Bradesco “ofende” pecuaristas e tira vídeo do ar; Veja vídeo

Depois de irritar pecuaristas, Bradesco tira vídeo do ar; Imagens mostram influenciadoras digitais defendendo a redução do consumo de carne; Banco se desculpou com o agro.

Um vídeo sobre sustentabilidade que circula em redes sociais provocou polêmica e levou o banco Bradesco a se retratar em uma carta aberta ao agronegócio brasileiro. No vídeo, três pessoas aparecem dando “dicas” de atitudes mais sustentáveis – culpando a pecuária de corte pelo aquecimento global e incentivando as pessoas a consumir menos carne – associando as medidas a um serviço oferecido pela instituição financeira, que permitiria aos clientes calcularem sua “pegada de carbono”.

“A criação de gado contribui para a emissão dos gases de efeito estufa. Então, que tal a gente reduzir o nosso consumo de carne e escolher um prato vegetariano na segunda-feira?”, diz uma das “apresentadoras” do vídeo. Medida levou o banco a emitir uma nota, na tentativa de se retratar com o setor.

Uma das orientações das personagens do vídeo era a de reduzir o consumo de carne e adotar a prática de comer um prato sem carne pelo menos um dia da semana, às segundas feiras, no movimento que ficou conhecido como Segunda Sem Carne. 

Desrespeito ao setor que movimenta economia do país

Segundo disse a Alta Genetics, em sua nota de repúdio ao vídeo, é inadmissível que apontem a pecuária como a maior responsável pelos problemas climáticos. O agronegócio brasileiro é o mais sustentável do mundo e preserva 66,3% do território brasileiro. É lamentável que uma instituição financeira com quase 80 anos de história se posicione prestando um desserviço como esse.

A base da nossa alimentação é a carne, considerada nutricionalmente o alimento mais rico ao ser humano. E o AGRO DO BRASIL ALIMENTA cerca de 800 MILHÕES DE PESSOAS NO MUNDO.

Ao contrário do que divulgado erroneamente pela instituição financeira, pesquisas da Embrapa esclarecem, que, quando uma fazenda é bem manejada, a quantidade de carbono liberada pelas vacas na atmosfera é compensada pelo carbono que as pastagens e outras culturas vegetais conseguem absorver. 

É com orgulho que produzimos carne e geramos emprego e renda à população brasileira. E o agronegócio brasileiro tem sido a roda motriz da economia. 

Esperamos que a história de um banco criado pelo empresário Amador Aguiar para apoiar a economia brasileira, em especial o Agronegócio, não fique manchada por uma decisão intempestiva de uma diretoria que, infelizmente, não teve cautela e respeito com o nosso agronegócio.

Vídeo polêmico do Bradesco que irritou pecuaristas

As imagens que provocaram a reação negativa mostram três influenciadoras digitais que defendem a redução do consumo de carne. O trio dá dicas de como fazer isso, entre elas, aderir à “Segunda-feira sem Carne”.

“Que tal escolher um prato vegetariano?”, sugere uma das mulheres que aparecem na peça. “A criação de gado contribui para a emissão de gases de efeito estufa”, afirmou outra participante, no vídeo.

O deputado José Medeiros (Podemos-MT) compartilhou as imagens:

Retratação do Bradesco

O Bradesco divulgou uma  “carta aberta” divulgada nesta sexta-feira (24/12). No documento,  reafirma seu apoio ao agronegócio brasileiro e sua “crença indelével” no setor como vetor de crescimento do país.

No comunicado, o Bradesco diz que a posição manifestada por “influenciadores digitais” em relação ao consumo de carne bovina é “descabida”, mas reconhece que, “lamentavelmente”, acabou associada à empresa.

“Importante dizer que tal posição não representa a visão desta casa em relação ao consumo da carne bovina. Pelo contrário. O Bradesco acredita e promove direta e indiretamente a pecuária brasileira e por conseguinte o consumo de carne bovina”, diz a carta. O documento reitera ainda que o conteúdo foi retirado de qualquer ambiente público e foram adotadas “ações administrativas internas severas”.

Foto: Marcella Ávila Frade (Direitos Reservados)

Caso Heineken

Não é a primeira polêmica envolvendo um agrande empresa com o agronegócio, em função de postagens nas redes sociais. Em março deste ano, pecuaristas pediram um boicote à cerveja Heineken por conta de uma postagem que associava uma vida “mais verde” à redução do consumo de carne. A postagem, motivada pela celebração do “Dia Mundial sem Carne”, levou representantes da pecuária a divulgarem uma iniciativa nas redes sociais, que chamaram de “Churrasco sem Heineken”.

Após a polêmica, representantes da cervejaria e de pecuarista chegaram a se reunir e conversar sobre a postagem. A indústria de cerveja também chegou a se manifestar, dizendo não compactuar com a posição manifestada na postagem.

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