Cadê o boi? Arroba abre semana valendo R$ 225

Arroba segue firme, sustentada pela escassez de boiada; Frigoríficos trabalham com escala de abate reduzida e são pressionados a pagar melhor pela matéria-prima.

Os frigoríficos brasileiros bem que tentaram, na semana passada, frear o movimento de alta nos preços do boi gordo, mas essa estratégia parece que não deu certo – pelo menos por enquanto. Nesta segunda-feira, 13 de julho, as indústrias que foram às compras tiveram que, no mínimo, aceitar os valores vigentes da arroba – no caso da praça paulista, gira atualmente em torno de R$ 225/@, a prazo (valor máximo), segundo dados da IHS Markit (antiga Informa Economics FNP).

“Diante da oferta escassa de boiadas em todo o País, aquisições de grandes lotes só conseguem ser efetuadas mediante elevação dos preços”, relata a consultoria com sede na capital de São Paulo.

Por sua vez, alguns pecuaristas optam por reter o gado terminado nas propriedades na espera do melhor preço possível, visando arcar com o aumento dos custos proporcionados pela compra de animais de reposição.

Ainda relação ao mercado paulista, as indústrias operam com programações de abate bastante apertadas, de até três dias úteis, informa a IHS Markit. Grande parte dos frigoríficos de São Paulo (e também de outras importantes regiões pecuárias) busca comprar boiada “da mão para boca”, para evitar o aumento de estoques de carne nas câmaras frias.

Os frigoríficos seguem atentos ao comportamento da demanda interna, duramente prejudicada pela pandemia da Covid-19. No entanto, segundo apurou a consultoria IHS, o consumo doméstico de carne bovina já demonstra uma certa recuperação, resultado da reabertura gradual das atividades em alguns centros urbanos.

Além da baixa oferta de animais prontos, a arroba é sustentada pelo avanço das exportações de carne bovina, sobretudo para China, disparado o principal cliente da commodity brasileira.

Na Agrobrazil

O app da Agrobrazil, no fechamento dessa segunda-feira, trouxe um aumento na média para praça de São Paulo, fechando em R$ 222,91/@, com preços variando de R$ 210 a R$ 225. Já o CEPEA, fechou em R$ 217,95/@, com uma leve queda percentual.

Já em Brasilândia de Minas/MG, o preço informado foi de R$ 225 com prazo de 30 dias e abate para a data de 21 de julho, com desconto de R$ 15/@ para animais que não atenderem o padrão.

No mercado interno, em Três Lagoas/MS, o preço informado foi de R$ 210/@ à vista e abate para o dia 15 de julho. Em Cezarina/GO, o preço informado foi de R$ 205/@ com prazo de 2 dias e abate para o dia 15 de julho.

Preços regionais

Nesta segunda-feira, o destaque fica para o avanço da arroba nas regiões pecuárias do Pará e do Rio Grande do Sul. No Estado do Norte, as plantas frigoríficas pagaram valores mais altos para preencher as escalas desta semana e já começam a comprar matéria-prima para abates em 21 de julho, informa a IHS Markit.

No Rio Grande do Sul, os frigoríficos alegam bastante dificuldade em trabalhar no mercado, marcado pela enorme volatilidade nas cotações do boi gordo. A oferta restrita de animais segue emplacando forte pressão altista nos preços, em um momento de consumo fraco, relata a consultoria.

Segundo a Scot Consultoria

A referência de preço do boi gordo em São Paulo está estável na comparação com o último fechamento – sexta-feira, 10 de julho – e está em R$218,00/@, preço bruto, à vista. Para bovinos quem atendem as exigências do mercado chinês, animais jovens de até quatro dentes, há oferta de até R$222,00/@ para o “boi china” e R$208,00/@ para a novilha gorda, ambos à vista, bruto.

As escalas de abate atendem em média, três dias. 

Minas Gerais

Na região do Triângulo Mineiro a cotação do boi gordo subiu R$2,00/@ na comparação dia a dia e a referência está em R$220,00/@, bruto e a prazo, R$219,50/@ com o desconto do Senar e em R$216,50, livre de impostos (Senar + Funrural). A pouca disponibilidade de gado gordo fez com que o viés de baixa dos últimos dias perdesse força. 

Segunda quinzena do mês

Do lado da oferta de boiadas, não é esperado um aumento significativo no curto prazo e, devido às incertezas do consumo de carne no mercado doméstico nos próximos dias, a estratégia adotada pelos frigoríficos é de trabalhar com escalas menores, experimentando o mercado e comprando compassadamente. 

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