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Centrais indicam raça Canchim para tricross

O Canchim tem seu espaço garantido dentro da Pecuária de corte, confira a opinião de especialistas do uso da raça no tricross

A evolução dos touros Canchim nos últimos tempos é notória para criadores e pesquisadores, que concordam que a raça é uma das mais indicadas, atualmente, para a realização do cruzamento industrial. Uma das modalidades mais comuns é o tricross, com o Canchim sendo usado para aumentar a rusticidade e ganho de carcaça e peso dos bezerros.

Na visão de algumas das maiores centrais de inseminação artificial do Brasil, como CRV Lagoa, Alta Genetics e CRI Genética, a utilização do sêmen Canchim em F1 pode beneficiar os pecuaristas, que, atualmente, deixam parte das matrizes Nelore para cobertura à campo com touros da mesma raça para produzir matrizes de reposição. Se houver aproveitamento das F1, aumenta-se o volume de IATF (Inseminação Artificial por Tempo Fixo), o que é bom para as empresas e para a genética da raça.

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Foto: ABCCan

Cristiano Leal da CRV Lagoa

Cristiano Leal, gerente de produto Corte Europeu da CRV Lagoa, tem 18 anos de atuação no cruzamento industrial e é um dos profissionais que têm aprovado o uso da raça no melhoramento genético e para o tricross. Em seu ponto de vista, os principais usos da raça estão relacionados à complementariedade, ou seja, somar características desejáveis através do cruzamento industrial. Um exemplo disso é a velocidade de ganho de peso com adaptação, característica clara dos touros Canchim.

Cristiano é enfático ao falar dos benefícios da raça para o cruzamento industrial. Para ele, as principais são peso de carcaça, velocidade de ganho de peso e adaptação, todas importantes para a sustentabilidade e rentabilidade da pecuária moderna. “Atualmente, temos um grande volume de fêmeas F1 meio-sangue britânicas. O Canchim é uma excelente opção para os produtores que buscam a utilização dessas fêmeas com o objetivo de intensificar a produção, elevando o desempenho dos produtos sem abrir mão da adaptação, lembrando que, para isso, é necessário um aporte nutricional adequado para aproveitar todos os benefícios”, explica.

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Foto: BeefPoint

Juliana Ferragute Leite da CRI Genética

Quem também destaca os benefícios do Canchim é a gerente de produto Corte da CRI Genética, Juliana Ferragute Leite. Segundo a zootecnista, a CRI utiliza a raça principalmente em vacas meio-sangue Nelore e Angus, produzindo bezerros com bom grau de heterose, pesados e rústicos. “Devido à adaptabilidade da raça, o repasse é feito com o próprio touro Canchim. Para os que ainda não inseminam, é uma boa opção de touro para ser usado a campo e fazer cruzamento entre raças, obtendo boa heterose”, explica.

“O Canchim é um animal que carrega o sangue do taurino continental, porém é muito bem adaptado ao sistema brasileiro. Produz bezerros e carcaças pesadas, com ótimo rendimento quando bem recriados e terminados. Sua pigmentação mais consistente também leva vantagem quando comparado ao Charolês em ambientes tropicais”, completa a gerente.

Atualmente, segundo Juliana, a CRI indica os touros Canchim devido ao crescente uso da fêmea F1 nos cruzamentos e diferentes sistemas de produção que a empresa encontrou no Brasil. “O Canchim é mais uma opção quando vamos adequar o tricross ao sistema de produção. Por isso a raça faz parte do portfólio da CRI”, explica.

Foto: Divulgação

Miguel Abdalla da Alta Genetics

Miguel Abdalla é gerente de produto Corte Taurinos da Alta Genetics e afirma que tem indicado touros Canchim para reprodução, principalmente em tipos meio-sangue, já que, assim, se ganha uma excelente complementariedade. “A raça tem sido procurada, principalmente, por aqueles que buscam alternativas para utilização em fêmeas meio-sangue e/ou em repasses como alternativa de fazer o cruzamento industrial a campo”, explica. “É uma raça que imprime, principalmente, o ganho de peso, aliado a adaptação e rusticidade semelhante dos animais zebuínos”, completa.

A indicação é a prova: quem conhece confia no bom desempenho e nas excelentes características que ela pode oferecer. Miguel diz que os touros Canchim inseminados em fêmeas meio-sangue complementam perfeitamente animais Nelore e Angus:

“Temos indicado a raça principalmente no meio-sangue, pois, assim, teremos uma excelente complementariedade entre as três raças, além de agregar um pouco mais de heterose, otimizando, assim, os ganhos que ela proporciona”.

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Foto: Maury Dorta Jr.

Contribuição do Canchim – Adriano Lopes, criador e presidente da Associação dos Criadores de Canchim

Adriano Lopes, criador e presidente da ABCCAN (Associação Brasileira dos Criadores de Canchim), é enfático ao falar sobre a contribuição do Canchim para a evolução da pecuária brasileira. Segundo ele, é crescente o número de fazendas que são gerenciadas de forma empresarial, com foco em produtividade, rendimento e resultado,visando lucro e sustentabilidade ao negócio.

Com isso, há uma busca eminente de resultados que visam índices zootécnicos capazes de encurtar o ciclo de produção e, até mesmo, agregar valor na produção pecuária, se tornando, a cada dia, uma realidade nas fazendas. “A grande base de matrizes no Brasil é de vacas Nelore ou aneloradas. Para maximizar a produção e dar rentabilidade na pecuária, o caminho é o cruzamento industrial”, afirma.

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Atualmente, segundo o presidente, existem criatórios com touros de alta linhagem nas principais centrais de genética bovina, disponibilizando a genética Canchim para os programas de IATF e ampliando a oferta de sêmen, trabalho que a ABCCAN começou a desenvolver já na nova gestão, agora no começo de 2017.

“Temos uma importante ferramenta de seleção de nossos touros, focado em resultados reais e concretos, coordenado por pesquisadores da Embrapa/Geneplus e técnicos altamente capacitados, o que nos permite afirmar, com segurança, que temos touros realmente melhoradores, devido ao nosso histórico das avaliações oriundos das edições da PCAD, diria hoje, a maior prova de avaliação de desempenho de taurinos do Brasil”, avalia. “Portanto, diferente do passado, nossa seleção de touros está baseada em dados concretos de produtividade, através das provas de avaliação, não pelas ‘belezas’ das exposições e julgamentos, que acabavam mascarando o real potencial de produção dos animais”, finaliza.

Artigo publicado na Revista Canchim

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