Ao contrário da fibra de alimentos mais volumosos, a fibra da casca da soja é de boa qualidade e apresenta altas taxas de fermentação no rúmen.
Estudos têm demonstrado que a casca de soja é uma boa opção para substituir o milho e o sorgo em rações. A adoção do insumo como parte da ração ajuda a reduzir os custos, que estão em patamares elevados principalmente devido ao valor do milho. Além disso, a casca da soja ajuda no ganho energético e de gordura do animal durante a produção de leite.
O que é?
A casca da soja é um subproduto pouco aproveitado pela indústria, mas cujas características físico-químicas são interessantes para o aproveitamento em rações. A casca da soja é obtida nas primeiras etapas do processamento, quando os grãos são quebrados e as cascas aspiradas, depois disso ela é purificada, tostada e passa por moagem, o que facilita também o transporte.
Depois desse processo, a casca da soja consiste basicamente em fibras, que podem ajudar a compor a ração, fazendo os produtores rurais economizarem na quantidade de milho empregada. Além disso, a casca apresenta boas propriedades para o uso em rações de vacas leiteiras.
Apesar de ser pobre em proteínas, a casca da soja pode fornecer muita energia para o animal devido ao processo de fermentação, que é feito por microrganismos presentes no rúmen.
Ao contrário da fibra de alimentos mais volumosos, a fibra da casca da soja é de boa qualidade e apresenta altas taxas de fermentação no rúmen. Assim, são capazes de produzir ácidos graxos voláteis (AGVs) ou orgânicos, que são absorvidos e utilizados como fonte de energia no metabolismo das vacas.
Como utilizar?
Para uma alimentação efetiva, a maioria dos trabalhos científicos está de acordo que a casca da soja compõe 25% da matéria seca das dietas. Em dietas com alta inclusão de grãos (mais de 50% de grãos na matéria seca), a casca de soja pode substituir 30% do milho, inclusões superiores a esse limite podem fornecer menos energia para os animais.
Em relação aos alimentos volumosos, a casquinha de soja pode substituir 25% destes, desde que a dieta tenha níveis de fibra efetiva (mais longas). Com essas características, a casca da soja tem-se tornado um poderoso aliado para reduzir os gastos com o milho e aumentar a energia, substituindo parcialmente os alimentos volumosos.
Mercado do milho
O preço do milho continua em patamares elevados devido ao aumento da demanda global e a crise do leste europeu, que diminuiu grande fração da oferta internacional. O preço médio da tonelada em junho de 2022 foi de US$ 326,60, ou seja, 36,71% a mais do que o mesmo período do ano passado, quando o preço registrado era de US$ 238,90 por tonelada.
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Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, o Brasil exportou 1,05 milhão de toneladas de milho em junho, volume bastante superior ao do mesmo período do ano anterior. Com isso, a receita gerada foi de US$ 343,3 milhões, isto é, 1.458% acima do que foi gerado em junho de 2021, quando foram contabilizados US$ 22,02 milhões.
Com a preferência da exportação do produto devido aos altos preços, o Brasil depende da importação de grande quantidade. Apenas em junho, o País importou 151,89 mil toneladas de milho, a um custo de aproximadamente US$ 36,70 milhões.
Apesar do preço alto, houve queda dos valores em comparação ao ano passado; em junho de 2021 o importador pagou, em média, US$ 241,70 por tonelada e, neste ano, houve uma redução de 10,3%, com a tonelada atingindo US$ 269,50.