
Com o crescente interesse em sistemas produtivos mais sustentáveis e eficientes, o Beef-on-Dairy surge como uma oportunidade de ouro para integrar ainda mais os setores de leite e carne, ampliando a competitividade do Brasil no mercado global.
A pecuária mundial está presenciando uma transformação significativa: o sistema “Beef-on-Dairy”, que integra a produção leiteira à cadeia de carne bovina. Nos Estados Unidos, essa estratégia já é uma realidade consolidada e responsável por 20% da carne produzida no país. O modelo combina genética, manejo eficiente e cruzamentos planejados, aproveitando o máximo potencial de vacas e novilhos leiteiros para a produção de carne de alta qualidade. Mas como funciona essa revolução e quais suas perspectivas no Brasil?
Beef-on-Dairy: o que é e como funciona?
O conceito de “Beef-on-Dairy” consiste no uso estratégico de genética especializada de raças de corte em vacas leiteiras, gerando animais híbridos com características superiores para produção de carne. No sistema americano, inseminações com sêmen de touros de corte, como Angus e Hereford, são feitas em vacas leiteiras, como Holandesa e Jersey, criando bezerros que apresentam desempenho notável em confinamento e maior rendimento de carcaça.
Esse método não apenas maximiza o valor dos bezerros leiteiros, tradicionalmente menos valorizados no mercado de carne, mas também aumenta a sustentabilidade do sistema produtivo, já que otimiza recursos e reduz a necessidade de expandir áreas de pastagem ou abate de animais específicos de corte.
Além disso, a eficiência alimentar e o rápido ganho de peso desses animais híbridos são destacados, garantindo carne marmorizada de alta qualidade, ideal para atender a demanda de consumidores exigentes.
O avanço do Beef-on-Dairy nos Estados Unidos
Nos EUA, o sistema é aplicado de forma robusta, com tecnologia de ponta e manejo altamente especializado. Grandes confinamentos têm adaptado suas operações para incluir esses animais cruzados, atendendo à demanda de grandes redes varejistas e restaurantes. A integração do Beef-on-Dairy ao sistema agropecuário tem permitido que produtores de leite diversifiquem suas fontes de receita, aumentando a lucratividade e a resiliência econômica das fazendas leiteiras.

E no Brasil?
O Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, começa a observar as oportunidades do Beef-on-Dairy. Apesar de o modelo ser recente por aqui, ele já está chamando a atenção de empresas, cooperativas e pecuaristas visionários. Cooperativas como a Castrolanda, CooperAliança e algumas marcas de genética bovina, como Semex, estão incentivando os produtores a adotarem o sistema.
Entre os desafios para o país está a adaptação à realidade da pecuária extensiva e do manejo predominante em pastagens, diferente do confinamento intensivo norte-americano. No entanto, iniciativas de cruzamentos com raças como Angus e Brangus em vacas Jersey e Girolando têm mostrado resultados promissores em propriedades leiteiras.
- Leia mais em:

Qualidade da carne Beef-on-Dairy
Um dos destaques do sistema é a qualidade superior da carne produzida. Os híbridos obtidos pelo cruzamento oferecem maior marmoreio, maciez e sabor, características altamente valorizadas nos mercados interno e externo. Essa qualidade abre espaço para novos nichos de mercado, especialmente para cortes premium que atendem a um público mais exigente.
- Leia mais em: Jersey x Angus: A qualidade excepcional da carne no Beef-on-Dairy
- Leia mais em: Degustação às cegas revela a superioridade da raça Jersey

Além disso, estudos realizados no Brasil indicam que a carne de animais Beef-on-Dairy pode ser competitiva tanto em qualidade quanto em custo de produção, desde que sejam feitos ajustes no manejo e na nutrição para otimizar o ganho de peso.
O futuro do Beef-on-Dairy no Brasil
A implementação em larga escala no Brasil ainda depende de avanços em tecnologia de manejo, mudanças culturais e maior conscientização dos produtores sobre os benefícios do sistema. Porém, com o crescente interesse em sistemas produtivos mais sustentáveis e eficientes, o Beef-on-Dairy surge como uma oportunidade de ouro para integrar ainda mais os setores de leite e carne, ampliando a competitividade do Brasil no mercado global.
Com o exemplo bem-sucedido dos Estados Unidos, empresas, pesquisadores e produtores brasileiros estão diante de um caminho promissor para unir sustentabilidade e rentabilidade na pecuária nacional. Afinal, a revolução Beef-on-Dairy pode ser o próximo passo na consolidação do Brasil como líder mundial em produção de proteína animal.

E você, o que acha dessa inovação? A carne de gado leiteiro está pronta para conquistar o mercado brasileiro?
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.
ANC tem expectativa positiva para inscrições de animais na 48ª Expointer
As inscrições vão até 29 de julho e devem ser feitas no site da Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares.
Continue Reading ANC tem expectativa positiva para inscrições de animais na 48ª Expointer
Apartação: quando o cavalo pensa como o boi e transforma o trabalho em espetáculo
Com raízes nas fazendas do Velho Oeste, a apartação evoluiu de uma necessidade do campo para uma das modalidades equestres mais fascinantes do mundo. No Brasil, a paixão cresce com provas emocionantes, genética apurada e vaqueiros de alta performance.
Continue Reading Apartação: quando o cavalo pensa como o boi e transforma o trabalho em espetáculo
ANP: etanol é mais competitivo em relação à gasolina em seis Estados
Executivos do setor observam que o etanol pode ser competitivo mesmo com paridade maior do que 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado.
Continue Reading ANP: etanol é mais competitivo em relação à gasolina em seis Estados
Bolsa atinge menor nível em três meses com receio de ofensiva de Trump
O receio de que o presidente estadunidense, Donald Trump, intensifique as retaliações ao Brasil fez a bolsa fechar no menor nível em quase três meses.
Continue Reading Bolsa atinge menor nível em três meses com receio de ofensiva de Trump
Conexão Delta G amplia oferta de touros em leilões e presença nas centrais de inseminação
Associados da entidade comercializam cerca de dois mil animais em 2024 e mantém mais de 25 touros nas principais centrais do país.
Beleza Láctea: Linha Milk da Laikou
A marca asiática Laikou, conhecida por suas fórmulas acessíveis e embalagens minimalistas, apostou exatamente nisso com a linha Milk, que promete clareamento, hidratação e nutrição profunda da pele