China quer comprar carne barata do Brasil, e agora?

O mês de julho começou com bom volume médio embarcado diariamente, mas a China, principal importador, quer renegociar os preços no mercado!

Os primeiros resultados divulgados pela SECEX/ME relativos a julho (sete de um total de 22 dias úteis no mês) apontam, pelo volume médio embarcado diariamente, expansão de exportação das três carnes.

Pena, somente, que julho corrente tenha um dia útil a menos que julho de 2020. Quanto à receita, os primeiros indícios eram de um aumento de mais de 30% para a carne bovina, mas parece que o Brasil vai enfrentar algumas duras restrições no mercado, principalmente no preço negociado com China.

As informações no mercado é de que os chineses aproveitaram a última semana para poder recompor os seus estoques públicos de carne suína e, com isso, foram as compras de cerca de 30 mil toneladas de carne ajudando na recuperação dos preços da carne suína.

Diante desses fatores, o nosso maior importador de carne bovina, a China também aproveitou o atual momento para renegociar os preços da carne com os principais mercados do mundo, incluindo a carne verde e amarela.

Sendo assim, o cenário pode ser desafiador e traz um grande alerta para os pecuaristas e frigoríficos habilitados a exportação, já que o cenário de renegociação dos preços pode, mesmo diante da lacuna na oferta de animais para abate, travar as novas altas para as cotações nos preços da arroba.

Para Iglesias, a ausência de informações concretas acerca da China gera toda sorte de especulações no mercado internacional. “A recente ação do governo chinês de recompor seus estoques públicos estancou o movimento de queda no seu mercado doméstico”, assinalou Iglesias.

De acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nas duas primeiras semanas de julho foram exportadas 52,99 mil toneladas de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada. A média diária embarcada ficou em 7,57 mil toneladas, ficando 13,3% acima do registrado em junho e 2,9% acima de julho de 2020.

Os preços da carne subiram na primeira quinzena de julho, principalmente nos cortes de traseiro que estão ao redor de R$ 21,05/kg e o dianteiro está na faixa de R$ 17,30/kg. Sendo assim, as atenções se voltam par ao mercado interno que, no atual cenário econômico ficam impossibilitados de absorver novas altas nos preços dos cortes.

Entretanto, ainda para o mercado interno, a renegociação da China pode, em um primeiro momento, trazer uma maior oferta de carne para o atacado, o que traria redução nos preços e maior estímulo ao consumo por parte do brasileiro.

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