O volume total trazido nas compras deve ficar ao redor de 40 milhões de toneladas em 2020, disseram as fontes. Confira da onde sairá essa soja!
A China deve comprar uma quantia recorde de soja dos EUA este ano, uma vez que os preços mais baixos ajudam os asiáticos a aumentar as compras conforme prometido na fase 1 do acordo comercial com os americanos, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. Em Chicago, os contratos futuros de soja atingiram a maior cotação em sete meses.
O volume total trazido dos EUA deve ficar ao redor de 40 milhões de toneladas em 2020, disseram as fontes, que solicitaram anonimato porque a previsão não é pública.
Essa quantia seria cerca de 25% maior do que a registrada em 2017, ano-base do acordo comercial, e 10% maior do que o recorde estabelecido em 2016, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA.
A China vem intensificando as compras de produtos agrícolas dos EUA desde o final de abril. A venda de soja para entrega na próxima temporada está no ritmo mais acelerado para esta época do ano desde 2013.
A nação asiática também bateu vários recordes diários nas compras de milho e caminha para superar pela primeira vez a cota anual definida pela Organização Mundial do Comércio.
As compras de produtos agrícolas americanos pela China nos primeiros sete meses do ano representam apenas 27% da meta implícita no acordo comercial, segundo cálculos da Bloomberg feitos a partir de dados alfandegários da China. Em julho, a importação de soja americana ficou atipicamente baixa.
O Ministério da Agricultura da China informou na quarta-feira que a importação de soja deve aumentar no segundo semestre, inclusive de produto americano, conforme a fase 1 do acordo vai sendo implementada.
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A maior parte das exportações de soja dos EUA ocorre no final do ano, época em que a oferta do Hemisfério Sul se torna escassa. O Brasil é o maior fornecedor de soja para a China.
Ainda assim, a meta para 2020 dificilmente será alcançada, acredita Darin Friedrichs, analista sênior da StoneX Group em Xangai. “Acho muito difícil as contas chegarem a 40 milhões”, disse ele. “O embarque máximo por mês no quarto trimestre geralmente fica em torno de 7,5 a 8 milhões de toneladas dos EUA para a China. Acho 35 milhões mais razoável.”
Além disso, compradores privados não terão tanto incentivo para realizar compras recordes no quarto trimestre diante do potencial para uma safra gigantesca no Brasil no próximo ano, disse Friedrichs.
Cooperação comercial
EUA e China reafirmaram seu compromisso com a fase 1 do acordo comercial durante a revisão semestral feita esta semana, demonstrando disposição para a cooperação comercial mesmo com a escalada das tensões em outras questões, que vão desde a segurança de dados até o futuro da democracia em Hong Kong.
A China acabará importando a maior quantia até hoje de 96 a 98 milhões de toneladas do mundo inteiro este ano, sendo que 40% a 50% virão dos EUA, segundo uma das pessoas entrevistadas. Outra fonte disse que a previsão é de compras de até 40 milhões de toneladas.
Em 2017, a China atingiu o recorde de 95,5 milhões de toneladas de soja importada de todo o mundo, de acordo com dados alfandegários.
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As compras chinesas de soja americana devem continuar até janeiro, dado que a maior parte do produto exportado pelo Brasil no primeiro mês do ano normalmente vem de estoques e reservas escassas, que atrapalham os embarques, disse Daniele Siqueira, analista da consultoria AgRural. Outros especialistas também citam um possível atraso no plantio no Brasil devido ao tempo seco.
Em última instância, os preços da soja e o impacto da pandemia do coronavírus vão determinar a quantia importada pela China, acrescentou uma das fontes.
Fonte: Bloomberg