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Brasil é o maior exportador de milho do mundo com 42 mi de t

As exportações brasileiras de milho em setembro devem atingir quase 8 milhões de toneladas, um novo recorde; Europa veio com tudo pelo milho brasileiro!

As exportações de milho pelo país atingiram uma média diária de 318,8 mil toneladas até a quarta semana de setembro, 134,9% acima da registrada no mesmo mês completo de 2021, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) divulgados hoje (26). Neste cenário, o Brasil é o maior exportador de milho do mundo, principalmente diante da grande demanda europeia.

O Brasil tem sido o maior exportador mundial de milho desde julho, em meio ao aumento expressivo das compras da Europa, que passou a ser a maior importadora do mundo, aponta a Consultoria AgResource Brasil. Por outro lado, o milho norte-americano perdeu mercado com os preços à vista no Golfo dos Estados Unidos subindo para US$ 9 dólares por bushel.

As exportações crescentes refletem a capacidade de o agronegócio brasileiro aumentar o volume de produção em ritmo superior ao consumo interno e a preços competitivos no mercado internacional. Essa conquista só foi possível graças aos ganhos de produtividade e à expansão do cultivo do milho de segunda safra, o que, por sua vez, está associado a elevados investimentos em máquinas, na adubação e correção do solo, no melhoramento genético e a adaptações dos períodos de plantio.

Ainda segundo o conteúdo divulgado pela Agrolink, a AgResource ressalta, por outro lado, que os estoques brasileiros de milho “permanecem abundantes e os estoques finais no Brasil provavelmente aumentarão, apesar da necessidade da Europa de grãos de origem não transgênicos”. 

“Assumindo o calendário de safras de março a fevereiro do Brasil, com uma safra de 116 milhões de toneladas e as exportações até o momento, os estoques de milho em 1º de outubro no Brasil são calculados em 49 milhões de toneladas, ante 27 no ano passado e um total de 15 milhões de toneladas acima do recorde que foi registrado em 2016”, dizem os analistas de mercado.

Ao contrário dos anos anteriores, aponta a Consultoria, neste inverno não há medo de escassez regional no Brasil, já que desde julho houve chuvas nas principais áreas do sul e centro do Brasil: “A semeadura da primavera está acelerando. As exportações brasileiras de milho em setembro devem atingir pouco menos de 8 milhões de toneladas, um novo recorde, sendo que o anterior foi de 7,6 milhões de toneladas no mês de agosto”.

As exportações de milho deverão atingir 42 milhões de toneladas.

REUTERS/Eduard Korniyenko

“Com base no superávit disponível brasileiro e aplicando a tendência sazonal normal aos embarques mensais, as exportações brasileiras devem ficar acima de 5 milhões de toneladas em novembro. O Brasil nos últimos anos inundou o mercado com oferta logo após a colheita da safrinha em abril. Mas este ano, a oferta de milho não deve esgotar até o final do ano-safra local em fevereiro e a soja terá prioridade nos terminais de exportação a partir de fevereiro”, apontam.

A AgResource acredita que é improvável que o Brasil “renuncie totalmente seu domínio do comércio mundial de grãos para alimentação animal por mais de 90 dias. Durante a segunda-feira a noite, o milho brasileiro foi oferecido de 0,55 a 0,75 centavos de dólar a menos que o de origem americana. Parece que nem mesmo a demanda europeia recorde não irá abalar a disposição do Brasil de se manter competitivo no mercado mundial”, conclui a AgResource.

Mudanças na dinâmica do mercado nacional e o protagonismo nas exportações

As estimativas da Conab apontam que, na temporada 2021/22, a produção brasileira de milho deve ser de 113,3 milhões de toneladas, gerando excedente de 46,5 milhões de toneladas, o segundo maior da história – abaixo apenas do de 2018/19, quando atingiu 51,3 milhões de toneladas. Para a próxima temporada, as estimativas apontam produção de 125,5 milhões de toneladas, o que geraria um excedente de aproximadamente 55 milhões de toneladas, possibilitando, portanto, que as exportações sigam crescentes.

Até o momento, o Brasil não exporta milho para os chineses, mas a China pode se tornar um importante parceiro comercial nos próximos anos, dado o recente interesse do país asiático no produto nacional. Para que as exportações ocorram, as negociações em relação a aspectos fitossanitários e regulação de eventos biotecnológicos da produção nacional devem avançar.

Segundo informações do USDA, as importações chinesas saltaram de 7,6 milhões de toneladas na safra 2019/20 para 29,5 milhões de toneladas e 23 milhões de toneladas nas duas temporadas seguintes, com perspectiva de importar 18 milhões de toneladas em 2022/23, se consolidando como o principal importador mundial nos últimos anos.

O maior excedente exportável em um período de oferta mundial enxuta ressalta o protagonismo da produção brasileira de milho, contribuindo, inclusive, para a segurança alimentar de outros países. Para a temporada 2022/23, a perspectiva inicial da Conab é de que sejam exportadas 44,5 milhões de toneladas, um recorde.

Por mais que o atual contexto internacional possa ser considerado uma oportunidade para as exportações nacionais, é necessário buscar compradores internacionais. A agroindústria brasileira consome cerca de 2/3 da produção nacional, ou seja, o excedente é expressivo, mas a capacidade de armazenagem é limitada.

Nesse contexto, compradores no mercado interno passam a competir com a demanda internacional via preços. Acompanhar de perto a paridade de exportação, a taxa de câmbio e o prêmio de exportação se tornou uma necessidade. Por sua vez, os preços domésticos, em especial na região dos portos, passam a refletir também o comportamento dos valores no mercado internacional, um ambiente muito diferente de 20 anos atrás, quando a exportação do cereal ocorria com menos intensidade.

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