenta sinais de esgotamento, enquanto os frigoríficos apontam para algum avanço das escalas de abate após as negociações desta semana, oferecendo algum respiro para a primeira quinzena de dezembro”, comenta o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Segundo ele, ainda não há espaço para queda das indicações, avaliando que a oferta de animais terminados permanece restrita, além da demanda de carne bovina ainda aquecida.
Em São Paulo, preços a R$ 235 a arroba. Em Minas Gerais, preços de R$ 232 a arroba. No Mato Grosso do Sul, preços em R$ 222 a arroba. Em Goiás, o preço permaneceu em R$ 222 a arroba, em Goiânia. Já no Mato Grosso o preço seguiu em R$ 216 a arroba.
Atacado
No atacado, os preços da carne bovina ficaram estáveis. “O movimento de alta aparenta ter alcançado um limite, avaliando a dificuldade do consumidor médio em absorver seguidos reajustes de um dado produto, buscando alternativas que mantenham o padrão de consumo. A consequência da migração da demanda está nos reajustes da carne de frango e principalmente da carne suína no decorrer da semana” disse Iglesias
O corte traseiro teve preço de R$ 20,00 por quilo. A ponta de agulha permaneceu em R$ 12,60 por quilo, enquanto o corte dianteiro seguiu em R$ 12,80 por quilo.
Para o curto prazo, com o mercado do boi gordo em alta e as chuvas em maiores volumes, é provável que o mercado de reposição ganhe mais força.
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