Arroba mira R$ 265,00 com nova desvalorização, veja

Escoamento lento no mercado doméstico com carne cara e o silêncio da China, continuam a ditar os rumos de queda nos preços da arroba pelo país!

Os preços do boi gordo seguem em queda no mercado interno, pressionados sobretudo pela retração de compradores. Nessa quinta-feira, 14, os preços do boi gordo voltaram a apontar um mercado de desvalorização nas cotações, com recuo em todas as praças pecuárias pelo país. Segundo analistas, o mercado segue truncado com escoamento lento no mercado interno e, ainda, a ausência da China nas exportações.

Não há dúvidas, o momento agora é de que os frigoríficos mantenham as tentativas de compra em patamares mais baixos enquanto não houver uma posição concreta por parte da China, e uma retomada do consumo no mercado interno. Por outro lado, os pecuaristas continuam a amargar os prejuízos nos confinamentos com o alto custo de produção desses animais.

Com o escoamento lento no mercado doméstico e sem a reabertura das exportações para a China, a pressão de baixa segue assolando o mercado do boi gordo. A cotação do boi gordo caiu R$5,00/@ no comparativo diário em São Paulo, enquanto os preços da vaca e novilha gordas estão estáveis. 

Dessa forma, segundo a Scot Consultoria, o boi gordo está sendo negociado por R$272,00/@, preço bruto e a prazo, R$271,50/@ com o desconto do Senar, e R$268,00/@ com o desconto do Funrural e Senar.

Segundo os pesquisadores do Cepea, estes agentes estão incertos quanto ao comportamento das demandas externa e interna pela carne bovina. Do lado vendedor, especialmente diante dos elevados custos de produção, pecuaristas evitam negociar novos lotes a preços mais baixos.

Esse cenário, por sua vez, vem travando as negociações envolvendo o boi gordo. Nessa quarta-feira, 13 de outubro, o Indicador fechou a R$ 270,50, queda de 7,24% no acumulado da parcial deste mês. Já na última quinta-feira, o valor fechou cotado a R$ 271,55/@.

Os negócios realizados nesta quinta-feira, se concretizaram em sua grande maioria na faixa dos R$ 270,00/@. Na B3, o contrato futuro de boi gordo com vencimento para out/21, continuou em desvalorização e fechou o dia cotado em R$ 266,80/@, desvalorizando -1,93 % no comparativo diário.

Segundo a IHS Markit, a maioria das indústrias frigoríficas brasileiras opera, no momento, com escalas de abate confortáveis, o que permite regular o ritmo das compras de gado, diminuindo a necessidade de novas aquisições.

A entrada de lotes oriundos de confinamentos próprios ou de negócios fechados no mercado a termo também ajudam os frigoríficos a manter a pressão de baixa sobre os preços do boi gordo e demais categorias prontas para abater (vacas e novilhas).

China terá carne barata quando levantar embargo

Seja qual for o motivo que leva a China a não liberar as importações de carne bovina, passados mais de 40 dias dos casos notificados de vaca louca como atípicos, não deixa de ser uma estratégia comercial.

Quando o embargo for liberado, o viés de alta para o boi, que a demanda acabará proporcionando, sairá de um piso muito baixo. E a carne também ficará. Desde dia 2 de setembro, quando o mercado acordou com os eventos – o Mapa somente oficializou dia 4 -, o boi gordo já perdeu uns R$ 25, por baixo. 

Caso a China tivesse voltado à importar mais cedo, como no caso de 2019, em 13 dias por exemplo, haveria teto para ser buscado, porque os confinamentos estariam escoando os animais.

E os chineses estavam comprando aceleradamente desde julho. Tanto que os números de exportações em setembro não foram ruins, contabilizando a carne que está estava nos portos e originadas antes da doença registrada.

Agora, qualquer escalada que venha com a retomada dos embarques, a qualquer momento, além de sair de um piso achatado, ainda pega os confinamentos com bois estocados que não foram vendidos nesse período. Bom para os chineses, melhor ainda para os frigoríficos. E para o pecuarista?

Atacado

No mercado atacadista de carne bovina em São Paulo, mesmo com o feriado do dia 12/10 ajudando no escoamento da proteína bovina, o varejo ainda se encontra fragilizado, com os volumes destinados para reposição de estoques limitados. As cotações dos principais produtos comercializados passaram por reajustes, e a carcaça casada fechou cotada em R$ 17,60/kg.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM