Bolsonaro assina: “energia solar não será taxada”, veja!

Com nova lei, até quando instalar energia solar para ficar isento da tarifa? Texto prevê a retomada gradual e progressiva da cobrança até 2045; antecipe-se!

O presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto de lei que traz novas regras para consumidores que produzem a própria energia, a chamada geração distribuída. O ato foi publicado no Diário Oficial desta sexta-feira (7), e altera a maneira de distribuição de subsídios para essa modalidade de geração de energia.

O texto determina que quem já possui painéis solares continuará recebendo subsídios até 2045. O benefício também valerá para aqueles que solicitarem acesso à rede de distribuição até um ano após a publicação da lei. Já para quem fizer a instalação após este prazo, haverá um prazo de transição até arcar com todos os encargos.

O repasse começa em 15% em 2023 e assim gradativamente até atingir 100% em 2029. Até lá, os consumidores atendidos pelas distribuidoras, como os residenciais, vão bancar parte dos encargos por meio das contas de luz.

Os grandes consumidores, que compram energia no mercado livre (onde é possível comprar energia diretamente com geradoras ou comercializadoras), não participarão desse rateio – uma “compensação” por ficarem sem recursos da privatização da Eletrobras para abater nas tarifas.

Os custos serão suportados pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo setorial usado para bancar subsídios para diversos segmentos, como irrigadores e empresas de água e saneamento. De acordo com orçamento apresentado pela Aneel, o total de subsídios embutidos nas contas de luz vai atingir R$ 28,8 bilhões em 2022.

Resumidamente, o repasse começa em 15% em 2023 e assim gradativamente até atingir 100% em 2029. Até lá, os consumidores atendidos pelas distribuidoras, como os residenciais, vão bancar parte dos encargos por meio das contas de luz. De acordo com orçamento a Aneel, o total de subsídios embutidos nas contas de luz vai atingir R$ 28,8 bilhões em 2022.

Foto Divulgação.

Vetos presidenciais 

O presidente Jair Bolsonaro vetou dois pontos no marco legal. Um em relação às usinas solares flutuantes que ficam nos reservatórios das hidrelétricas. Ao contrário do projeto inicial, elas não poderão ser consideradas como micro e mini geração distribuída. 

A minigeração também não foi enquadrada nos projetos de infraestrutura. Agora, a normatização do marco legal ficará sob responsabilidade do Conselho Nacional de Política Energética e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

Votação

A votação do texto foi concluída no Congresso em 16 de dezembro após um amplo acordo que envolveu o Ministério de Minas e Energia (MME), associações do setor elétrico e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A intenção era construir um texto de “consenso” para destravar a análise do tema, que dividiu opiniões entre os agentes e parlamentares.

Atualmente, os subsídios cruzados dos usuários que produzem a própria energia são pagos pelos consumidores, mas por meio dos reajustes e revisões tarifárias das distribuidoras. Nesse modelo, as empresas “carregam” esses custos por meses até que a tarifa seja elevada e cubra esses gastos. Pela alteração proposta no projeto, as distribuidoras serão compensadas mês a mês por essas despesas.

A revisão das normas para a geração distribuída se arrasta desde 2019, quando a Aneel apresentou uma proposta para rever o incentivo para o setor.

A discussão, no entanto, foi interditada pelo presidente Jair Bolsonaro, que passou a defender publicamente que não houvesse cobrança de encargos para consumidores que geram a própria energia e enquadrou a diretoria da agência reguladora. Apesar de deter autonomia, a Aneel decidiu deixar a decisão para o Congresso.

Potência solar ainda é pouco explorada no país

Cada vez mais popularizados, os telhados solares já representam cerca de 57% da potência de uma usina de Itaipu, que abastece parte do Brasil e Paraguai. 

A vantagem é que a energia solar não necessita desmatar florestas e toda a problemática das obras de usinas, como retirada de famílias, interferência na biodiversidade e altos gastos públicos. 

Inclusive, a energia solar é uma das apostas das autoridades que se reuniram na Cop26, a Conferência do Clima realizada em Glasgow, na Escócia. No entanto, a energia solar é utilizada somente por 2% da matriz energética brasileira, apesar do país contar com uma das melhores irradiações ao longo do ano.      

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