
A retração da oferta somada à necessidade dos frigoríficos provisionarem carne para a demanda de Carnaval explica a alta em grande parte das praças pecuárias do país.
O mercado físico do boi gordo segue com preços firmes principais regiões de produção e comercialização do Brasil. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios segue propício a esses reajustes, avaliando a retomada do consumo no decorrer da primeira quinzena de fevereiro, com restaurantes industriais e escolas retornando às atividades normais”, assinalou Iglesias.
Segundo ele, o pecuarista encontrou as condições necessárias para reter os animais no pasto, avaliando a boa incidência de chuvas a partir da segunda quinzena de janeiro. Em São Paulo, a dificuldade de comprar boiadas fez com que as valorizações alcançassem o boi gordo, a novilha e a vaca gorda.
No estado, a arroba do boi gordo está cotada em R$ 205,00, bruto, R$ 204,50, com o desconto do Senar e em R$200,00, à vista, livre de impostos (Senar + Funrural). A alta comparando dia a dia foi de R$3,00/@ e o pecuarista está recebendo R$10,50 a mais por arroba, na comparação com o início do mês.
Os preços da arroba do boi gordo dispararam no mercado físico durante a segunda semana de fevereiro, dando continuidade ao movimento de alta registrado na primeira semana. De acordo com levantamento da Safras & Mercado, a cotação subiu R$ 10 em Goiânia (GO), entre 6 e 14 de fevereiro, passando de R$ 185 para R$ 195.
“Os frigoríficos iniciaram o mês com escalas de abate bastante apertadas diante da relutância dos pecuaristas em negociar com os valores ofertados”, diz o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias.
Segundo ele, o consumo de carne bovina acelerou com a entrada da massa salarial na economia, acentuando também a velocidade de reposição entre as cadeias atacadistas e varejistas.
“Todos esses fatores somados estão fazendo o mercado ficar bastante aquecido nesta primeira quinzena de fevereiro. Já para a segunda metade do mês, o quadro deve mudar com a queda natural no consumo, típica de fim de mês”, assinalou.
Veja a diferença nos preços da arroba do boi gordo entre 6 e 14 de fevereiro:
- São Paulo: de R$ 199 para R$ 204 (+2,51%)
- Goiânia (GO): de R$ 185 para R$ 195 (+5,41%)
- Uberaba (MG): R$ 190 para R$ 195 (+2,63)
- Dourados (MS): de R$ 183 para R$ 194 (+6%)
- Cuiabá (MT): R$ 175 para R$ 175 (+2,9%)
Como está a demanda externa?
As exportações de carne bovina in natura do Brasil renderam US$ 159,7 milhões na parcial de fevereiro (cinco dias úteis), informa a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A quantidade total exportada pelo país chegou a 33,7 mil toneladas e o preço médio da tonelada ficou em US$ 4.736,20.
Na comparação com janeiro, houve alta de 22% no valor, ganho de 26,8% na quantidade e queda de 3,8% no preço. Em relação a janeiro de 2019, houve ganho de 47,5% no valor, alta de 16,8% na quantidade e ganho de 26,2% no preço.
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Atacado
No atacado, os preços da carne bovina ficaram estáveis após as fortes altas da semana. “A dinâmica de mercado tende a mudar no decorrer da segunda quinzena, avaliando o arrefecimento da demanda que costumeiramente resulta em uma reposição mais lenta ao longo da cadeia produtiva. Além disso, o mercado doméstico não demonstra capacidade de absorver novos reajustes da carne bovina, com o consumidor médio migrando para outras proteínas que causem um menor impacto em sua renda, notadamente a carne de frango”, analisou Iglesias.
O corte traseiro seguiu em R$ 14,65 o quilo. A ponta de agulha permaneceu em R$ 11,95 por quilo. Já o corte dianteiro R$ 12,70 por quilo.
Compre Rural com informações do FNP, Safras&Mercado, Portal DBO e Canal Rural