As novas habilitações de plantas frigoríficas pela Indonésia – foram onze novas unidades – e a retirada da suspensão de embargo de outras unidades pela China, trouxe expectativa não só no mercado físico, mas também ao mercado futuro!
A oferta de animais terminados se mostrou mais tímida no decorrer da última semana, com o pecuarista mais otimista em relação à alta dos preços após as habilitações da Indonésia – onze novas plantas no total – e a possibilidade de novas habilitações por parte da China – sendo três unidades que estavam embargas. Entretanto, a maior resposta ao novo cenário foi no mercado futuro do boi gordo, com títulos com vencimento para out/23 atingindo o valor de R$ 300,00/@.
Os analistas ressaltam que, apesar de serem positivas as novas habilitações, isso não deve gerar impacto imediato nas vendas de carne bovina brasileira no mercado internacional. Agora, o pecuarista segue com sinal vermelho ligado, avaliando seu planejamento estratégico e, com certeza, deve se atentar e aproveitar as travas de mercado para poder garantir uma boa margem ao longo deste ano, principalmente aqueles que vão em busca do confinamento visando a demanda de final do ano!
Mercado Físico do Boi Gordo
O mercado físico do boi gordo ainda apresenta queda de suas cotações nas principais praças pecuárias do país. Os frigoríficos atuantes nessas regiões ainda contam com escalas de abate mais confortáveis. Além disso, o movimento de queda dos preços da carne afasta a possibilidade de recuperação imediata dos preços.
O cenário é reflexo do grande desequilíbrio entre a oferta de animais para abate (em ritmo crescente nas praças brasileiras) e o atual apetite comprador (em ritmo morno) por parte das indústrias. Com isso, muitos frigoríficos limitaram os abates e passaram a operar com os estoques já existentes.
Segundo apurou a Scot Consultoria, de Bebedouro (SP), a semana termina com a cotação do boi gordo estável, o macho terminado continua valendo R$ 270/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 259/@ e R$ 265/@, respectivamente (preços brutos e a prazo).
O “boi-China”, abatido mais jovem, com até 30 meses de idade, está cotado em R$ 275/@ em São Paulo (preço bruto e a prazo), com ofertas abaixo da referência, acrescenta a consultoria.
Mercado Futuro do Boi Gordo
Os boatos envolvendo a China não impactaram nas negociações no mercado físico durante o dia, diferente do ocorrido nos futuros de boi gordo na B3.
Segundo os dados do pregão regular, na B3, o contrato com vencimento para jan/22 fechou o dia em R$ 289,70/@, com uma leve valorização de 0,05%. Já o maior valor, como é historicamente, foi observado uma forte valorização ao longo da última semana para o contrato de outubro/23, com o valor encerrando a semana em R$ 300,00/@.
O cenário atual trouxe maior expectativa para os pecuaristas e, claro, para as indústrias que trabalham com o mercado externo, apoiado no grande apetite mundial pela carne bovina brasileira.
Exportações
As exportações brasileiras de carne bovina iniciaram 2023 em bom ritmo. Na última segunda-feira, a Secex (Secretaria de Comércio Exterior) reportou que o volume exportado da proteína in natura atingiu 77,8 mil toneladas até a segunda semana de janeiro/23, com uma média diária de 7,8 mil toneladas, avanço de 12,1% sobre a média de dezembro de 2022 e um aumento de 18,4% frente ao observado em janeiro/22.
O preço médio da carne bovina embarcada no período ficou em US$ 4.868,29/tonelada, com baixa de 7% frente ao valor médio de janeiro do ano passado, de US$ 5.233,52/toneladas.
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Segundo a Agrifatto, em relação às escalas de abate, apesar dos frigoríficos ainda encontrarem-se com escalas confortáveis, a programação voltou a recuar 1 dia útil na média nacional, conforme os pecuaristas se afastam das negociações na expectativa de melhores oportunidades. Por outro lado, em São Paulo os frigoríficos fecharam a semana com alta de 2 dias úteis no comparativo semanal, contando com uma programação de 12 dias úteis.
Agora, todas as atenções se voltam para o planejamento estratégico diante do cenário atual, colocando os pecuaristas em um momento delicado e que, segundo analistas, precisam se atentar cada vez mais aos mecanismos de trava e utilização de contrato futuro para garantir margem positiva ao longo deste ano.
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