Boiada estoura porteira e arroba bate R$ 267, confira!

Na volta do feriado, como anunciado, preço da arroba sobe em algumas importantes praças, mas oferta restrita e demanda aquecida é quadro geral pelo país. Sobe mais?

Nesta terça-feira pós-feriado, o preço físico do boi gordo voltou a subir em algumas importantes regiões pecuárias, como nos Estados de São Paulo e no Mato Grosso. Na praça paulista, o valor máximo da boiada terminado atingiu R$ 262/@, a prazo, segundo apurou a IHS Markit. Em Cáceres-MT, o animal pronto subiu para R$ 245/@, a prazo, enquanto que, em Barra do Garças-MT, bateu R$ 248/@, informa a consultoria.

Um dos motivos para o avanço da arroba foi a melhoria na demanda doméstica nesta primeira quinzena de outubro. “O resultado das vendas de carne bovina ao longo do final de semana foi positivo, impulsionadas pelo maior poder aquisitivo da população e pelas comemorações no recesso de segunda-feira”, relata a IHS.

Em São Paulo – referência para outras praças do País –, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 263,00/@, nesta terça-feira (13/10), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 249,96/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 249,95/@.

Já o Indicador do Cepea, voltou a registrar preços uma grande valorização nesta terça-feira, atingindo o patamar de R$ 261,90 por arroba. Esse é o maior valor registrado pelo Indicador, desde a sua criação. O preço é recorde e traz grande otimismo para a semana, já que diversos frigoríficos utilizam o Cepea como referência para suas negociações.

Segundo o analista, os pecuaristas aproveitam o bom momento para negociar os animais que atendem aos requisitos de exportação do mercado chinês. “Esse boi padrão China está muito demandado no mercado neste momento. Tivemos registro de negócios no interior de São Paulo de até R$ 265 reais a arroba, somando todas as bonificações”. Negociações de até R$ 267 já foram observadas!

Neste contexto, os frigoríficos tiveram sua produção pressionada pelo ritmo do escoamento dos cortes e aumentaram as cotações oferecidas pela boiada gorda para conseguir avançar com as programações de abate, observa a consultoria.

Além disso, a oferta restrita de animais terminados em todas as regiões pecuárias do País ainda limita o ganho de liquidez e as compras realizadas preenchem escalas para o final desta semana e início da próxima. “De modo geral, o setor segue com forte tendência altista, uma vez que, além da recuperação parcial do consumo doméstico de proteínas, a manutenção de níveis aquecidos das exportações impulsiona as vendas da carne bovina”, destaca a consultoria.

No atacado, os preços dos principais cortes bovinos ficaram estáveis nesta terça-feira. Embora o ritmo das vendas domésticas tenha melhorado este mês, a oferta de carne se mostra reduzida, reflexo da dificuldade de compra de boiadas no mercado físico.

Mais pra frente

Pensando mais no médio prazo (comportamento do mercado até o final deste ano), o analista Hiberville Neto, da Scot Consultoria, chama a atenção para a tendência do mercado do boi em “devolver” parte das altas recentes da arroba. Tradicionalmente, os preços médios do boi em dezembro são inferiores aos de novembro, portanto, em vez de esperar (ou de tentar adivinhar) o melhor valor de venda da arroba, Neto sugere que os pecuaristas aproveitem a atual onda de alta para fechar negócios.

No entanto, independentemente da decisão a ser tomada, o analista da Scot acredita que os fundamentos altistas serão os mesmos nos próximos meses, com a oferta reduzida de boiada, exportações em alta, e um ritmo melhor de vendas de carne bovina no mercado interno – sobretudo no último mês do ano, período de festas, ou seja, de muito churrasco nos encontros familiares e durante outros momentos de confraternização.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem estáveis. Conforme Iglesias, a tendência é por menor espaço para reajustes ao longo da segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo, levando a uma reposição mais lenta entre atacado e varejo.

Com isso, a ponta de agulha seguiu em R$ 14,25 o quilo. O corte dianteiro permaneceu em R$ 14,30 o quilo, e o corte traseiro continuou em R$ 19,30 o quilo.

Câmbio

O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,97%, sendo negociado a R$ 5,5810 para venda e a R$ 5,5790 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,5230 e a máxima de R$ 5,6270.

Compre Rural com informações da Agrobrazil, IHS Markit, Agência Safras, Scot Consultoria e Portal DBO

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