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Características da atividade leiteira no Brasil

Enquanto a produção brasileira está crescendo o número de animais ordenhados vem diminuindo, o que indica aumento de produtividade no setor.

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010 a 2016, o incremento médio anual na produção leiteira nacional foi de 1,57%. Para o número de vacas ordenhadas, no mesmo período analisado, houve uma queda anual média de 2,44%.

Enquanto a produção brasileira está crescendo o número de animais ordenhados vem diminuindo, o que indica aumento de produtividade no setor.

Os dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) revelam um acréscimo de produtividade média anual, entre 2010 e 2016, de 4,15%. Em 2016, a produtividade nacional foi de 1.708,7 quilos de leite por animal.

Figura 1. Número de vacas ordenhadas no Brasil, em milhões de animais, e produtividade nacional, em kg/animal.

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Fonte: FAO e IBGE / Elaboração: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Apesar do incremento na produtividade nos últimos anos, no Brasil ainda predominam sistemas de produção de leite pouco intensivos. É comum encontrar rebanhos com alto grau de sangue de raças zebuínas e controle sanitário precário, por exemplo. 

Em relação a países desenvolvidos a produtividade nacional ainda está baixa. Nos Estados Unidos, a média de produção por vaca é de 10.330 quilos de leite por ano, produtividade 6 vezes maior que a brasileira. A União Europeia, produz 6.702 quilos por vaca/ano, equivalente a 4 vezes a produtividade brasileira.

Produção

De acordo com os dados do IBGE, nos anos de 2014, 2015 e 2016, a produção de leite informal (que não passou pelas inspeções municipal, estadual ou federal) representou na média 30% do total de leite captado no país. Com isso, a estimativa da Scot Consultoria, é que o Brasil produziu, em 2017, 34,76 bilhões de litros de leite, contabilizando o mercado formal e o informal.   

Essa produção representa um incremento de 3,4% em relação a 2016. O país ocupa, então, a quinta posição em produção de leite mundial, atrás da Índia, União Europeia, Estados Unidos e China, na sequência.

Em 2018, a produção de leite no primeiro trimestre foi de 6,0 bilhões de litros de leite, 2,4% maior que em 2017.

Vale destacar, que no segundo trimestre do ano, a captação foi prejudicada devido à greve dos caminhoneiros. Com a paralisação, muitos laticínios pararam a captação parcialmente ou completamente.

Além disso, a paralisação afetou a curva de captação, pois a dieta de muitos animais ficou comprometida durante a greve.

Somado a esses fatores, no Brasil Central é época de entressafra, período em que as estiagens prejudicam as pastagens e consequentemente a produção de leite do país.

Segundo o Índice Scot Consultoria de Captação de Leite, o volume captado em julho deste ano foi menor em 14,3%, frente a julho de 2017.

Consumo

A crise interna dos últimos anos afetou diretamente o consumo dos brasileiros. Em 2015, segundo os dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a média de consumo de lácteos por habitante teve queda de 0,2% em relação a 2014 e em 2016 essa média continuou sem crescimento e igual a de 2015. 

Em 2017, cada brasileiro consumiu 128,4 quilogramas de produtos lácteos, aumento de 3,2% em relação a 2016. Já o consumo de queijos foi de 3,83 quilos por pessoas, quantidade abaixo do recomendado pela FAO de 9 kg/pessoa/ano.

Para 2018, o USDA aponta para um crescimento do consumo de queijo no Brasil, principalmente, em função da demanda por alimentos rápidos que incluem pizzarias e lanchonetes e padarias. A demanda por queijos especiais, como gruyère, camembert, brie, gouda e queijo cheddar, também deve aumentar.

Considerações finais

O Brasil é um país com potencial de crescimento no consumo de lácteos e com expectativas de melhora econômica. Esses fatores atrelados a característica de produção nacional que é, predominantemente, formada por sistemas pouco intensivos são características que estimulam o aperfeiçoamento do setor.

Texto originalmente publicado na revista Coopercitrus em agosto de 2018, edição no. 382.

Fonte: Scot Consultoria

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