Os preços do boi gordo podem ter atingido o limite de queda nesta semana, chegando a uma teto de R$ 265,00 como referência na praça paulista, confira!
Os preços do boi gordo voltaram a registrar novas quedas nesta quarta-feira, 20, em importantes praças pecuárias pelo país. Ontem o país teve uma nova decisão sobre as vendas a China, com uma suspensão temporária por 60 dias de produção destinada aos asiáticos. Essa decisão mudou o cenário e colocou os frigoríficos em um momento de tensão, diante do mercado interno fragilizado.
Segundo a estimativa da consultoria Agrifatto, no dia de ontem, é que as referências da arroba bovina no mercado interno estão próximas de um piso diante do ajuste entre a oferta e a demanda. Já no mercado futuro, a volatilidade deve prevalecer na formação de preços até definição da China sobre compra de carne bovina brasileira.
Na praça pecuária de São Paulo as escalas de abate evoluíram, atendendo, em média, de 11 a 12 dias, e com o consumo doméstico fraco, a cotação do boi gordo caiu R$2,00/@ na comparação diária. Os preços da vaca e a novilha gordas se mantiveram estáveis.
Segundo as informações divulgadas pela Scot Consultoria, a referência do boi gordo está em R$267,00/@, preço bruto e a prazo, R$266,50/@ com o desconto do Senar e R$263,00/@ com o desconto do Senar e Funrural.
Já o Indicador do Cepea para o Boi Gordo, a média teve uma forte desvalorização no fechamento com um recuo de -3,54%, o maior das últimas semanas, atingindo o valor de R$ 262,90/@. Ainda segundo a instituição, o boi gordo acumula uma variação negativa de -9,84% no comparativo mensal. Já o preço em dólar segue nas mínimas do ano, fechando cotado a U$ 47,39/@, deixando o boi brasileiro como o mais barato do mundo.
A referência de preço em São Paulo nesta quarta-feira, está na casa dos R$ 265,00/@. Na B3, o contrato futuro de boi gordo com vencimento para out/21 fechou o dia cotado em R$ 267,55/@, desvalorizando -0,52% no comparativo diário.
Ao que tudo indica, o mercado físico do boi gordo em São Paulo continua cauteloso. Todo esse cenário começou depois de uma decisão do governo brasileiro, que suspendeu os embarques após a ocorrência de dois casos atípicos de encefalopatia espongiforme bovina, conhecido como “mal da vaca louca”, nos estados de Mato Grosso e Minas Gerais.
China rejeita carne brasileira
Confirmada a rejeição a contêineres de carne brasileira pela China para cargas que aguardavam o despacho nos portos chineses, foi dada a ordem de retirada desses produtos aos exportadores brasileiros, que agora têm que realocar as cargas para outro país de destino ou providenciar seu retorno para o Brasil.
De acordo com o analista de mercado da Agrifatto consultoria, Yago Travagini, o mercado físico já está precificando a ausência chinesa das compras. “Por esse fato, estamos vendo preços nos patamares de R$ 265,00/@ a R$ 275,00/@ no estado de São Paulo. Em outros estados, a tendência é que o diferencial de base deve aumentar nas próximas semanas”, disse.
“A carga chegou na China e foi desembarcada, mas a alfândega chinesa verificou que esse lote não poderia estar ali já que foi embarcada após o dia 04 de setembro. No entanto, a carga tem um período que pode permanecer no porto e quando encerra esse prazo começa a ser cobrado uma taxa de até US$ 350 por dia”, informou.
Entidades cobram retomada
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Penna Junior, reforça não haver qualquer razão técnica para as vendas de carne à China não serem retomadas imediatamente. Lembrou que os casos identificados com suspeita de vaca louca eram de animais velhos, que sequer foram para a linha de produção.
Penna Júnior também ressaltou que o caso está causando prejuízos aos pecuaristas. “O preço da arroba do boi, por conta dessa suspensão das vendas, já caiu de R$ 315 para R$ 265. Muitos produtores ainda têm que lidar com os altos custos do milho e soja. Há um grande risco, se a situação perdurar, de haver uma bancarrota no setor, desestimulando a atividade”, lamentou.
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Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 263 na modalidade à prazo.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 256.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 270.
- Em Cuiabá, a arroba foi negociada por R$ 253.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 251.
No mercado atacadista de carne bovina, as vendas para o varejo perderam força. As devoluções por problemas de qualidade cessaram e, com isso, o abastecimento para a ponta consumidora segue conforme o programado. Por enquanto, a carcaça casada bovina segue cotada em R$ 17,60/kg, no mesmo patamar da semana anterior.